TECNOLOGIAS
DIGITAIS NO ENSINO DE HISTÓRIA: O DESAFIO DA CULTURA ESCOLAR
Introdução
A partir da segunda metade do
século XX, os avanços tecnológicos popularizaram o acesso à informação
assegurando a presença das TDICs (Tecnologias Digitais da Informação e
Comunicação) em grande parte das atividades pós-modernas. Estudos apontam que a
cultura digital, oriunda do amplo acesso aos recursos tecnológicos vem
modificando não só a maneira como a sociedade vive, mas, consequentemente, a
maneira como se constrói o conhecimento, tendo em vista que favorecem o
desenvolvimento de uma série de capacidades ao permitir contato com ferramentas
distintas, tais como: arquivos virtuais, sites, vídeos, jogos, plataformas educativas,
ebooks, dentre outros, ao mesmo tempo ou até mesmo em tempos diferentes.
De acordo com Moura (2009) “a
escola, em cada momento histórico, constitui uma expressão e uma resposta a
sociedade na qual está inserida. Nesse contexto, leia-se que a escola é fruto
da sociedade a que pertence”. No entanto, ainda segundo Moura (2009), atualmente
a escola vem recebendo diversas críticas por não acompanhar as mudanças
culturais da sociedade atual.
Nesse contexto, considerando a
tecnologia como ferramenta de grande potencial colaborador para o ensino de História,
pensar a educação na Era Digital é reconhecer a necessidade crescente de romper
com um modelo de pedagogia tradicional/vertical, e considerar a construção do
conhecimento a partir de diferentes contados entre os mais diversos recursos
hoje disponíveis. Nesse cenário, o ensino de História defronta-se com o desafio
potencialmente inovador, não só de inserir as TDICs Tecnologias de Informação e
Comunicação sala de aula, mas fazer uso pedagógico das mesmas, de modo a
facilitar o processo de ensino aprendizado.
Para tanto, tratando o ensino de
História com algo integrante da cultura escolar, o presente trabalho busca
refletir sobre a cultura escolar apontando alguns subsídios que venham servir ao
debate sobre utilização de recursos tecnológicos em aulas de História.
Cultura digital e cultura escolar
O conceito de cultura
é amplo e tem sido trabalhado por diversos autores em perspectivas diferentes.
Muito embora seja discutido sob enfoques variados, é consenso a compreensão do
comportamento cultural como um conjunto de experiências humanas construídas em
sociedade ao longo do tempo. Na
prática, é possível afirmar que a cultura corresponde à expressiva ao conjunto
te hábitos e modo de convivência pelos quais os diferentes povos constroem suas
identidades.
De acordo com a
literatura pesquisada, o despertar para a problemática da cultura escolar
despontou no contexto das discussões sobre a crise dos sistemas educacionais na
segunda metade do século XX, impulsionadas por diferentes autores em busca de
novas referências teóricas para interpretar o universo da escola. Nesse esforço
destacam-se Boudieu
e Passaron (2009) no livro “A Reprodução: elementos para
uma teoria do sistema de ensino”
quando denunciam em seus escritos
o caráter reprodutivista da cultura escolar, no sentido da manutenção de
determinadas relações de poder na França, crítica que foi muito difundida entre
teóricos e educadores brasileiros nos anos 80 e 90.
Sobre a preocupação
em torno da cultura escolar, Filho et al, (2004) apontam que “há uma
aproximação cada vez mais fecunda com a disciplina da História, seja pelo
exercício de levantamento, organização e ampliação da massa documental a ser
utilizada nas análises, seja pelo acolhimento de protocolos de legitimidade da
narrativa historiográfica” (FILHO et al, 2004, p.142).
Atualmente, inúmeras
discussões têm movimentado o campo dos estudos culturais e muitas são as
fontes encontradas sobre essa temática. Pesquisas educacionais que direcionam a
cultura escolar para o centro das investigações transitam da História à Sociologia,
de política educacional às práticas pedagógicas. No entanto, dentre estas
diferentes tendências investigativas, é consenso nos casos em que o objeto de
pesquisa seja a escola, o reconhecimento da existência de uma cultura própria
dessa instituição. Silva (2005), se referindo à cultura escolar aponta para o
fato desta se conformar, de maneira muito particular, em uma prática social
própria e única.
No caso do Brasil,
Antônio Candido (1979) advertia, já no início da segunda metade do século XX,
para uma dinâmica própria da escola, a qual seria resultado direto entre seus
membros e a relação mantida com a estrutura social externa. Segundo o autor,
apesar da organização administrativa ser semelhante a todas as escolas, cada
instituição apresenta características únicas para desenvolver de maneira
singular suas sociabilidades (CANDIDO, 1979 apud
por KNOBLAUCH
et al., 2012).
Portanto,
considerando a escola como um espaço de produção e reprodução cultural, sem a
pretensão de dar conta de explicar todos os aspectos implicados e constituídos
no âmbito do cotidiano escolar, o presente trabalho concentra-se em analisar o
conflito cultural existente no espaço escolar, provocado pela emergência da
cultura digital e a utilização dos recursos tecnológicos pelos jovens inseridos
nos espaços de ensino/aprendizagem.
De acordo com os
apontamentos aqui colocados, entende-se que a escola, embora seja fruto da
sociedade na qual está inserida, possui uma cultura própria que se constrói nos
moldes do sistema de ensino, e que pode variar de região para região. Nesta
perspectiva, tendo em vista as peculiaridades das sociedades mediadas por
recursos digitais na qual estamos inseridos, cabe refletir: de que forma a
cultura digital é absorvida pela cultura escolar? Quais as vantagens do auxílio
das tecnologias em aulas de História
Tecnologias digitais e o ensino de
História
É consenso que as Tecnologias
Digitais vêm ocupando um espaço cada vez mais presente em nossas vidas. No que
se refere a utilização destas em ambientes escolares, em
geral, menciona-se que a tecnologia está transformando ou pode transformar
profundamente a educação. De fato, as tecnologias estão cada vez mais presentes
nos espaços educacionais, no entanto, a cultura digital tem encontrado bastante
resistência em dialogar com a cultura escolar. Partindo do princípio de que a
revolução das tecnologias digitais é, em essência, cultural, o presente
trabalho destaca a cultura digital como um desafio constante para a cultura
escolar.
Sendo
assim, Marchese e Gil (2004), evidenciam a mudança nos comportamentos promovida
pelas tecnologias digitais, que a tempo deixou de ser considerada somente como
ferramenta e ser entendida em seus aspectos de produção de identidades e de
subjetividades. De acordo com Pretto e Silveira (2008), a cultura digital é um
espaço aberto de vivência dessas novas formas de relações sociais no espaço.
Nas palavras dos autores:
“o exercício das mais diversas atividades humanas está
alterado pela transversalidade com que se produz a cultura digital. As
dimensões de criação, produção e difusão de ideias são potencializadas pelo
modo como as diferentes culturas se manifestam e operam na sociedade em rede”
(PRETTO E SILVEIRA, 2008;).
Em se tratando do espaço escolar, Buckingham (2008) afirma
que, historicamente, o ensino escolar tem se caracterizado por uma absoluta
rejeição a cultura cotidiana dos alunos e isso tem gerado sérios problemas no
âmbito educacional. O autor menciona ainda que a cultura digital faz parte do
cotidiano dos alunos, tendo em vista que as novas tecnologias estão cada vez
mais presentes nas ações desenvolvidas pelos sujeitos, de modo geral, e
presente em todos os momentos na vida.
Moran
(2009) vai ao encontro de Buckingham quando menciona que a tecnologia digital
tem adentrado o ambiente educacional de forma avassaladora e desenfreada,
atingindo todos os sujeitos envolvidos. Dessa forma, criou-se a expectativa de
que as mais recentes tecnologias, quando inseridas no ambiente educacional,
apresentariam soluções rápidas para mudar o “problema” educacional. Criou-se
disciplinas de informática na escola, construiu-se salas de multimídia,
laboratórios de informática, mas quase nada parece mudar. Moran atribui essa
pequena mudança à pouca reflexão crítica em torno de alguns pontos relevantes
da inserção de tecnologias na educação e, por isso, podem se tornar uma grande
“panaceia modernosa”, correndo o
risco de não trazer nenhum resultado significativo para o desenvolvimento
educacional de cidadãos da atual geração, incluindo-se crianças, jovens,
adultos e os idosos (MORAN, 2009, p. 7-8).
O
autor também ressalta que as mudanças necessárias para educação não dependem de
um sujeito isolado e sim de todos os envolvidos, desde a equipe técnica
pedagógica até professores e alunos. Vive-se uma era em que a construção do
conhecimento, considerando a inserção das mídias e o processamento multimídico,
é mais livre, menos rígida e passa por diferentes canais de recepção sensorial,
emocional e racional, na qual, contando-se com equipe disposta a inovar,
pode-se modificar a forma de ensinar (MORAN, 2009). Nesse contexto, o docente
tem um papel fundamental não só de professor, mas orientador, mediador e
intelectual, capaz de filtrar as informações mais importantes e empenhar-se
para que elas se transformem e cheguem de forma significativa ao aluno. Em
relação às TDICs, o autor ressalta a importância da inserção da televisão,
assim como o uso de vídeos no ambiente educacional, pois “[...] o ver está, na
maior parte das vezes, apoiando o falar, o narrar, o contar História. A fala
aproxima o vídeo do cotidiano, de como as pessoas se comunicam habitualmente
[...]” (MORAN, 2009, p. 38).
Moran, (2009) destaca a importância de se pensar
políticas públicas voltadas a ampliar a sala de aula para os ambientes
virtuais, sendo preciso diminuir o espaço e a distância que separa os que podem
dos que não podem acessar a internet. Nesta perspectiva, cabe ressaltar que no
contexto da atual sociedade do conhecimento, é importante observar que educação
e tudo que a envolve exige uma nova abordagem, onde o componente tecnológico
não pode ser ignorado. De acordo com Mercado (2002) O professor da “nova
sociedade da informação” deve rever de forma crítica seu papel como educador, objetivando
que o espaço da aula se torne um ambiente de aprendizagem com trabalho coletivo
a ser criado, fazendo uso dos novos recursos que a tecnologia oferece na
organização e dinamização dos conteúdos.
Se tratando do ensino de História, já na
primeira metade do século XX, estudiosos apontavam para o fato do ensino de História,
naquele momento, viver um histórico de crise resultante, sobretudo, dos
descompassos existentes entre as inúmeras e diferenciadas demandas sociais
frente à incapacidade da instituição escolar em atendê-las (NADAI, 1992). Alda
(2012) completa trazendo uma reflexão no que se refere à necessidade de
adaptação da educação em meio às mudanças geradas na sociedade pós-moderna
mediante a nova realidade tecnológica. Para a
autora “a educação e o sistema educativo sofreram grandes mudanças nos últimos
tempos. A partir do século XX, os avanços tecnológicos popularizaram o acesso à
informação, modificando a maneira como vivemos e, consequentemente, a maneira
como aprendemos” (ALDA, 2012, s.p.).
Se tratando do ensino de História, a
utilização pedagógica da TDICs traz para sala de aula possibilidades até então
inimagináveis, que não só facilitam de forma interativa facilitando a veiculação
e enriquecimento das informações transmitidas, como também proporcionam uma
atuação bem mais participativa por parte entre aluno/professor e conteúdo. Lima e Ribeiro (2012) ressaltam que o uso de ferramentas
tecnológicas pode representar um grande potencial significativo no processo de
ensino/aprendizagem, desde que apresente coerência em sua estrutura interna e
sequência lógica dos conteúdos, e que eles sejam
compreensíveis para os sujeitos que aprendem. Sendo assim, considera-se
necessário que os profissionais envolvidos no processo de ensino/aprendizado
busquem se qualificar para lidar com as novas TDICs, atuando como mediador
entre o aluno e a aprendizagem.
As
TDICs, quando utilizadas como recurso tecnológico, além de favorecer o desenvolvimento
de uma série de atividades, permite o contado com linguagens variadas, que na
maioria das vezes já são familiarizadas pelos alunos como: fotografias, vídeos,
imagens, jogos filmes dentre outros. O acesso a esses recursos, por ser
familiarizado pela cultura digital, torna a aula de História mais harmoniosa e
o processo de ensino aprendizado mais fecundo. Além familiarização, os recursos
aqui citados permitem acesso facilitado a uma grande quantidade de material que
passa a ser digitalizados a partir da segunda metade do século XX como textos,
vídeos educativos dentre outros. Todo esse material acessível nas redes,
quando usados em aulas além de diversificar o modelo tradicional de ensino
também possibilita uma maior aproximação do conteúdo com a realidade cultural
do aluno.
Logo, diante das constantes mudanças
sofridas pela sociedade, faz-se inteiramente necessária a mudança de um
ambiente escolar unicamente centrado no professor, para um ambiente centrado no
aluno, onde o papel do professor concentra-se em ser o mediador no auxílio ao
aluno pela busca de conhecimento e construção do saber frente aos novos
recursos tecnológicos democratizados em meio a cultura digital.
Considerações
finais
Embora
a cultura digital encontre certa resistência quando contrastada a cultura escolar,
o uso das TDICs em aulas de História pode e deve contribuir direta e
indiretamente auxiliando a prática pedagógica ao professor, não só no diálogo
entre os saberes, mas na familiarização entre os sujeitos envolvidos e o
processo de ensino/aprendizado. No entanto, para que o acesso a essas
ferramentas nas aulas de História tenha resultado esperado, faz-se necessária
uma reflexão acerca dos métodos a serem utilizados no percurso que se desenhou
a partir dos avanços da tecnologia digital. Já que a dinamização dos conteúdos
e notícias, ferramentas como banco de dados e redes sociais permitem grande
acesso a informação e se configuram como um fértil espaço de debate. É preciso
que o ensino de História esteja “plugado” a esses novos recursos, fomentando
debates em espaços virtuais e enriquecendo cada vez mais a troca entre
professor/aluno e conteúdo.
Referências
Fabiano
Viana Andrade é mestrando em Ensino de História (PROFHISTÓRIA UFF),
Especialista em Literatura Memória Cultural e Sociedade (IFF), Especialista em
Docência no Século XXI (IFF) e Graduado em História. Professor de História da
rede estadual SEEDUC/RJ.
ALDA, L.S. Novas tecnologias, novos alunos, novos professores?
refletindo sobre o papel do professor na contemporaneidade. Seminário
internacional de letras. Língua e literatura na pós-modernidade, Rio Grande do
Sul, jun. 2012.
BOURDIEU, P.; PASSERON, J.-C. A reprodução. Elementos para uma teoria do
sistema de ensino. 2009. ed. Covilhã: LusoSofia, 2009.
BUCKINGHAM, D. Aprendizagem e Cultura
digital. In: Pátio: Revista pedagógica.
Porto Alegre: Artmed, v. 11, n 44 nov/jan.2007/2008, p. 8-11.
KNOBLAUCH, A. et al. Levantamento de
pesquisas sobre cultura escolar no Brasil. Educação e Pesquisa, p. 557–574, 2012
LIMA, P. S.; RIBEIRO, T. N. A utilização
dos blogs como recurso pedagógico nas aulas de química: as concepções
manifestadas por alunos sobre a utilização da tecnologia. In: VI Colóquio
Internacional “Educação e contemporaneidade”. Sergipe, set. s.p. 2012.
MARCHESI, A.; GIL, C. H.
Fracasso escolar: uma perspectiva multicultural. Porto Alegre: Artmed, 2004.
MERCADO, L. P. L.(org.). Novas
tecnologias na educação: reflexões sobre a prática. Maceió: EDUFAL, 2002.
MORAN. J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2009.
MOURA,
M. J. F. de. O Ensino de História e as Novas Tecnologias: da reflexão à ação
pedagógica. In: ANPUH – XXV Simpósio Nacional de História, 2009, Fortaleza –
CE. Anais. Fortaleza – CE: ANPUH, 2009, p.1-10. Disponível em: http://anpuh.org/anais/wp-content/uploads/mp/pdf/ANPUH.S25.0923.pdf.
Acesso em 10 nov. 2014.
NADAI,
E. (1992). “O ensino de história no Brasil: trajetória e perspectivas”. Revista
Brasileira de História, vol. 13, nº 25/26, pp. 143-162.
PRETTO, N.L.; SILVEIRA, S.A. (Org.). Além das redes
de colaboração: internet, diversidade cultural e tecnologias do
poder. Salvador: Edufa, 2008.
VIDAL, D.G.; FARIA FILHO, L.M. História da educação no
Brasil: a constituição histórica do campo (1880-1970). Revista
Brasileira de História, São Paulo, v. 23, jul. 2003.
Bom dia Fabiano,
ResponderExcluirA utilização das redes sociais configura-se num instrumento muito interessante para a análise de discursos, principalmente nesse contexto dicotômico que busca-se impor no atual contexto político, econômico, social e cultural em que estamos inseridos. Como desconstruir os mecanismos que fomentam o "fake news" para permitir a prática dessa análise de discurso?
Maicon Roberto Poli de Aguiar
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ResponderExcluirBoa noite!
ResponderExcluirO uso das novas linguagens com a tecnologia ali implicada remete também as políticas públicas para a educação pública e seus (re)imvestimentos. Como abordar todos estes temas em uma escola públuca sem infraestrutura e alunos quase que excluídos desta sociedade de informação?
Arnaldo Henrique de Sampaio Santos
Oi Fabiano, parabéns pela sua contribuição. Depois de muitos anos dividida entre sala de aula e gestão acadêmica estou agora exclusivamente dedicada ao ensino, pesquisa e extensão e querendo aprender a usas as TDICs. Tentando usar esses recursos para um ensino-aprendizagem mais dentro do nosso cotidiano. São muitos os desafios, mas um dos principais é a falta de infraestrutura. Nossas salas de aula (exceto alguns laboratórios) não tem internet, nem wi-fi, nem todos os equipamentos. E quando tem um desses recursos nos faltam os outros. Ou seja, além do desafio de novas metodologias, convivemos com os obstáculos que se refere a falta do acesso à internet, e consequentemente as TDICs.
ResponderExcluirRosilene Dias Montenegro.
Olá Fabiano,
ResponderExcluirParabéns pela reflexão. Uma dúvida que sempre surge a respeito do uso das tecnologias em sala de aula é a questão da diferenciação no acesso, já que este não está disponível para todos os alunos (nem para todas as escolas). Você acha que a popularização dos celulares facilita esse trabalho? E como poderíamos utilizar estes aparelhos para qualificar o ensino de história?
Abraço e obrigado.
Israel da Silva Aquino
Importante reflexão sobre a tecnologia como parte do ensino de história. Como bem coloca Buckingham (2008), infelizmente o que ainda vemos nesse âmbito é a rejeição a cultura cotidiana dos alunos, parece que os jogos eletrônicos, aplicativos, redes sociais e celulares não existem quando estamos em sala de aula. O que é uma omissão desastrosa para compreensão da tecnologia relacional. Acredito que é essencial trazer para o espaço escolar as mídias com quais os alunos estão acostumados e, apesar das diferenças econômicas e sociais, existem softwares, jogos e outras ferramentas de cunho gratuito que podem auxiliar na aprendizagem. Em um cenário onde a tecnologia é negligenciada pela maioria dos historiadores, creio que a principal questão é: como fazer para os professores se adaptarem às novas tecnologias? O que tenho observado é que os alunos estão cada vez mais conectados às novidades tecnológicas, porém os professores continuam usando um método de ensino de 10 a 20 anos atrás. Como incentivar essa "atualização" do educador e mostrar a necessidade de se adaptar aos alunos?
ResponderExcluirKaren Keslen Kremes
muito boa a sua reflexão, mas eu pergunto, como introduzir esse novo meio nas escola, se não é todos os alunos que tenha um celular? e a maioria não dominam essa ferramenta? e como fazer para que no momento da aula com esse aferramento, os alunos estejam mesmo de fato ligado na aula?
ResponderExcluirBom dia Fabiano.
ResponderExcluirSempre vejo os questionamento em relação a estrutura das escolas ou o despreparo dos professores para a utilização da informática no ensino e aqui mais precisamente em História. Mas sinto falta da elaboração de materiais para esse uso, programas interativos e jogos por exemplo. O que você acredita que poderia intensificar a elaboração desses novos recursos? Acredita que é possível em um curto prazo ou somente a longo prazo?
Marcel Sousa de Matos
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ResponderExcluirFabiano, bom dia.
ResponderExcluirVocê, enquanto professor da rede básica, trabalha com essas tecnologias em sala de aula?
Conhece a metodologia da WebQuest?
Att.
Pedro Caires
Olá Fabiano, boa noite e parabéns pelo artigo!
ResponderExcluirEste assunto entre as tecnologias e a cultura da escola é bastante atual e também muito polêmico, no que diz respeito a sua aceitação por grande parte de professores. Como você ressaltou, citando Lima e Ribeiro (2012) "o uso de ferramentas tecnológicas pode representar um grande potencial significativo no processo de ensino/aprendizagem, desde que apresente coerência em sua estrutura interna e sequência lógica dos conteúdos, e que eles sejam compreensíveis para os sujeitos que aprendem. Sendo assim, considera-se necessário que os profissionais envolvidos no processo de ensino/aprendizado busquem se qualificar para lidar com as novas TDICs, atuando como mediador entre o aluno e a aprendizagem", é preciso utilizar as tecnologias como ferramentas e os profissionais da educação, precisam se qualificar para aceitar e saber como utilizá-las com toda sua potencialidade.
Você, enquanto estudante na graduação, em seu curso de licenciatura teve alguma disciplina em que o tema era voltado para o uso dessas tecnologias? E além disso, você como professor, consegue utilizá-las em sala de aula de forma a despertar a curiosidade, o senso crítico de seus alunos, havendo aceitação tanto deles quanto da parte da coordenação pedagógica da escola?
Priscila Nascimento Marcelino
Olá Fabiano,
ResponderExcluirparabéns pelo seu texto e pelas reflexões que proporciona. Na posição de professora de História sempre me questiono sobre a possibilidade de estudar as novas tecnologias em sala de aula de modo a dispensar a necessidade arbitrária de sua instrumentalização. Isso porque, tornaram-se comuns as representações de neutralidade das ferramentas tecnológicas ou, pelo contrário, sua positivação exacerbada – esta última relacionada com a inovação e os entusiasmos pela “panaceia modernosa” que o texto mencionou. Mas como você mesmo coloca, a tecnologia não é somente uma ferramenta e pode “ser entendida em seus aspectos de produção de identidades e de subjetividades.” Portanto, como o ensino de História pode alcançar essas problematizações sem necessariamente cair no instrumentalismo da tecnologia como simples ferramenta pedagógica?
Att,
Giovanna.
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ResponderExcluirBoa reflexão! Eu acho que o uso de tecnologias digitais em sala de aula é muito importante, pois vivemos a cibercultura. O que deve ser pensado é o seu acesso, pois a precarização da educação pública é uma barreira nessa questão (não se tem estrutura para realização dos projetos: quando tem computador, não tem internet...). Na rede privada de ensino vemos que o uso de tecnologias digitais têm dado resultados expressivos para melhoria da educação, eu como mãe de aluno e licenciada em História vejo isso.
ResponderExcluirAinda existe o despreparo de alguns profissionais da docência frente as tecnologias digitais, mas deve partir dele também o compromisso com a sua formação continuada, não apenas das políticas públicas.
como você vê essa questão da formação docente perante o uso das TDCIs?
Deise Machado Mendes.
É imprescindível, atualmente, a importância de se inserir no âmbito do processo de ensino aprendizagem o uso de tecnologias digitais como uma ferramenta de auxílio tanto ao professor quanto ao alunos nos usos dessa nova metodologia pedagógica; mas como seria feito essa interação de forma estrutural já que não se prioriza a educação no nosso país, não se investe de forma qualitativa na educação, em uma formação de qualidade para os nossos professores,enfatizando uma perspectiva tecnológica, e não se busca atrair os jovens que estão fora do meio escolar, como a tecnologia proporcionaria essa integração?
ResponderExcluirJOSIENE dos Santos Silva
É imprescindível, atualmente, a importância de se inserir no âmbito do processo de ensino aprendizagem o uso de tecnologias digitais como uma ferramenta de auxílio tanto ao professor quanto ao alunos nos usos dessa nova metodologia pedagógica; mas como seria feito essa interação de forma estrutural já que não se prioriza a educação no nosso país, não se investe de forma qualitativa na educação, em uma formação de qualidade para os nossos professores,enfatizando uma perspectiva tecnológica, e não se busca atrair os jovens que estão fora do meio escolar, como a tecnologia proporcionaria essa integração?
ResponderExcluirJOSIENE dos Santos Silva
Olá Fabiano Viana Andrade.
ResponderExcluirComunicação com ingredientes reflexivos. Muito bom.
As tecnologias digitais estão impregnadas no nosso contexto social. Não há como desvincular a sociedade sem a tecnologia e a comunicação no século XXI. A escola como extensão social necessita se comprometer a desenvolver práticas utilizando as TDICs. Nas ciências humanas, o ensino de história consegue se apropriar da tecnologia para efetivar satisfatoriamente sua responsabilidade para com o ensino em sala de aula. Sendo assim, como as universidades de ciências humanas deveriam organizar suas grades de ensino para que os graduandos possam se apropriar das tecnologias no ensino de história?
JULIO JUNIOR MORESCO
Boa noite,
ResponderExcluirAo mesmo tempo que acreditamos que as tecnologias são importantes para a educação, algumas escolas proíbem o uso de celular em suas dependências, o que fazer para que as tecnologias sejam utilizadas como aliadas no aprendizado dos alunos brasileiros?
Hernando Ribeiro de Carvalho