Elizete Gomes Coelho dos Santos


REFORMA PEREIRA PASSOS EM QUESTÃO: CONSIDERAÇÕES ACERCA DA UTILIZAÇÃO DE FOTOGRAFIAS ENQUANTO FONTES HISTÓRICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA


Diante da presença maciça de imagens no cotidiano contemporâneo, é preciso admitir que, de forma geral, os alunos possuem uma cognição para qual a escola não tem dado conta por estar pautada em outros valores de percepção temporal. Tudo parece escapar, escorrer por entre os dedos, em tamanha fluidez que impossibilita permanências; diante deste complexo quadro, Paula Sibilia (2012) destaca a importância de atribuir sentido e tecer redes capazes de transformar esta lógica da efemeridade em experiência, auxiliando na relação professor-aluno em dar conta da produção de conhecimento diante da enxurrada de simultaneidades informativas infindável.

O ser humano passa a ser afetado de tal forma que parece metamorfosear-se diante dos dispositivos eletrônicos que estão ao seu redor, pois estes:

“não só provocam velozes adaptações corporais e subjetivas aos novos ritmos e experiências, permitindo responder com a maior agilidade possível à necessidade de reciclagem constante e de alto desempenho, como também eles mesmos acabam por se multiplicar e se popularizar em virtude de tais mudanças nos estilos de vida”. (SIBILIA, 2012, p. 51)

Estratégias de fixação se colocam enquanto desafio para o ensino de História na educação básica em tempos marcados pelo presentismo resultante do progresso tecnológico, da sociedade de consumo e da mercantilização temporal (HARTOG, 2006), constituindo a tirania do instante e da estagnação de um presente perpétuo (HARTOG, 2015, p. 24).

Defendo neste texto, a potencialidade de utilização de fotografias acerca da Reforma Pereira Passos como fontes para o ensino de História no que concerne às discussões em torno das temporalidades, através do emprego de metodologia específica.

Os usos de imagens indicados aqui se inserem no estudo sobre a Primeira República no Brasil (1889-1930), que, de acordo com o “Currículo Mínimo” de História, política curricular implantada pela Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (Seeduc-RJ), rede educacional na qual leciono, é um dos conteúdos previstos a serem abordados no primeiro bimestre da 3ª série do ensino médio por intermédio de duas competências e habilidades, a saber: “comparar o significado geo-histórico das organizações políticas e socioeconômicas em escala local e regional” e “correlacionar o conceito de cidadania no Brasil republicano com as organizações políticas e socioeconômicas do período”

Setenta e três anos separam o momento inicial de divulgação da fotografia, em 1839, para a criação do primeiro aparelho fotográfico portátil (Kodak), sendo o ano de 1895, inaugural para o cinematógrafo, invenção dos irmãos Lumière. Com a alteração da técnica, ocorrem mudanças na forma e nas percepções das imagens, que dialogam entre si; a título de exemplificação, a partir da expansão da utilização de fotografias, uma estratégia utilizada na pintura foi buscar pintar aquilo que não se podia fotografar.

No Brasil, não apenas a inserção, como também o incentivo e a disseminação da fotografia, concebida como a realidade em si, compunha projeto nacional romântico protagonizado por Pedro II, ganhando espaço significativo entre as elites brasileiras. O próprio imperador “se gabava de ser o primeiro monarca fotógrafo, além de contratar e financiar uma série de profissionais da área, (….) não só se comporta como mecenas da fotografia, (…) cria uma coleção com critérios próprios” (SCHWARZ, 2004, p. 397).

A partir da segunda metade do século XX, o estatuto de suporte da realidade em si das fotografias passa a ser questionado de forma mais assídua por diferentes correntes explicativas, desde a teoria da percepção até a semiologia pós-estruturalista (MAUAD, 1996, p. 75). Na medida em que as fotografias passam a ser vistas como produto cultural, resultado do trabalho social de produção de sentidos, o que as insere no campo da Cultura Visual, elementos advindos de plurais saberes são imprescindíveis para a sua análise.

Aposto na potencialidade do uso de fotografias na qualidade de fonte histórica no ensino de História na educação básica como estratégia pedagógica contributiva ao entendimento de mudanças e permanências através de um estudo comparativo (BITTENCOURT, 2004, p. 369), que utilize metodologia específica, considerando indispensável, a reflexão em torno da questão das temporalidades. Através de métodos de pesquisa, é possível apreender que fotografias podem contribuir para a veiculação de novos comportamentos tanto quanto podem atuar como meio de controle social (MAUAD, 1996, p. 73), por exemplo.

As três fotografias selecionadas para este estudo são referentes à construção da Avenida Central, em contexto do conjunto de ações denominado Reforma Pereira Passos. Durante a Primeira República no Brasil (1889-1930), estava em voga debates em torno de conceitos como modernidade, progresso e temporalidade e, civilização; a fotografia corroborava para a construção simbólica de uma imagem moderna e civilizada para a cidade do Rio de Janeiro: à vista disso, modernizar era ir além de resolver insalubridades mas promover imagens, nas quais o futuro é entendido como progresso.

Ana Maria Mauad (1996, p. 84-85) indica, em tom de alerta, a importância da identificação de informações mínimas para a pesquisa de fotografias, a saber: a agência produtora, ano e número da foto, tema, local, pessoas, objetos, atributos das pessoas, atributo da paisagem e tempo retratados e ainda, tamanho, formato e suporte, tipo, enquadramentos e produtor da foto, além de seus aspectos referentes à nitidez. Boris Kossoy (2014, p. 96-101), em seu livro “Fotografia & História”, sugere quatro roteiros analíticos específicos para esta empiria, que possibilitam a recuperação de dados referentes à procedência, à conservação e à identificação do documento fotográfico, além de seus elementos constitutivos: identidade do documento e características individuais (registro, localização física, procedência, conservação); informações referentes ao assunto (tema representado na imagem fotográfica); informações referentes ao fotógrafo (autor do registro); informações referentes à tecnologia (processos e técnicas empregadas na elaboração da fotografia, incluindo detalhes de acabamento e características físicas).

As fotografias aqui selecionadas são de autoria de João Martins Torres e podem ser concebidas como instrumento de documentação, publicização e legitimação das reformas urbanas ocorridas na cidade do Rio de Janeiro no início do século XX, com ênfase na abertura da Avenida Central (ARAÚJO, 2014, p. 47). Elas compõem o acervo particular deixado pelo engenheiro Paulo de Frontin, que dirigiu a Comissão Construtora da Avenida Central, atual Rio Branco desde 1912, subordinada ao Ministério da Indústria, Comércio, Viação e Obras públicas, chefiado por Lauro Müller. Uma hipótese investigativa seria que o grupo de fotografias a qual estas pertencem, tenha sido encomendado pela comissão chefiada por Frontin, ainda que o nome de Torres não seja muito conhecido na história da fotografia do Rio de Janeiro, e que estas imagens não tenham configurado um álbum, tal como o que foi encarregado a Marc Ferrez pela mesma comissão (ARAÚJO, 2014apudTURAZZI, 2006). Os fotógrafos inseridos no contexto aqui abordado são vistos, portanto, através de uma lente que os hierarquiza perante a percepção governamental; a análise do processo de produção, circulação, consumo e da trajetória de uma fotografia possibilita restabelecer as condições de emissão e recepção da mensagem fotográfica, bem como as tensões sociais que envolveram a sua elaboração (MAUAD, 1996, p. 80).

A partir das considerações de Viviane Araújo (2014), em seguida, buscarei justificar a escolha empírica aqui feita. Primeiramente, fotografias condizentes ao período da Reforma Pereira Passos contribuem para que os alunos possam contrastar elegantes fachadas que deveriam passar a representar a cidade moderna e uma cidade dos cortiços insalubres, abordando simultaneidades. As opções escolhidas pelo fotógrafo João Martins Torres não podem passar por despercebidas pois foram efetuadas em um conjunto de escolhas possíveis; escolhas estas influenciadas por uma determinada demanda e tecnologia empregada (KOSSOY, 2014, p. 81).

Dentre os fotógrafos que retrataram as alterações provocadas por este conjunto de reformas, também estão Augusto Malta e Marc Ferrez. Este rastreamento de profissionais que atuaram numa região e em determinado período se torna relevante:

“para se estabelecer uma cronologia desses fotógrafos e seus sucessores, e assim obter um rastreamento da atividade fotográfica nas diferentes regiões e períodos; para se ter um contato abrangente e familiarizado com os artefatos fotográficos do passado, a diversidade temática, os estilos e as tecnologias empregadas nos diferentes períodos; para se obter um mapeamento da documentação fotográfica existente, através do levantamento dos acervos fotográficos públicos e privados” (KOSSOY, 2014, p. 64-65).

De acordo com Araújo (2014), as fotografias produzidas no âmbito da Reforma Pereira Passos deveriam apresentar visualmente etapas de um processo, que no discurso oficial ganhava forma com a ideia de derrubada do passado para a edificação de um futuro concebido como progresso. A perspectiva de futuro aqui colocada condiz com linearidade e expectativa de melhora; já que a reflexão em torno de temporalidades é sine quan non para o ensino de História e são diversas as formas de experimentar o tempo, conceitos temporais para além de passado, presente e futuro podem ser problematizados junto aos alunos através de análises de fotografias, como experiência, expectativa, ritmos de tempo, duração, periodização, medidas de tempo, historicidade, processo, sequência, sincronia, diacronia, ruptura e continuidade.

A primeira fotografia selecionada refere-se à cerimônia de abertura dos trabalhos de construção da Avenida Central, que foram iniciados em 28 de fevereiro de 1904.


Fig. 1
KOK, Glória. Rio de Janeiro na época da Avenida Central. São Paulo: Bei Comunicação, 2005. p. 77.

Tanto Circe Bittencourt (2004, p. 370) quanto Boris Kossoy (2014, p. 92) indicam a importância de relacionar fotografias a outros tipos de fontes, tais como notícias de jornais, para a identificação e confrontamento de informações; Araújo (2014) sugere um artigo publicado no dia seguinte a esta comemoração na Gazeta de Notícias:

“[...] Dirigiram-se todos para o fundo do terreno (da rua da Prainha), onde havia um tropheo de bandeiras de todas as nações e uma placa com os seguintes dizeres: “8 de março de 1904”. Sob este tropheo estava a lage de granito em que foi atacado o serviço da abertura da avenida Central. A cerimônia consistiu no seguinte: o Sr. Presidente da Republica commutou a corrente elétrica de um motor Watson que acionara um perfurador, fazendo assim funccionar o martello, e o Sr. Dr. Lauro Muller segurou a broca, trabalhando o aparelho alguns instantes. [...] Terminada essa cerimônia, procedeu-se a do lançamento da primeira construcção da avenida, propriedade do Sr. Eduardo P. Guinle e entregue a competência do architeto Antônio Januzzi” (KOK, 2005, p. 78).

Esta autora destaca que a realização da cerimônia se deu em meio a pilha de entulhos e edifícios de alvenaria parcialmente demolidos, adornos feitos de flores e ramos de coqueiros enfeitando um muro já afeitado pela obra e contou com a presença de autoridades federais que dirigiam a solenidade. A partir do enquadramento adotado pelo fotógrafo Torres, o cenário das demolições é tão protagonista dessa fotografia quanto a realização da cerimônia inaugural (ARAÚJO, 2014, p. 57).

Diferentemente do fotógrafo Augusto Malta, que se dedicou muito mais a esta avenida já aberta ao trânsito de pessoas e veículos, Marc Ferrez, realizou registros do planejamento e dos aspectos arquitetônicos dos novos edifícios, não buscando focalizar em escombros. Abordagem comparativa das obras de Malta, Ferrez e Torres contribuiria para que os alunos apreendessem diferentes trajetórias profissionais, suas intencionalidades e por quem as fotografias são encomendadas.

A segunda fotografia escolhida aborda linha de bondes instalada pela Companhia Jardim Botânico a fim de auxiliar o transporte de materiais de construção e trabalhadores no percurso das obras da Avenida Central, em meio a escombros (ARAÚJO, 2014).


Fig. 2
KOK, Glória. Rio de Janeiro na época da Avenida Central. São Paulo: Bei Comunicação, 2005. p. 53.

Torres registrou um momento transitório - passagem urbana com a qual os moradores da cidade conviveriam apenas por um intervalo muito curto de tempo - para um futuro com a roupagem de progresso. Relacionar a linha de bondes, elemento central desta fotografia, com notícias de jornal referente a utilização de bondes elétricos no final do século XIX corrobora para a avaliação dos impactos causados pelo uso da eletricidade nos costumes urbanos do Rio de Janeiro. Como, por exemplo, o trecho do Jornal do Brasil, de 09 de outubro de 1892:

“A companhia de bonds de Botafogo, inaugurou hontem a nova linha de bonds electricos. Á 1 ¼ da tarde partiram 3 bonds da rua da Guarda Velha, conduzindo o Sr. marechal vice-presidente da republica, capitão Eduardo A. da Silva, seu ajudante de ordens, o Sr. contra-almirante C. de Mello, e convidados, com destino á rua Dois de Dezembro, estação da companhia, fazendo todo o trajecto em 12 minutos. Ali foi servido um profuso lunch, onde se trocaram vários brindes, sobresahindo os dos Srs. coronel Malvino Reis, ao Sr. marechal Floriano, Dr. Nilo Peçanha, barão Ribeiro de Almeida, Dr. Coelho Cintra, do Sr. contra-almirante Custodio José de Mello, ministro da marinha, ao povo americano e o brinde de honra feito ao Sr. marechal Floriano, pelo Sr. barão Ribeiro de Almeida. foi grande o numero de convidados. Entre elles se achavam senadores, deputados, intendentes, etc. O resultado da experiencia da electricidade nos bonds, foi satisfatoria” (apud, WEGUELIN, 1998, p. 50).

A terceira fotografia trata dos novos edifícios já em construção da Avenida Central, na esquina com a Sete de Setembro, tomada na direção da Praça Mauá; Torres registrou a sede do jornal O Paiz na porção central da cena (ARAÚJO, 2014).


Fig. 3
KOK, Glória. Rio de Janeiro na época da Avenida Central. São Paulo: Bei Comunicação, 2005. p. 71.

Mesmo diante do trânsito de pedestres e da inauguração da avenida, esta fotografia focaliza o que ainda havia de inacabado, como processo para o progresso, diferentemente de registros de outros fotógrafos.

A análise de trecho do Gazeta de Notícias, de 15 de novembro de 1905, relacionando-a fotografia terceira deste estudo possibilita identificar as instituições que tinham suas sedes nesta avenida, assim como as personalidades que estariam presentes no terceiro processo inaugural da Avenida Central e, mais uma vez, o destaque dado a eletricidade:

“Hoje deve ser entregue ao trânsito público a primeira Avenida construida no rio de Janeiro, que recebeu o nome de Central. Como é igualmente sabido, esta grande artéria será oficialmente inaugurada hoje pelo Sr. presidente da República, que cortará as fitas que a fecham. Quase todos os prédios concluídos terão as suas fachadas ornamentadas com bandeiras e garlhadetes. Dentre estes, destacam-se os do Sr. Eduardo Guinle, posto à disposição da comissão construtora da Avenida e do qual o Sr. presidente da República assistirá ao desfilar das tropas, e da Rio Light and Power. O primeiro acha-se internamente decorado com muito gosto, tendo nos vastos salões, além de escudos com bandeiras encimadas por guirlandas de flores, muitos festões cruzando os tetos assim como nas sacadas que dão para a Avenida. O outro prédio que se destacará pela sua ornamentação é o em que se vê instalada a Light, que além de outros enfeites terá a fachada iluminada por 500 lampadas elétricas incandescentes multicores, tendo no centro uma estrela formada pelas mesmas lâmpadas. esse prédio pertence ao Sr. Conde Sucena. (…) Os mastros fincados ao longo da Avenida, em número de 348, terão galhardetes e serão ligados por festões. Em 41 desses postes serão colocados escudos com os nomes dos engenheiros da comissão da Avenida, assim como também alguns com os nomes de vários construtores. Os coretos, em número de sete, acham-se colocados nos seguintes pontes da grande artéria: um em frente à Casa Guinle; dois na praça circular; um em frente ao 1o Barateiro, em forma de açafate de flores (este coreto será o mais belo); um em frente ao Teatro Municipal e dois no trecho entre a rua do Passeio e Santa Luzia. (…)” (apud, WEGUELIN, 1998, p. 85-86).

As três fotografias selecionadas apresentam o antes como obsoleto e o futuro como progresso, se colocam enquanto meio termo com destaque para aquilo que há por vir, possibilitando observar, passo a passo, “o velho sendo destruído e o novo, erguido” (ARAÚJO, 2014, p 65). Por mais que tenham ocorrido esforços para a construção de um discurso oficial em prol da modernidade, esta não foi vivida e pensada por toda a sociedade da mesma maneira; a análise de fotografias precisa levar em conta aspectos para além do visível como a atribuição de significados por aquele que as vê. Movimentos como Revolta da Vacina e Revolta da Chibata são indicativos de divergência de ideias neste contexto e de insatisfações diante de medidas governamentais; uma investigação interessante a propor para os alunos seria averiguar a localização atual destas três fotografias e como diferentes setores da sociedade as receberam e as ressignificaram, dando base para a elaboração de charges e até mesmo, textos jornalísticos.

As provocações aqui propostas buscaram destacar que o assunto, o fotógrafo e a tecnologia, empregada num espaço-tempo, são os três elementos essenciais para a realização de uma fotografia (KOSSOY, 2014, p. 41-43) e não podem ser negligenciados por quem se propõe a analisá-las. Quem as produziu? Por quê? Quando? Para quem? Documentos precisam ser interrogados para possibilitar a construção do conhecimento histórico e uma vez que os alunos da educação básica trabalham com problemas, aprendem a selecionar, organizar, estruturar informações e produzir resultados, sistematizando-os para comunicar sobre um determinado tempo, o passado, ou seja, aprendem a pensar historicamente (ALBERTI, 2012, p. 63).

Considerações finais
Reflexões em torno de imagens necessitam considerar uma rede de relações e a fotografia não se coloca à margem disso: cada uma requer ser vista como resultado de uma leitura particular do real, pensar fotografias é considerar suas condições de produção.

Muitos são os desafios que se apresentam para o ensino de História escolar, dentre eles, estão a necessidade de se debater questões temporais e a utilização apropriada de fontes históricas. Como aponta Durval Albuquerque Júnior, “a história nos permite (...) o aprendizado de que aquilo que somos é apenas uma forma de ser entre muitas” (ALBUQUERQUE JÚNIOR, 2012, p. 31), pois são diversas as maneiras de se experimentar temporalidade. O uso de fontes por intermédio de metodologia que respeite suas especificidades corroboram para que os alunos desenvolvam capacidades importantes para a construção de conhecimento histórico, tendo como exemplo, pensar, refletir, analisar, comparar, argumentar e expressar juízos (CAIMI, 2014, p. 182).

Referências
Elizete Gomes Coelho dos Santos é mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino de História da UFRJ e professora da rede estadual do Rio de Janeiro.

ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. Fazer defeitos nas memórias: para que servem o ensino e a escrita da história? In: GONÇALVES, Márcia de Almeida. ROCHA, Helenice. REZNIK, Luís. MONTEIRO, Ana Maria (orgs.). Qual o valor da história hoje? Rio de Janeiro: Editora FGV, 2012.

ALBERTI, Verena. Proposta de material didático para a história das relações étnico-raciais. Revista de História Hoje., v. 1, n° 1, p. 61-88 – 2012.

ARAUJO, Viviane. O papel da fotografia na construção simbólica das reformas urbanas. Rio de Janeiro, 1904-1906. Revista Urbana, v. 6, n° 9, ago-dez, 2014 – Dossiê: Dimensões Simbólicas das intervenções Urbanas CIEC/UNICAMP.

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.

CAIMI, Flávia Eloisa. Geração Homo Zappiens na escola: os novos suportes de informação e a aprendizagem histórica. In: MAGALHÃES, Marcelo. ROCHA, Helenice. RIBEIRO, Jayme Fernandes. CIAMBARELLA, Alessandra (orgs.). Ensino de História: usos do passado, memória e mídia. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2014.

HARTOG, François. “Tempo e Patrimônio”. In: VARIA HISTORIA, Belo Horizonte, vol. 22, nº 36: p. 261-273, Jul/Dez 2006.

_______________. Regimes de Historicidade – presentismo e experiências do tempo. 1. ed. 2. reimp. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

KOK, Glória. Rio de Janeiro na época da Avenida Central. São Paulo: Bei Comunicação, 2005.

KOSSOY, Boris. Fotografia & História. 5. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2014.

MAUAD, Ana Maria. Através da Imagem: Fotografia e História Interfaces. Revista Tempo, Rio de Janeiro, vol. 1, n° 2, 1996. p. 73-98.

RIO DE JANEIRO. Currículo Mínimo de História. Secretaria de Estado de Educação. Rio de Janeiro, 2012.

SCHWARCZ, Lilia M. Lendo e agenciando imagens: o rei, a natureza e seus belos naturais. Sociologia e Antropologia. Julho-dezembro, 2004, v. 04, n° 02, p. 391-431.

SIBILIA, Paula. Redes ou paredes. A escola em tempos de dispersão. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.

WEGUELIN, João Marcos. O Rio de Janeiro através dos jornais. São Paulo: USP, 1998.


7 comentários:

  1. A utilização de fotografias em sala de aula realmente é uma boa estratégia para promover um maior conhecimento entre os estudantes. Gostei do trabalho. No sentido de tarbalhar a História Local, você também concorda que é necessário a valorização dessa fonte histórica, ou só em conteúdo mais geral? Obrigado.

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    1. Olá Edivaldo Rafael! Acredito que a utilização de fotografias para se trabalhar História Local seja uma estratégia bastante pertinente quanto a abordagem de conceitos como identidade e memória. Com certeza, esta abordagem que mencionada por ti é válida. Destaco que a utilização de fotografias enquanto fontes históricas necessitam de uma abordagem específica, que condiz com suas peculiaridades. Obrigada pela sua colocação.

      Elizete Gomes Coelho dos Santos

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  2. Pezada Elizete, gostaria de, primeiramente, parabenizá-la pela qualidade de seu texto. A temática selecionada e as estratégias sugeridas muito me interessam. Pesquisas sobre o contexto da "Belle Époque Tropical" estavam muito em voga no período de minha graduação, nos idos de 1990, ecoando a virada de século que também vivíamos. Não à toa, me debrucei sobre o tema em minha monografia sobre a chegada do cinema ao Rio de Janeiro e sua relação com a modernização da cidade. Contudo, confesso que, como professor, pouco tratei da questão em sala de aula. Muito por conta do extenso conteúdo reservado ao nono ano de escolaridade, ficando as Reformas Passos reduzidas a um dos fatores que desencadearam a Revolta da Vacina. Dito isso, pergunto: como trabalhar esse tema de forma mais destacada, conciliando com os demais conteúdos e com as estratégias de uso das imagens como fontes históricas por você aqui propostas? Abraço!
    Paulo José Assumpção dos Santos

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  3. Olá Paulo! Como é bom encontrar colegas do PROFHISTÓRIA/UFRJ por aqui! Como nós sabemos, não há receita de bolo de como trabalhar esta respectiva temática de forma mais destacada porém destaco que, apesar das pressões que nós professores sofremos, no sentido de dar conta de "todo um conteúdo", a abordagem que aqui indiquei possibilita que seja construído junto ao aluno, etapas do ofício do historiador, o que auxilia na percepção de conhecimento histórico como produto de um tempo específico, com suas peculiaridades. Creio que investir na análise de fotografias mesmo que em aulas cujo norte seja a estrutura expositiva, mas que seja expositiva dialogada.

    Elizete Gomes Coelho dos Santos

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  4. O trabalho com fontes historicas em sala de aula é sempre um desafio. A fotôgrafia é uma fonte histórica valiosa para a compreensão do passado, mas, assim como as outras fontes, devem ser questionadas( as informações contidas nela) contextualizadas e direcionados ao conteúdo. Hoje, os registros fotográficos são abundantes e devem ser alvo de metodologia específica para as análises históricas.
    Excelente trabalho, Elizete. Você trabalha a fotografia somente com os conteúdos do livro didático ou utiliza imagens do cotidiano dos alunos?
    Ivan Francisco Viana de Lima

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  5. Ivan, obrigada pela sua colocação. Desde que metodologia específica seja utilizada, é válido abordar fotografias enquanto fontes históricas na sala de aula. Utilizá-las para a inserção de temas comumente silenciados é uma estratégia pedagógica relevante.

    Elizete Gomes Coelho dos Santos

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  6. Elizete, gostei bastante de seu trabalho. Fotografia & História é uma relação muito importante. Algumas imagens podem até preterir de legendas ou textos tamanha a representatividade da linguagem historiográfica em questão. Gostaria de saber se em textos escritos, artigos, dissertação e teses vc encontrou alguma(s) referência (s) sobre o modo (ou modos) de melhor inserir fotografias no texto corrido. Isso é sempre um tanto problemático para quem não tem essa área ou habilidade.

    Atenciosamente,

    Rodrigo Henrique Araujo da Costa

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