Ana Lúcia Silva Santos e Lucilvana Ferreira Barros


O CINEMA COMO FERRAMENTA NO DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZEM NO ENSINO DE HISTÓRIA


Introdução

O presente artigo tem como objetivo analisar o cinema como uma nova linguagem no ensino de história, compreendendo as possibilidades de pensar a relação de história e cinema, partindo de uma análise do cinema na história, História no cinema e a história do cinema, entendo-o como ferramenta que viabializa o processo ensino/aprendizagem de história em sala de aula, bem como desenvolver o olhar para o cinema como fonte histórica.  Este texto foi produzido na disciplina:  Prática Curricular continuada IV: ensino de História e Linguagens: literatura, oralidades e mídias, curso de História, IETU, Unifesspa, sob a coordenação da Profa. Lucilvana Ferreira Barros.

O cinema é uma ferramenta que desperta o interesse de muitas pessoas em diversas faixas etárias, trazendo consigo  representações das relações sociais, da história da humanidade e também ideologias, o que permite ao historiador realizar reflexões e debates acerca do mesmo como fonte de pesquisa e desenvolver em sala de aula um contexto histórico de forma mais estimulante e agradável ao aluno.


Cinema na História

No final do século XIX  e início do século XX o cinema era desenvolvido a partir de fotografias que eram apresentadas em registros de cenas cotianas e hábitos sociais, com a finalidade tanto de entretenimento, quanto de registro documental. As primeiras cenas de cinema foram exibidas em 1895  em Paris, criada após a Revolução Industrial pelos irmãos Auguste Marie Louis Nicholas Lumière e Louis Jean Lumière e apresentado ao público pela primeira vez pelo seu pai Antonio Lumiere. Desde então, o mesmo tornou-se um meio de expressão, comunicação  e construção de sensibilidade dentro da sociedade.

Todos os filmes são históricos, pois eles retratam a uma determinada época. Ao realizar sua análise é necessário entender que são apenas interpretações dos vestígios deixados e que não são a reconstituição do passado, onde ele não tem o poder de mostrar a verdade, bem como não tem nenhuma obrigatoriedade em se legitimar:

Essa crença de que o filme de reconstituição histórica, seja ele ficção ou documentário, é a representação do vivido é altamente questionada pelos historiadores. O filme é uma fonte em potencial e, por isso, deve ser objeto de crítica e avaliação. Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que todo filme, independentemente do seu gênero ( ficção ou documentário, comédia ou drama) é produto direto do tempo em que foi feito. Esse elemento é fundamental para quaisquer análise histórica”  (FERREIRA, 2009, Pág.127).

O Cinema como metodologia de trabalho

Ao se trabalhar com cinema, o historiador precisa realizar o trabalho de desconstrução e análise do filme com um olhar crítico,compreendendo a linguagem cinematográfica e  seu discurso ideológico os quais não possuem responsabilidade com uma concepção problematizadora dos fatos históricos. Os filmes são uma construção que modifica a realidade a partir de sua linguagem, os sons, as imagens e seus movimentos, realizando um trabalho de seleção conforme a preferências de quem o realiza. O filme é uma interpretação, assim sendo não há uma fidelidade a época retratada. A história se manifesta no cinema de quatro maneiras:

“Herança positivista: Preocupação com a exatidão da reconstituição fílmica do passado o com o registro mais fiel  possível de eventos ocorridos; Predomínio da ideologia ( “ discurso ideológico”) dos realizados sobre a historicidade, subvertendo o sentido dos personagens e dos fatos; Apelo ao “discurso novelesco”, predominante ao discurso histórico, tornando mais sutil “ subversão” dos fatos e processos; Criação de uma narrativa histórica própria, que opera dentro do discurso histórica instituído, utilizando técnicas de citação bibliográfica e documental, legitimada por pesquisadores” (NAPOLITANO, 2008, p. 241).

É preciso pensar o cinema a partir da história, bem como entender que nenhum filme apresenta-se como verdade e nem ficção por completo e que a História se manifesta nele. Para Napolitano (2008), há três possibilidades básicas de pensar a relação entre história e cinema; o cinema na história, a história do cinema e a história no cinema. Para o autor, o cinema na história é o cinema entendido como fonte primária para investigação historiográfica. A história no cinema é o cinema como produtor de discurso e a história do cinema é a abordagem que enfatiza os avanços dentro da linguagem cinematográfica, das condições sociais de produção e recepção de filmes. Desta forma, pode-se dizer que possuímos um leque de representações cinematográficas que vão para além da função prática, estética e simbólica, mas também ideológica.  Assim sendo, o filme deve ser objeto de crítica e avaliação.

Todo filme é produto direto do tempo em que foi produzido, ao se utilizar do filme em sala de aula, no ensino de história, é preciso pensá-lo como documento histórico e não apenas como ilustração. É preciso pensar o cinema como uma ferramenta que gera discussão e consequentemente gera reflexão e produção do raciocínio crítico e que o mesmo não deve ter a função de substituir o estudo histórico, o professor, nem tampouco deve ser utilizado para ilustrar a “verdade” do que esta sendo retratado. É preciso pensar o processo de construção e intenção do filme, apresentando-o como um documento de uma época.

O filme entendido como objeto de análise, possibilita ao professor, ultrapassar os objetivos de quem o criou. Utilizá-lo como recurso didático requer um exercício crítico que consequentemente se tornará um poderosa ferramenta para construção do ensino de história:

“Os filmes podem passar a ideia de uma reprodução fiel da realidade, mas nada é mais enganador, porque eles não são evidentes em si mesmos, mas uma construção que modifica a realidade por meio da articulação de imagens, palavras, sons e movimentos. Os elementos relacionados à produção (iluminação, enquadramento, movimentos de câmera, cores) fazem parte da linguagem fílmica, que também transforma e interpreta a realidade. Os documentos, com uma pretensão de descreve mais fielmente a realidade, devem igualmente ser objeto de crítica, porque, como qualquer filme, selecionam, privilegiam e negligenciam conforme as preferências do seu realizador.” (FERREIRA, 2009, p. 128).

 O Cinema no Ensino de História

Ao introduzir o cinema em sala de aula é preciso que o professor faça uma leitura, um estudo deste filme, para que assim ele encontre caminhos para construção do raciocínio histórico. Como levar um filme para sala de aula, se o professor não o conhece profundamente as suas construções, função, qual sua intenção, qual história presente, que ideologias são apresentadas? Como desconstruir e desnaturalizar aspectos presentes no filme que não são de profundo conhecimento do professor? Como utilizar o filme como recurso didático, se não entendemos como essa ferramenta funciona?. Se o professor não se atentar a esses aspectos que devem ser analisados, o trabalho com filme será em vão, no ensino de história, uma vez que  ele não dominará a ferramenta e poderá será manipulado pelas ideologias presentes no filme.

O ensino de História em sala de aula encontra limites do livro didático, há ainda uma análise superficial da produção histórica constante neles. Recorrer as novas linguagens é uma forma importante para propiciar novos rumos para o ensino, de pensar o ensino de uma forma contextualizada, dialogada e voltada ao desenvolvimento crítico dos alunos, onde haja um planejamento flexível.

O planejamento também é uma parte importante no processo de ensino e aprendizagem histórico, não há possibilidade de pensar o filme como recurso em sala de aula, sem antes pensar o planejamento didático que corresponda, a realidade dos alunos, a faixa etária, o tempo, a acessibilidade do alunos ao filme, a censura presente no filme, entre outros aspectos que devem ser pensados e planejados para que o filme não vire apenas ilustração:

“Ao incorporarmos diferentes linguagens no processo de ensino história, reconhecemos não só a estreita ligação entre os saberes escolares, as culturas escolares e o universo cultural mais amplo, mas também a necessidade de (re)construirmos nossas concepções pedagógicas. As metodologias de ensino, nestes tempos, exigem do professor permanecente atualização, constante investigação e contínua diversificação de fontes, artefatos e manifestações da cultura contemporânea em sala de aula, respeitando as especificidades de cada uma delas. ” (FONSECA, 2012, p. 259).

A seleção desses filmes também é uma parte importante deste planejamento, é preciso pensar de que forma esse filme nos possibilita ampliar e enriquecer o nosso olhar histórico, a nossa formação e de que forma contribui para as atividades no processo de ensino e aprendizagem do aluno, além de pensar se o filme escolhido abrange aspectos da época em que o professor deseja retratar, é claro sem se recorrendo de estratégias que torne o processo do ensino e aprendizagem algo prazeroso para ambas as parte envolvidas Professor/aluno.

Fazer educação com qualidade é operacionalizar a participação e a flexibilidade dos conteúdos em sala de aula. Este diálogo com o cinema e com a diversas formas de linguagens contribui para desenvolver, social, crítica, intelectual e formação do aluno em todos os sentidos quanto ser social, bem como para os saberes históricos.


Considerações finais

Desta forma, é preciso pensar essa linguagem como um veículo de disseminação do saber histórico que contribui significativamente para renovação das práticas educativas no ensino de história. O professor não é o detentor do saber, sendo sua função, mediar as relações entre o sujeito, o conhecimento e suas representações diante o mundo educacional e social. As dificuldades são inúmeras, uma vez que as condições escolares no Brasil muitas vezes são precárias, no entanto é possível realizar um trabalho satisfatório e enriquecedor a partir das novas possibilidades educacionais, advindas também das novas linguagens no ensino de história.

Concluímos este texto reiterando que para que ocorram mudanças satisfatórias no processo de ensino de história, bem como no uso dessas novas linguagens de ensino, é necessário que as reflexões ocorram em todos os âmbitos educacionais, e que haja a colaboração de todos os integrantes neste processo, que é tão importante para o desenvolvimento das ações pedagógicas e para mediação do saber histórico, inclusive com a importante utilização de filmes em sala de aula.


Referências
Lucilvana Ferreira Barros: Doutoranda em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Pará. Professora efetiva do curso de História do Instituto de Estudos do Trópico Úmido, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará.

Ana Lúcia Silva Santos: Graduanda em História (6º período) pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Este texto foi produzido na disciplina:  Prática Curricular continuada IV: ensino de História e Linguagens: literatura, oralidades e mídias, curso de História, IETU, Unifesspa, sob a coordenação da Profa. Lucilvana Ferreira Barros.

CANO, Márcio Rogério de Oliveira (org). História e cinema. In. A reflexão e a prática no ensino de História. São Paulo: Blucher, 2009, p. 31-46.

FERREIRA, Marieta de Moraes, FRANCO, Renato. História e filme. In: Aprendendo História: reflexões e ensino. Rio de Janeiro; FGV e Editora do Brasil, 2009, 127- 131.

FONSECA, Selva G. Cinema. In. Didática e prática de ensino de História: Experiências, reflexões e aprendizados- 13 ed. Campinas, São Paulo, Papirus, 2012. p. 259-285.

NAPOLITANO, Marcos. Fontes Audiovisuais. A História depois do papel. In. Fontes históricas / Carla Bassanezi Pinsky, (Org). —2.ed., 2. reimpressão.— São Paulo : Contexto, 2008.


32 comentários:

  1. Bom dia Lucilvana e Ana Lúcia,

    O cinema configura-se numa linguagem muita atrativa para vários estudantes no ato de dialogar com os conceitos debatidos em sala de aula. Um filme visto como uma representação torna-se um instrumento de análise poderoso para desnaturalizarmos conceitos e dialogarmos acerca de qualquer temática. Numa obra ficcional/comercial é mais plausível desconstruir o status de "verdade", no entanto, quando tratamos de um documentário, cria-se no imaginário do corpo estudantil um status de "verdade" mais solidificado. Como desconstruir essa visão para além do debate de compreender o documentário como também uma sucessão de escolhas?

    Maicon Roberto Poli de Aguiar

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caro Maicon Roberto Poli de Aguiar, obrigado pela participação.
      No que se refere ao trabalho com fontes de cunho audiovisual, em especial o cinema é importante realizar leituras e debates prévios com os estudantes fazendo-lhes compreender a natureza deste tipo de documento, apresentando-lhes o processo de elaboração deste tipo de discursos como frutos de lugares sociais e estruturas de poder, pois “o filme, seja ficcional, seja documentário, tem uma história e múltiplas significações. Ele não vale somente por aquilo que testemunha, mas também pela abordagem sócio-histórica que autoriza” (FERRO, 1992, p. 87).

      Excluir
  2. Bom dia Ana Lúcia, Lucilvana e a todos os participantes! Acredito que o cinema é uma importante ferramenta de aprendizado, desde que façamos antes uma contextualização do momento e dos eventos. Como todo documento, está sujeito a subjetividade de quem o produz, tratando o passado de uma perspectiva própria, muitas vezes ignorando o outro lado da história. Nesse sentido, e pegando o gancho do colega Maicon, vislumbro a mesma dificuldade. Um documentário passa a visão de verdade, consolidada, ou deveria ser, em pesquisas. Hoje temos o tempo destinado as aulas de História como maior inimigo do professor. Então minha pergunta é no sentido da do colega Maicon. Um documentário, escolhido pelo professor, faz parte de sua visão dos fatos. Num debate de ideias, surgem outras visões, e o documentário acaba por limitar questionamentos. Como apresentar o documentário de modo que se entenda, com tempo limitado, que outras pessoas podem ter opiniões divergentes do mesmo assunto, mesmo tendo sido feita a devida contextualização?
    Att. Cleber Mattos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caro Cleber Matos, obrigado pela participação.
      Conforme respondido anteriormente, devemos compreender o documentário como fonte histórica, apresentando-o aos estudantes a partir de seu processo de elaboração material e discursiva, analisando as diferentes representações contidas neste tipo de documento visto que “o cinema detém um enorme poder de produção, de difusão de valores, ideias, padrões de comportamento e consumo, modos de leitura e compreensão do mundo (FONSECA, 2012, p. 260).
      Atenciosamente,
      Lucilvana Barros

      Excluir
  3. Ótimo texto! Porém creio que ficou faltando uma sugestão (opcional) do que deve ser trabalhado primeiramente em sala de aula, quando da utilização de filmes para o ensino de história.
    Seria o filme como fonte histórica (primaria ou secundária)?
    O filme como representação do passado?
    O filme como fonte do tempo presente?
    Entendemos assim que a análise da ferramenta cinematográfica para o ensino de história, deva seguir uma “ordem de tratamento” em sala de aula, ou seja, o que primeiramente deve ser analisado e criticado para se alcançar a tão desejada formação de uma “consciência histórica” no aluno?

    VICTOR LIMA CORRÊA

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caro Victor Lima, obrigado pela participação.
      Ao propor a utilização do cinema no campo da História seja no ensino ou na pesquisa histórica, proponho a partir das reflexões apresentadas por Napolitano (2008, p. 240): “O cinema na História; a história no cinema e a História do cinema. Ou seja, O cinema na História é o cinema visto como fonte primária para a investigação historiográfica; a história no cinema é o cinema abordado como produtor de "discurso histórico" e como "intérprete do passado"; e, finalmente, a História do cinema enfatiza o estudo dos "avanços técnicos", da linguagem cinematográfica e condições sociais de produção e recepção de filmes”. Assim, compreendo que ao selecionarmos os filmes como fonte de investigação histórica e recurso didático devemos analisa-lo em seu conjunto, pensando os diferentes usos e representações sofridas por este tipo de documento.
      Atenciosamente,
      Lucilvana Barros

      Excluir
  4. Alguns alunos ainda sentem dificuldades em interpretar criticamente filmes mesmo com a ajuda do professor,principalmente nas series iniciais. Poderia ser utilizado junto ao filme as criticas de jornais, programas de TVs e,da internet também?
    José Guilherme Aguiar Assis.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caro Guido Aguiar, obrigado pela participação.
      Sim. os cruzamento de fontes no campo do ensino é uma importante estratégia de ensino, especialmente no Ensino de História. Contudo deve-se observar a faixa-etária dos estudantes, pois a linguagem presente nestes tipos de documento, em alguns casos, poder apresentar-se com complexa para os alunos, especialmente tratando-se do Ensino Fundamental I. Um recurso metodológico é a sequência didática apresentada por Bittencourt (2011, p. 334), quanto às
      fases que devem ser observadas no trabalhos com documentos no ensino de História: "Primeira fase, descrição do documento, nesta fase irá se destacar as informações nele contidas; segunda fase, mobilizar os saberes prévios dos alunos acerca das informações do documento; terceira fase, explicar o documento fazendo conexões com os documentos e/ou explicações anteriores; quarta fase, situar o documento quanto à sua autoria; quinta fase, identificar a natureza do documento, perceber se o mesmo é um testemunho voluntário ou involuntário e sua procedência; sexta fase, a crítica ao documento e a discussão de sua historicidade".
      Atenciosamente,
      Lucilvana Barros

      Excluir
  5. Ana Lúcia e Lucilvana! Com o avanço da tecnologia muda o perfil do professor e do aluno, portanto, nas salas de aula sente-se a “urgência” de propostas inovadoras para o ensino-aprendizagem. O filme pensado como “ documento histórico”, como vocês afirmam no decorrer do texto, me fez lembrar de Jonatas Serrano no seu defender a necessidade de se “ensinar pelos olhos e não pelos ouvidos”. Essa, completa vossa afirmação: “ ... o filme deve ser objeto de crítica e avaliação.” Como conseguir envolver os responsáveis pelo ensino-aprendizagem nesse processo de mudança, nessas “novas linguagens de ensino”? Obrigada e parabéns pelo texto.
    Celiana Maria da Silva.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá! Não sou muito familiarizada com “contas” na internet por isso o primeiro comentário foi como anônima. Hoje foi que descobri que tenho uma conta válida, então repito a postagem, mas de forma autenticada. Obrigada!
      Ana Lúcia e Lucilvana! Com o avanço da tecnologia muda o perfil do professor e do aluno, portanto, nas salas de aula sente-se a “urgência” de propostas inovadoras para o ensino-aprendizagem. O filme pensado como “ documento histórico”, como vocês afirmam no decorrer do texto, me fez lembrar de Jonatas Serrano no seu defender a necessidade de se “ensinar pelos olhos e não pelos ouvidos”. Essa, completa vossa afirmação: “ ... o filme deve ser objeto de crítica e avaliação.” Como conseguir envolver os responsáveis pelo ensino-aprendizagem nesse processo de mudança, nessas “novas linguagens de ensino”? Obrigada e parabéns pelo texto.
      Celiana Maria da Silva.

      Excluir
    2. Cara Celiana Maria da Silva, obrigado pela participação.
      Uma das estratégias necessárias para o envolvimento dos professores com as novas metodologias e recursos didáticos contemporâneos é a formação continuada/qualificação profissional, pois muitos docentes foram formados por/e em gerações em que "As novas linguagens" ainda não eram vistas como profícuos recursos no processo de ensino aprendizagem. É válido mencionar também que muitos docentes encontram-se imersos em condições desfavoráveis de trabalho: alta carga-horária, baixos salários, desvalorização da profissão docente, etc. Assim, muitas variáveis devem ser levadas em consideração para a análise da didática e a prática de ensino no campo da História.
      Atenciosamente,
      Lucilvana Barros

      Excluir
  6. Gostaria, em primeiro lugar, de parabenizá-las pelo texto. Penso que o que mais me incomoda nessa discussão é o fato da academia estar tão afastada do ensino escolar...existe a discussão sobre trabalhamos em sala de aula com diferentes fontes, de pensarmos além daquilo do que o livro didático nos traz, porém conseguimos contemplar essa discussão e aplicação apenas na sala de aula de uma UNIVERSIDADE. A minha pergunta pra vocês(e creio que seja uma pergunta que todos nos fazemos) é: O que falta para que consigamos aplicar diferentes metodologias em sala de aula no ensino escolar?
    Agradeço!
    Stela Schenato.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Cara Stela Schenato, obrigado pela participação.
      Trata-se da mesma reflexão apresentada na pergunta anterior. Compreendo com estratégias de aproximação entre os debates e metodologias trabalhadas na Universidade e na Educação básica a qualificação docente/formação continuada, e melhorias nas condições de trabalho apresentadas para os profissionais da rede de Ensino. Compreendo também que as IES tabém podem realizar esta aproxiamção através dos diferentes projetos no âmbito do Ensino, pesquisa e extensão.
      Atenciosamente
      Lucilvana Barros

      Excluir
  7. Boa tarde, Ana Lúcia e Lucilvana Barros. Me interesso e investigo acerca das metodologias para o uso do cinema em sala de aula. Tenho verificado que há uma tradição, entre os educadores, em enxergar o filme como ilustração dos conteúdos, naturalizando-se a forma como esses conteúdos são representados. Como vocês refletem sobre isso? Como pensam a questão da linguagem fílmica? Nice Rejane da Silva Oliveira (Imperatriz- MA)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Cara Nice Rejane, obrigado pela participação.
      Compreendo o cinema "como fonte e veículo de disseminação de uma cultura histórica, com todas as implicações ideológicas e culturais que isso representa” (NAPOLITANO, 2008, p. 246). Assim, "Ao interrogar um filme, vários filmes, ou parte de um ou mais filmes mediante determinada opção metodológica, deve-se tratar esse objeto de estudo como um conjunto de representações que remetem direta ou indiretamente ao período e à sociedade que o produziu. A análise das narrativas e do momento de produção dos filmes comprova que estes sempre falam do presente, dizem algo a respeito do momento e do lugar que constituem o contexto de sua produção. (VALIM, 2012 p. 285).
      Atenciosamente,
      Lucilvana Barros

      Excluir
    2. Este comentário foi removido pelo autor.

      Excluir
  8. Bom dia. Gostei do posto no texto. Estou bastante interessada nos aspectos mesmo do cinema na História e o uso do filme na sala de aula, porém sei que no fundo me interessa os aspectos que as películas podem trazer no que diz respeito a construção de sensibilidades. Ou seja, trabalhar o filme tanto nas dimensões do conteúdo e técnica, mas tb no que diz respeito a dimensão do sensível

    ResponderExcluir
  9. Boa Tarde! Excelente texo. Vejo que no dia a dia dentro do ambiente escolar, se faz necessário uso de diferente metodologias para envolver o aluno,mas sempre como automático me vem umas inquietações sobre, o que o professor deve considerar sobre o filme que apresenta aos alunos? Qual o significado desse filme enquanto testemunho histórico e o
    que acrescentará ao conteúdo de uma aula de história? Alguns poucos professores quando utilizam o filme se quer faz um debate com os alunos sobre tal, já outros professores reclamam a respeito aos próprios filmes, que em sua maioria são longos em torno de duas horas e excedem a duração de uma aula. para vocês qual seria a melhor maneira de se trabalhar o filme dentro de uma aula?
    Thaís Carolline Alves da Silva

    ResponderExcluir
  10. Boa tarde, parabéns pelo trabalho!
    Sou mestranda em Educação e Novas Tecnologias e meu objeto de estudo e o Barroco e cinema, por isso me identifiquei com seus autores, principalmente Napolitano. Você conhece o trabalho da Rosália Duarte, Cinema e Educação? Ele é bem interessante para a sua pesquisa.
    No decorrer de sua pesquisa, chegou aplicar em suas aulas usando filmes? Se sim, como foi a experiência?
    Você vai continuar com em essa pesquisa?


    Neuza de Fátima da Fonseca

    ResponderExcluir
  11. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  12. Muito bom o artigo de vocês Ana Lúcia e Lucilvana.
    Em sala de aula, contudo, o cinema demorou para entrar. No Brasil, somente em 1998, mais de um século depois de sua invenção, ele foi oficializado como recurso pedagógico pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Contudo, problemas técnicos e falta de recursos das escolas continuaram mantendo o cinema longe da vida escolar por muito tempo. Nos últimos anos, o cinema vem se fixando como recurso pedagógico para todas as disciplinas escolares. Salas equipadas, acesso à Internet e softwares de edição de filmes (que permitem selecionar e cortar cenas e sequências narrativas) facilitaram o uso do filme pelos professores, do ensino infantil à universidade.
    http://www.ensinarhistoriajoelza.com.br/cinema-no-ensino-de-historia/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues
    De que forma o cinema interfere na auto aprendizagem do aluno, sendo que os filmes estão impregnados de valores, conceitos, preconceitos e atitudes da época em que foram produzidos, inclusive os documentários, supostamente imparciais?

    JAQUELINE CARDOSO PAIVA

    ResponderExcluir
  13. Ana Lúcia e Lucilvana, parabéns pelo texto. O processo de ensino e aprendizagem de História tem muito a ganhar com a linguagem cinematográfica. Embora discorde que o cinema seja uma "nova linguagem" no ensino de História, pois, desde o início da década de 1920 educadores brasileiros já discutiam o potencial do cinema e educação - Duarte e Alegria (2008).

    De acordo com Geneviève Jacquinot-Delaunay os audiovisuais utilizados no ambiente escolar podem ser divididos em duas categorias: os filmes de intenção didática e os filmes de ficção. Os de intenção didática são aqueles produzidos especialmente para fins educacionais nas mais diferentes áreas do conhecimento. A opção por filmes de ficção está baseada no que Napolitano (2009, p. 11) sustenta quando diz que “dos mais comerciais e descomprometidos aos mais sofisticados e “difíceis”, os filmes têm sempre uma possibilidade para o trabalho escolar”. Nesse ponto Kátia Abud, em consonância com Napolitano, observa que o cinema “(...) transforma-se em evidência quando, de material original, isto é, de produção não intencional para finalidades pedagógicas, passa a ser um instrumento para o desenvolvimento de conceitos na aula de história (ABUD, 2005, p. 312, grifo nosso). Ainda para essa pesquisadora, “(...) no processo de aprendizagem as fontes se transformam em recursos didáticos, na medida em que são chamadas para responder perguntas e questionamentos adequados aos objetivos da história ensinada” (ABUD, 2005, p. 309, grifo nosso). Diante disso, seria necessário usar um filme como fonte histórica para trabalhar os conteúdos/conceitos selecionados pelo professor? Vocês já pensaram sobre a possibilidade de apresentar somente trechos/fragmentos de filmes em sala de aula?

    Agradeço desde já.
    Um abraço,
    Vanessa Maria Rodrigues Viacava

    ResponderExcluir
  14. Bom em primeiro lugar boa noite gostei muito do texto. Vocês estão de parabéns. O cinema em sala de aula exige um metodologia especifica. faz-se necessário escolher como apresentar aos alunos o filme. se completo ou selecionar alguns fragmentos que atentam as expectativas de aprendizagens contemplada no planejamento do professor. Ao incluir o filme no planejamento, deve-se considera a faixa etárias dos alunos, o filme deve esta direcionado com o conteúdo administrado pelo professor respeitando os valores sociocultural do meio onde a escola esta inserida.
    No uso do filme o professor deve conduzir seus alunos a uma percepção critica ou seja torna o filme significativo aos seus alunos.

    Jociel do socorro costa de souza

    ResponderExcluir
  15. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  16. Tudo bom Ana lúcia e Lucilvana?
    Boa tarde para todas e todos.
    Primeiramente parabéns pelo texto! Muito bom mesmo e bacana falar desse assunto, O cinema.
    É legal falar sobre isso ainda mais usar para a educação, é uma das melhores e mais descontraídas maneiras de ensinar de instigar o pensamente das criancas em sala de aula. De fomentar o interesse dos alunos a esse tema dentro da díade ensino/aprendizagem.
    É um recurso otimo para ensinar pois devemos fazer o maximo para ensinar e etc.
    A minha pergunta se atenta para como os professores podem se aprofundar mais nesse tema por serem mais velhos porem nao menos importantes e sabios, mas eles nao estao muito por dentro desse tipo de metodologia, com isso como de daria a formacao um pouco mais especifica em cima disso? Para realmente acontecer a exibicao de filmes em sala de aula com auxilio claro do professor. Att.
    Brígida Figueiredo Lima

    ResponderExcluir
  17. Olá, Ana Lúcia e Lucilvana Ferreira!!!!
    Em primeiro lugar, parabéns pelo excelente trabalho!
    É frequente os docentes recorrerem à exibição de filmes de ficção e não-ficção nos mais diferentes níveis de ensino para ilustrar os conteúdos curriculares ou para reforçar conhecimentos que se pretende fixar. Diante deste caso, minha dúvida é: de que forma vídeos e filmes funcionam como suportes pedagógicos? A maior parte das produções cinematográficas duram de 90 a 120 minutos, passar um filme na íntegra significa ocupar duas aulas ou mais, como proceder diante desta problemática?
    Grata!!
    Taciane Lílian Pereira da Silva

    ResponderExcluir
  18. PROFESSORAS Ana Lúcia Silva Santos e Lucilvana Ferreira Barros, EXCELENTE INSTIGAÇÃO PARA DEBATER, ALÉM DA PERGUNTA QUE LHES FAREI DEVO DEIXAR AQUI UM TESTEMUNHO; TRABALHO EM UMA INSTITUIÇÃO EXTREMAMENTE TRADICIONAL QUE "TORCE O NARIZ" PARA O USO DE NOVAS MÍDIAS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM INCLUINDO AÍ A CONSTRUÇÃO DO RACIOCÍNIO HISTÓRICO A PARTIR DE UM FILME.
    MINHA PERGUNTA: COMO OFERECER ATRAVÉS DE UM PLANEJAMENTO BEM ELABORADO A POSSIBILIDADE DE PERMITIR QUE AS DIFERENTES LINGUAGENS NO E PARA O ENSINO DE HISTÓRIA PODEM ROMPER OS LIMITES DO LIVRO DIDÁTICO?
    EVALDO SOUSA PIMENTEL - LICENCIANDO DE HISTÓRIA - UFPI

    ResponderExcluir
  19. MINHA PERGUNTA: COMO OFERECER ATRAVÉS DE UM PLANEJAMENTO BEM ELABORADO A POSSIBILIDADE DE PERMITIR QUE AS DIFERENTES LINGUAGENS NO E PARA O ENSINO DE HISTÓRIA POSSAM ROMPER OS LIMITES DO LIVRO DIDÁTICO?
    EVALDO SOUSA PIMENTEL - LICENCIANDO DE HISTÓRIA - UFPI

    ResponderExcluir
  20. Primeiramente, parabéns pelo texto, desenvolvimento e abordagem ao tema são bem distribuídos ao longo dele. É evidente a grande acessibilidade que as produções audiovisuais trazem consigo, Logo será que é possível ampliar a utilização do cinema na sala de aula, interligando com outras produções artísticas, como livros, musicas, pinturas etc? Assim, trazendo outras expressões artísticas para um diálogo, trabalhando as diferente formas de narrativas, e porque não, outros pontos de vista sobre o tema Histórico.

    Sandro Victor Vilar da Silva

    ResponderExcluir
  21. Filmes como "A Forma da Água", que acontecem durante o período da Guerra Fria, apresentam diversas caraterísticas culturais da América Norte como da América Latina. Nesse caso, as representações como plano de fundo de um filme seriam ideias para os debates em sala de aula ou é interessante abordar apenas os filmes que apresentam de forma explícita o acontecimento histórico narrado? Quais seriam as principais limitações nesse tipo de atividade em sala de aula?

    Parabéns pelo texto.
    Vinícius Carvalho

    ResponderExcluir
  22. Boa noite! Parabéns pela abordagem deste tema no simpósio. Trata-se de uma ferramenta muito importante no ensino de História, visto que muitas vezes os estudantes não possuem ainda um nível de abstração que seria necessário para compreender plenamente os processos históricos trabalhados em sala de aula, e é então que o cinema pode ajudar-nos sobremaneira. No entanto, fiquei com uma dúvida. Quando se afirma no artigo que o filme deve ser visto como um produto de seu tempo, como um documento histórico, quer-se dizer que o objeto da análise último deve ser o filme em si, a produção cinematográfica enquanto produto, sem deter-se no momento histórico que ele tem intenção de retratar?
    Obrigada.
    Antoniela A’Costa Rodrigues

    ResponderExcluir
  23. Parabéns pelo texto e pela iniciativa de buscar novas ferramentas e metodologias para o Ensino de História, visto pela maioria dos alunos como enfadonho e sem sentido, "pois já passou".

    Costumo trabalhar filmes com os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, dentro do contexto do surgimento do Cinema como uma expressão da nascente sociedade de massa e posteriormente um veículo de disseminação de ideologias. Abordo inclusive a linguagem fílmica, em uma tentativa de que eles consigam refletir não somente sobre filmes notadamente históricos, mas sobre qualquer produção filmográfica. Entretanto, tenho dificuldades em usar esse recurso com os alunos dos outros anos, apesar de realizar contextualizações e leituras com eles como é indicado no texto. Vocês possuem estratégias específicas para cada série ou etapa da Educação Básica? Quais seriam?

    Atenciosamente,
    Helena Teston

    ResponderExcluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.