HISTÓRIA E ENSINO: O DIÁLOGO ENTRE
MODA E MEMÓRIA
Estudar
distinção social através de modos e aparência permite compreender a influência
das transformações na vida urbana, que construiu novas relações e meios de
distinções, proporcionando estreitamento com a valorização do cotidiano, costumes
e o diálogo e os papéis sociais através da modelação da identidade, bem como os
discursos e práticas que permitem o entendimento das relações política, social
e econômica, que ajudavam a expressar diferentes distinções e hierarquizações
presentes na sociedade.
Partindo
dessa perspectiva podemos relacionar a memória e a identidade como fatores
essenciais para entender as singularidades das relações sociais e as expressões
de individualidade e aparência, associados à organização da sociedade. A moda
passou a ser, no início do século XX, com a mudança do vestuário, uma
composição social. Através dela é possível compreender como se relacionar com
os diversos âmbitos da vida social, desde a cultura, mudanças sociais, beleza e
até as mudanças sociais.
Por
esse motivo, a relevância em elucidar dentro do estudo sobre o tema, os
elementos da moda e modos nas representações sociais e de gênero, dando ênfase
aos atributos físicos e comportamentais de homens e mulheres, e observar,
especialmente, a preocupação com a perda da feminilidade e a inversão de
valores. Portanto, torna-se
fundamental fazer o levantamento da produção historiográfica local, que
considera as especificidades do espaço que se voltam para análise e
experiências de determinado período; porém deve-se direcionar a ligação com as
comparações entre outras regiões.
Inicialmente,
o período estudado seria entre 1920 a 1950. No entanto, o levantamento
documental nos levou a fazer um novo recorte. Se na década de 1920 existia a
efervescência das novidades de espaços e vestimentas, a partir de 1930 as
novidades já não são tão recorrentes nos jornais, devido ao período do Estado
Novo, em que o discurso presente vai além das mudanças, chega à conservação e
manutenção da família, da nação; momento em que as mulheres conquistam o
direito ao voto; há uma ampliação dos novos horizontes para trabalho e também
do desenvolvimento das universidades, por isso a nova definição do recorte
temporal. Uma das características da análise desse tipo de documento é a
descrição minuciosa dos detalhes dos conteúdos presentes em cada ponto do
jornal, que ajuda a construir o objeto e definir o campo de investigação, pois
é necessário, que o historiador, dentro dessa amplitude de interpretações e
documentos consiga caminhar com o desenvolvimento da pesquisa.
Os
jornais anunciavam as mudanças de hábitos e vestimentas, falavam sobre higiene
e moralidade, sendo importante fonte de estudos para perceber as alterações do
cotidiano, por meio de elementos que associavam a educação do corpo, moda,
classes sociais. Sobre documentos e pesquisa, o essencial é enxergar que os
documentos e os testemunhos só falam quando fazemos perguntas, a partir de objetivos precisamente
estabelecidos, já que todo levantamento de fontes indicam uma direção a
seguir, para dar profundidade à pesquisa.
A
memória pode ser fortificada ou enfraquecida, de acordo com o interesse de quem
a reafirma e/ou oculta informações. Por isso, com a análise de jornais,
observa-se que os temas e notícias veiculados, não eram destinados à todas as
classes sociais. Ofereciam objetos, vestimentas e até festas, em que só era
permitido participar pessoas que possuíam educação privilegiada, requinte e
condições financeiras para que tivessem livre passagem por diversos setores
sociais.
Segundo
Le Goff (1994, p.426), “o estudo da memória social é um dos meios fundamentais
de abordar os problemas do tempo e da história”, pois a moda tem uma função na
disputa do espaço social que é regida por regras e controles, como as roupas
que deram visibilidade ao corpo e também ao crescimento da cidade, já que a
moda passou a constituir as relações entre os indivíduos e a modelação dos
corpos no espaço.
A
importância desse estudo está na investigação acerca da moda e das
representações com a intenção de refletir sobre a importância e valorização do
conhecimento da história da cidade de São Luís, mostrando que é possível
estudar história através da forma como os indivíduos se vestem e se comportam
em sociedade.
A
moda estabelece vínculos com o espaço e os objetos. Aproveitando o cenário do
Patrimônio Histórico (material) de São Luís, fica mais próximo de comparar a realidade
das ruas e construções, com o que era apresentado nos jornais e revistas, do
período em estudo, já que os discursos e representações também funcionam como
uma construção de manutenção dos privilégios para grupos sociais. Por isso a
importância em analisar o contexto local, a cultura e os aspectos econômicos
que envolviam a cidade.
História,
memória e identidades estão interligados. A memória coletiva mostra que não
existe relação entre o que foi vivido e o fixado, mas sim a construção
estabelecida por grupos dominantes. Logo, é um processo de seleção, onde as
molduras são colocadas para determinar o enquadramento, e a reconstrução do
passado é feita de acordo com a referência desejada, pois os acontecimentos tem
significados singulares. Desse modo Pollack (1992, p.4) afirma que, “a memória
é seletiva, faz fronteira entre o dizível e o não dizível”.
Com
a leitura de imagens, detalhes do cenário urbano e trechos presentes nos
documentos, podemos possibilitar ao aluno visualizar como os elementos da
indumentária e comportamento representavam a luta entre público e privado,
análise de discursos e representações, deixando em evidência as informações
locais, identificar tradições, vida cotidiana e transformações que causaram
impacto na sociedade.
Por
se tratar de uma interpretação do passado, ao propor um material paradidático
para alunos da rede de ensino da cidade de São Luís, a busca se faz pela
quantidade de informações que se pode levar ao cotidiano escolar e que seja de
linguagem acessível, com a intenção de enriquecer o debate em sala de aula. Por
esse motivo, é uma escrita que requer maior precisão por se tratar de um
material que traz maior leveza para o ensino, pela facilidade com que pode ser
trabalhado, mas que possibilite ao aluno o acesso às informações mais
complexas, sobre conceitos e acontecimentos, sobre reflexão acerca do tema.
“A
escrita de um texto didático requer cuidados, por se tratar de uma produção de
adultos, destinada a um público de outra faixa etária e outra geração. A
terminologia empregada não pode ser complexa, mas requer precisão nas
informações e nos conceitos. Da mesma forma, as explicações não podem ser
extensas, devendo ser simples sem simplificar”. (BITTENCOURT, 2004, p.314).
É
significante a contribuição documental para o ensino de história. Os jornais e revistas
são instrumentos que trazem imagens, descrições sobre o cenário urbano, trechos
sobre vida cotidiana, por isso a relevância em levar ao aluno documentos que
sejam capazes de possibilitar a visualização dos elementos da moda e do
comportamento, que remetem à história da cidade, mostrando as informações que
representavam a luta de espaços entre as classes sociais, a mudança da
indumentária, as tradições locais, entre outros aspectos.
Os
jornais relacionados à pesquisa são de origem local, juntamente com as revistas
encontradas, que também são de produção local, e os aspectos informativos sobre
o Brasil e outros países, fez-se uma ligação entre essas ferramentas, para
explicar tanto o âmbito local quanto o nacional, para estabelecer conexões
entre as datas, locais e inclusive
para demonstrar ao aluno a importância do tema no ensino.
Por
se tratar a imprensa como espaço de disputas, o contexto nacional também é
relevante dentro da investigação historiográfica local, por apresentar a
comparação de acontecimentos e questões no mesmo período, em diferentes regiões
do Brasil e por vezes, de outros países. Os discursos
e práticas sociais indicam que a moda permite o entendimento das relações em
diversos âmbitos da sociedade, seja político, social, econômico, além de se
tornar um elo entre o consumo, cotidiano, aparência e sociedade
Os
valores morais, as transformações, a exibição do corpo, são aspectos que
alimentam a investigação, visto que cada informação foi produzida dentro de um
contexto coletivo, mas também
por discursos e relações pessoais, que introduzem ou bloqueiam os
acontecimentos em lembranças ou esquecimento.
Portanto, busca-se entender as ramificações que a história social
construiu dentro das relações pessoais, entre grupos e os meios de distanciamento
entre classes, a partir dos marcos da memória, das características e interesses
das identidades e a moda como expressão de beleza e representação.
O
mesmo tema pode ter inúmeras hipóteses e objetivos, por isso a importância da
leitura dos documentos para identificar a localização do que o pesquisador está
buscando. Nesse sentido, fazer uma abordagem referente à história de São Luís,
a partir de um viés que não é tradicional, se torna de certa maneira, uma
inovação que envolve um discurso que não é muito recorrente nos livros
didáticos e em materiais de apoio ao professor em sala de aula, mas que tem um
grau de atualidade e direciona o aluno à reflexão, a ver além, que é o objetivo
do ensino da história.
Levando
em consideração o cotidiano escolar e a disciplina, o aluno é ensinado a ler as
relações sociais, culturais, econômicas, já que a disciplina influencia na
formação do cidadão, à medida que o torna crítico e reflexivo. Por isso o
ensino de história permite a observação de vários aspectos sejam sociais,
econômicos, políticos, etc., pois é uma forma de incentivar o aluno a ser
consciente sobre sua função social, e o seu olhar sobre a disciplina deve ser
como um verdadeiro explorador do tempo.
O
âmbito escolar se dá entre o ensino, a interação, o diálogo e a abordagem;
portanto cabe ao professor transmitir informações, conceitos, para que o aluno
tenha a capacidade de construir o conhecimento que vem dessa reflexão sobre o
cotidiano,que está vinculada ao conteúdo presente em sala de aula, assumindo
reflexões que passam pelo campo da história e envolvem uma tentativa de ler e
compreender o mundo em que vive.
A
aproximação com a história permite o estreitamento com a educação e a cultura.
O estudo sobre moda é uma das variedades do campo da História, marcado por
mudanças de hábitos, progresso e padrões sociais e estéticos. Portanto, é
através do estudo do histórico que
podemos perceber a importância da interpretação dos fatos e a construção de
reflexões sobre temas variados
O incentivo à valorização da história da cidade de São Luís, que
mantém preservado (ainda que precariamente) o cenário, através de ruas, igrejas,
monumentos e casarões, e impulsiona a imaginação do leitor para reconstruir os
personagens e a sociedade, de modo social e urbano, entre as décadas de 1930 a
1950. Por isso, o trabalho do professor em sala de aula requer cuidados, é
importante organizar os conteúdos e utilizar ferramentas que dinamizem a
transmissão de informações sobre determinado assunto, de modo que exista
interação e interesse dos alunos.
Por
utilizar instrumentos que contribuem com a formação escolar, o historiador tem
a função dar uma nova perspectiva as questões e acontecimentos do passado para
aproveitar o conhecimento prévio do aluno e fazer pensar sobre processos de
séculos passados, que podem ser entendidos de forma mais atual, através do
consumo de aparelhos eletrônicos e roupas, produtos de luxo, espaços de
socialização e as estratégias utilizadas por ele para caminhar e se inserir no
meio social referente ao seu cotidiano, sua condição econômica. Além disso, a discussão sobre
a desigualdade social, a importância dos estudos e da reflexão sobre o
cotidiano, explicando a realidade através de um material que traz nos jornais
de outro período, modo de viver e de se comportar.
Para
além das fontes de imprensa, a pesquisa envolve também o trabalho com as
imagens. A moda é citada diante de um discurso normalizador, de acordo com os
padrões de comportamento, hábitos e vestimentas estabelecidos no período, tanto
para homens quanto para mulheres. Por isso a importância em relacionar os
resultados da pesquisa bibliográfica, dos jornais e revistas, e das imagens
contidas nestes, para que seja realizável essa interligação com os principais
aspectos de cada um, seja através de uma cor ou de uma regra de comportamento,
considerados de acordo com a moral e o requinte, quando na verdade é uma forma
de controlar as ações e ambientes frequentados por homens e mulheres.
A
abordagem de temas como beleza, aparência, saúde e família é recorrente em
grande parte dos jornais. Embora as identidades sejam adquiridas e construídas,
vale ressaltar que existem formas de produzir novos significados e
interpretações para vestígios e até conceitos utilizados no processo
histórico.
O
material paradidático serve para fazer essa conexão entre as temporalidades,
assim como levantar discussões que tenham relação com as situações do dia a dia
do aluno, envolvendo a realidade da escola, do campo afetivo/familiar e do
campo econômico, de modo que tenham ferramentas para compreender o exercício do
poder e uma possível hierarquização, as estratégias de superioridade e
distinção social; e por vezes, mostrando as comparações entre “o antes e o
depois”, mudanças e permanências, visto que o ensino de história pode
proporcionar ao aluno a problematização de conceitos, a contextualização de
problemas e as condições para buscar possíveis soluções.
A
moda tem seu papel na disputa do espaço social, pois “está relacionada com o
mostrar-se através da utilização de elementos que facilitam a diferenciação das
camadas sociais, como um meio de visibilidade e manutenção da posição social”
(SCHPUN, 1999, p.126). Por isso, existe
a possibilidade de observar os traços entre o individuo e a sociedade,
principalmente no que diz respeito às alterações de comportamento, espaços de
sociabilidade, mudança do cenário urbano e preocupação com o corpo e a beleza.
O
ensino de história ainda se encontra recheado de grande nomes e factualismo,
configurando um aspecto distante da realidade por conta da fragmentação dos
temas. Daí a proposta de despertar no aluno essa capacidade de diversidade de
interpretações de episódios, conceitos e como pensar o trabalho para dentro e
para além do ambiente escolar. Uma preocupação de como fazer a diferença,
voltando a História para a importância do conhecimento histórico; conhecer,
compreender o passado, mas conseguir enxergar o que é dito nas entrelinhas,
principalmente como fazer para que o conteúdo seja absorvido e que apareçam as
reflexões através de uma história conectada com a atualidade, fatores do
passado e as expectativas dos alunos.
Para
o historiador, a partir da indicação de documentos e a localização, aponta-se
para a reconstrução do passado, por isso os textos apresentam discussões e
argumentações para verificar e afirmar alegações durante a pesquisa. De modo
geral, o desenvolvimento do texto é possível a partir do seu conteúdo, já que é
preciso justificar, argumentar e mostrar a estrutura dos fatos. Suprimir as
lacunas faz parte de um problema considerado segundo Prost (2008, p. 249), um
“remorso entre os historiadores”, pois as imprecisões aparecem e nem sempre o
historiador consegue superar, principalmente devido à quantidade de conteúdos
disponíveis e o objetivo do pesquisador, que acaba por escolher uma opção em um
leque distinto de tempo, lugar, e outros aspectos. Daí toda a delimitação que
vem a partir do lado pessoal, que certamente contribuem para o desenvolvimento
de um trabalho em que é preciso fazer constatações, trazer inovações, mostrar
os traços da realidade do período estudado e a adequação da linguagem para quem
se escreve, com a intenção de repensar e compreender os temas abordados.
Através
da história é possível refletir, analisar e pensar sobre diversos aspectos da
sociedade e do cotidiano, por isso se torna significativa para o ensino, pois
não se associa apenas à fixação e assimilação de data e feitos, e sim à
compreensão dos processos e acontecimentos, tornando os indivíduos mais
críticos e reflexivos, a partir da noção que não existe a verdade e sim o
encadeamento dos fatos e a visão de acordo com o lugar do individuo na
sociedade.
A
ligação da relação entre o historiador e seu objeto de pesquisa, se tornou
ainda mais árdua com a interdisciplinaridade e a expansão das fontes, que
aumentou também, as possibilidades de reconstruir a história em diversos
caminhos e consta como um desafio ao historiador, por ser “intimado” a
trabalhar com os mais diversos vestígios históricos e interpretá-los; e quando
professor, mapear as possibilidades de trabalhar estes em sala de aula, levando
à descobertas, aprendizagem, desenvolvimento individual e ao trabalho coletivo.
Desta
forma, a produção do material paradidático é importante para discutir a origem
do documento, os interesses revelados a partir do período e especificidades do
contexto local; contribui para fazer conexão entre as temporalidades, bem como
levantar discussões que tenham relação com as situações do dia a dia do aluno,
envolvendo a realidade da escola, do campo afetivo/familiar e do campo
econômico, de modo que tenham ferramentas para compreender o exercício do poder
e uma possível hierarquização, as estratégias de superioridade e distinção
social; e por vezes, mostrando as comparações entre “o antes e o depois”,
mudanças, permanências
e na investigação acerca da moda e das representações com a
intenção de refletir sobre a importância e valorização do conhecimento da
história da cidade de São Luís
REFERÊNCIAS
Jéssica
Mayara Santos Sampaio – Graduada do Curso de Licenciatura em História da
Universidade Estadual do Maranhão. Aluna
do Programa de Pós- Graduação em História (PPGHIST) da Universidade Estadual do
Maranhão (UEMA).
BITTENCOURT,
Circe Maria Fernandes. Procedimentos metodológicos e práticas
interdisciplinares. In.:Ensino de
Historia: fundamentos e métodos. Ed. Cortez, São Paulo, 2004.
LE
GOFF, Jacques. Memória. In.: LE GOFF, Jacques, História e Memória. Campinas/ São Paulo: Ed. Unicamp, 1994.
MAGALHAES,
Marcelo de Souza. Historia e cidadania: porque ensinar historia hoje? In.:Ensino de Historia: conceitos,
temáticas e cidadania. Org: ABREU, Martha e SOIHET, Rachel. Rio de Janeiro :
FAPERJ, 2009.
POLLACK,
M. Memória e identidade social. In.
Estudos históricos. Rio de Janeiro, v.5, n.10, 1992.
PROST,
Antoine. Doze lições sobre a história. Belo
Horizonte: Autêntica, 2008.
SCHPUN,
Mônica Raisa. Beleza em jogo:
cultura física e comportamento em São Paulo nos anos 20. São Paulo: Boitempo,
1999.
Jéssica, Boa Tarde.
ResponderExcluirA sua ideia de pensar um material didático para relacionar ensino de História e moda é bem interessante. Gostaria que vc falasse um pouco mais sobre como fazer a articulação da moda com o ensino de História. E se for possível contar uma experiência.
Att.
Lúcio Nascimento
Boa noite!
ExcluirA pesquisa está sendo realizada na cidade de São Luís/MA. A ideia é perceber como a moda está presente na aparência, papéis sociais, comportamento e nas definições de gênero da sociedade entre 1930 a 1950. De um modo geral, o estudo de História é feito através da política, da economia, por isso o interesse em trabalhar a história através da moda, que envolve comportamento, aspectos sociais, consumo, entre outros fatores, que permitem mostrar que São Luís tem uma história, tem um passado. Com isso, poder explorar outros caminhos, mostrar a economia através do que era produzido e consumido, as influencias políticas, os bailes, a vida em sociedade e o mais importante, fazer conexões com a atualidade. Por se tratar de um material paradidático, deve ser mais leve e chamar atenção dos alunos.
Boa noite!
ExcluirA pesquisa está sendo realizada na cidade de São Luís/MA. A ideia é perceber como a moda está presente na aparência, papéis sociais, comportamento e nas definições de gênero da sociedade entre 1930 a 1950. De um modo geral, o estudo de História é feito através da política, da economia, por isso o interesse em trabalhar a história através da moda, que envolve comportamento, aspectos sociais, consumo, entre outros fatores, que permitem mostrar que São Luís tem uma história, tem um passado. Com isso, poder explorar outros caminhos, mostrar a economia através do que era produzido e consumido, as influencias políticas, os bailes, a vida em sociedade e o mais importante, fazer conexões com a atualidade. Por se tratar de um material paradidático, deve ser mais leve e chamar atenção dos alunos.
Jéssica Mayara Santos Sampaio
Boa noite.
ResponderExcluirO uso do material paradidático no estudo da história é bem positivo em sala de aula, pois possibilita-se que os alunos tenham uma maior amplitude e socialização em relação a determinados assuntos de história. Em relação a possibilidade de compreender história através da moda, gostaria que você ampliasse mais a relação que elas duas possuem, a moda e a história.
Amabyli Virgínia Alencar Teixeira
Olá Jéssica Mayara,
ResponderExcluirGostei bastante da sua proposta temática. Relacionar História e Moda é um trabalho bastante árduo, não só para os estudantes de graduação como para os alunos de ensino básico. Então gostaria que você dissertasse apresentando quais aparatos metodológicos e/ou pedagógicos poderiam mediar o ensino da História pela Moda. E exemplo usado no seu texto expõe o uso de material jornalístico, no entanto, quais outros materiais ou estratégias poderiam ser abordados para o ensino básico viabilizando essa vertente da História? E qual ou quais ou mecanismos podem ser inseridos para que seja significativa essa aprendizagem?
Belíssima produção textual. Grato!
Att.: ISMAEL ARAÚJO FERNANDES
Olá! Obrigada pela contribuição!
ResponderExcluirRelacionar moda e história, como você disse, não é nada fácil. Mas é possível pensar em elementos que abordem as transformações sociais em São Luís, compreender os elementos da moda nas representações de gênero e a análise dos discursos presentes nas fontes, abrindo diversos horizontes para o desenvolvimento do tema.
A pesquisa se dá em jornais e revistas que circulavam na cidade no período estudado, algumas delas traziam manuais e pequenos anexos sobre como se vestir, como se comportar, de modo que os discursos sobre o papel social do homem e da mulher apareciam com frequencia nas edições. Além destas fontes, utilizarei também, obras de um autor maranhense, Josué Montello, que aborda em seus trabalhos o cotidiano de São Luís, descrevendo com riqueza os costumes, as paisagens e a cultura popular; juntamente com fotografias, que mostram a adequação as ocasiões, comportamento, os conceitos beleza e vaidade que definiam a sociedade do período. O objetivo deste trabalho é trazer à tona o conhecimento sobre a história local, aproveitando todo um cenário histórico, que ainda está disponível e torna-se o condutor das memórias apresentadas no passado em comparação com as memórias atuais. Valorizar a história de uma cidade, na tentativa de mostrar aspectos culturais, locais, a modelação do comportamento, anúncios e discursos publicados em revistas e jornais. Porém, fazer um levantamento das condições passadas que prevalecem na sociedade de hoje e levar o aluno à reflexão, sobre se reconhecer enquanto agente social e também à construção de novos passos explorando questões como violência contra a mulher, desigualdade salarial, escolarização, vestimenta, comportamento. Espero ter atendido às suas questões.
Att,
Jéssica Mayara Santos Sampaio
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPrimeiramente gostaria de parabenizá-la Jéssica Sampaio pela excelente iniciativa do trabalho.
ResponderExcluirSabemos que com Lynn Hunt (2009) a Revolução Francesa, que foi um marco na História se deu de variadas formas abrangendo todas as camadas sociais, essa historiadora enriquece nossos conhecimentos, pois aponta que a Revolução Francesa se deu tanto no público quanto no privado, mostrando a Revolução através dos trajes. Seu trabalho é enriquecedor, pois insere os alunos em uma história que é deles e de seus antepassados, trazendo os mesmos a traçar debates exitosos. Pois bem seu trabalho faz um recorte entre 1930 a 1950 na cidade de São Luis-MA, nesse sentido meu questionamento é acerca do público alvo a ser beneficiado com seu trabalho, esse público se enquadra no Ensino Fundamental e ou Ensino Médio?
Regiani da Silva Pedrosa
Boa noite, Regiani! Muito grata pela sua contribuição!
ExcluirO trabalho está voltado para o ensino fundamental, devida a uma maior aceitação em relação ao tempo e ao aspecto ludico que envolve o material paradidático.
Com o ensino médio, de modo geral, as preocupações são voltadas para o vestibular, o que dificulta a aplicação nestas series.
Jéssica Mayara Santos Sampaio
Boa tarde. Como relacionar o uso de imagens e a moda no entendimento das mudanças dos costumes?
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