FORRÓ COMO FONTE HISTÓRICA PARA O
ENSINO DE HISTÓRIA
Em
busca de conquistar o interesse dos alunos, os professores têm cada vez mais
buscado alternativas para além da metodologia livro-quadro. Um dos recursos que
tem sido cada vez mais utilizados nas últimas décadas, no Ensino de História, é
a música. (SOBANSKI, 2012). Um dos motivos é a sua proximidade com o
cotidiano dos alunos (HERMETO, 2012) A
música está mais presente que nunca no dia a dia dos jovens. Ao passo que antes
era necessário possuir um aparelho específico para ouvir suas músicas
preferidas fora de casa (um walkman
ou discman), hoje as pessoas podem
ter acesso a elas no celular, gratuitamente, com apenas alguns poucos cliques. Além
disso, a música tem o poder de acessar os sentidos e ir além da letra fria,
penetrando o lado direito do cérebro – o criativo e emocional. Sobre o poder da
música, Azambuja diz:
“não
podemos deixar de destacar o poder da música de evocar, expressar e comunicar,
significados e sentidos das mudanças da experiência humana no tempo. O poder da
música mobiliza a memória: ouvido musical é memória do som; senso rítmico é
memória do tempo; a representação mental do som e do tempo suscita a formação
de imagens, função da memória.” (2013, p. 161).
No
entanto, muitas vezes a música é utilizada apenas como ilustração. (HERMETO,
2012) Não se que seja errado ou ineficiente utilizá-la dessa maneira, mas
existem outras possibilidades que podem transformá-la de apenas um tempero no
ensino para a própria protagonista da aula. Uma das maneiras de fazer isso é
utilizar a música como fonte histórica. Vários historiadores e educadores tem
defendido o trabalho com fontes históricas na sala de aula.
Segundo
Brodbeck, o trabalho com fontes é considerado, hoje, um dos procedimentos fundamentais
na sala de aula, porque “amplia o conhecimento sobre o trabalho do historiador,
estimula a observação e permite uma maior reflexão sobre os conteúdos através
dos documentos.” (2012, p.34)
Para
Schmidt e Cainelli, o uso de fontes históricas é indispensável porque “permite
o diálogo do aluno com realidades passadas e desenvolve o sentido da análise
histórica. O contato com as fontes históricas facilita a familiarização do
aluno com formas de representação das realidades do passado e do presente,
habituando-o a associar o conceito histórico a analise que o origina e
fortalecendo sua capacidade de raciocinar baseado em uma situação dada.” (2009,
p. 116)
Já
Azambuja (2013, P. 27) acrescenta que uso de fonte histórica auxilia
o aluno a construir o saber histórico. Pode mobilizar a competência do
uso/tratamento de fonte, fazer cruzamento de informação, desenvolver a
capacidade de análise, e assim fazer inferências sobre o passado.
E a música é uma rica fonte histórica.
Ela pode revelar muito sobre a sociedade e o país como um todo, já que nasceu
da fusão de diversas experiências, valores culturais, estéticos, ideológicos,
religiosos e culturais que formam a chamada cultura brasileira. (NAPOLITANO,
2002). Napolitano chama a música brasileira de “tradutora dos nossos dilemas
nacionais e veículo de nossas utopias sociais” (2002, p. 5) e explicita a
importância da música brasileira ao dizer que, sendo a música um:
“Ponto de encontro de etnias,
religiões, ideologias, classes sociais, experiências diversas, ora
complementares, ora conflitantes, a música no Brasil foi mais que um veículo
neutro de idéias. Ela forneceu os meios, as linguagens, os circuitos pelos
quais os vários brasis se comunicaram.” (2002 p. 75)
Trazendo a discussão para o campo do
Ensino de História, Hermeto afirma que:
“Na
cultura brasileira, a canção popular é arte, diversão, fruição, produto de mercado
e, por tudo isso, uma referência cultural bastante presente no dia a dia.
Produzida pelo homem e por ele (re)apropriada cotidianamente, objeto
multifacetado e polissêmico, é realmente importante na constituição da cultura
histórica dos sujeitos. Construtora e veiculadora de representações sociais,
apresenta um rol enorme de possibilidades de usos e interpretações. Por todas
essas razões, pode ser tomada como um instrumento didático privilegiado no
ensino de história.” (2012, p. 12)
Ainda
citando Hermeto (2012), há uma tendência contemporânea de que façam parte das
habilidades ensinadas a partir da História as capacidades de leitura de mundo.
Entre elas está a capacidade de ler as produções culturais como obras de seu
tempo, analisando-as de acordo com a dinâmica social em que estão inseridas. A
análise das músicas seria, então, também um exercício de leitura de produções
culturais.
Assim, nas aulas de História, as
canções podem ser usadas tanto para tratar de aspectos políticos (como as
canções de protesto), mas também para tratar de História Cultural, Social,
Econômica, entre outras. No entanto, na maior parte das vezes, as canções
utilizadas em sala de aula são de MPB, enquanto outros estilos e gêneros
musicais são relegados. (CHAVES, 2006) Mas qualquer canção popular pode ser
apropriada como fonte histórica desde que sejam formuladas perguntas históricas
coerentes e que haja disponibilidade de acesso às informações sobre o contexto
em que ela foi produzida e divulgada. O
presente artigo tem como objetivo apresentar as canções de forró como
instrumento útil para o aprendizado de História através da análise de fontes históricas,
sendo a canção o formato de música com letra que ouvimos na rádio. O repertório
de forró contém uma diversidade de letras que tornam possível o trabalho o
trabalho com fontes históricas a partir de inúmeros temas e perspectivas. Além
de sua riqueza textual, o forró é considerado um patrimônio cultural
nordestino, e como tal, se faz necessária a sua discussão no âmbito escolar.
No entanto, é preciso ter cuidado para
não analisar a música apenas como um documento escrito. Como explica
Napolitano:
“Palavras e frases que ditas podem ter
um tipo de apelo ou significado no ouvinte, quando cantadas ganham outro
completamente diferente, dependendo da altura, da duração, do timbre e
ornamentos vocais, do contraponto instrumental, do pulso e do ataque rítmico,
entre outros elementos.(2002, p. 55)”
Um exemplo disso, utilizando o forró,
ocorre com a música Asa Branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira). Em sua
versão no ritmo de baião, ou até mesmo no ritmo de toada (1952 e 1947,
respectivamente), a música transmite uma ideia bastante diferente da versão
gravada por Inezita Barroso em 1975. Apesar de a letra falar sobre o sofrimento
causado pela seca e a necessidade de migrar, o ritmo acelerado e o instrumental
utilizado pelas primeiras versões levam à interpretação de que mesmo com todo o
sofrimento o nordestino ainda preserva a alegria e a esperança. Já na versão
lenta de Inezita, não há outra interpretação além do sofrimento e da depressão
profundas causadas pelos problemas.
Mas o uso da música como fonte histórica
não se limita apenas à interpretação da letra e do conjunto melódico-harmônico.
Também é preciso buscar outras informações além do que é oferecido pela canção.
“É preciso identificar a gravação
relativa à época que pretendemos analisar (uma canção pode ter várias versões,
historicamente datadas), localizar o veículo que tornou a canção famosa, mapear
os diversos espaços sociais e culturais pelos quais a música se realizou, em
termos sociológicos e históricos (Napolitano, 2002, p. 59)
Ainda
é importante ensinar os alunos a formular questões para as fontes. Algumas
delas são: “O que esta fonte me informa?”, “O que posso deduzir dessas
informações?”, “Até que ponto posso acreditar no que ela diz?”,, e “De que
outra fonte necessito para complementá-la ou confirmar o que está sendo
apresentado?”. (SCHMIDT; CAINELLI; 2009 p. 118)
O forró e o Ensino de
História
Acredita-se que a palavra forró teve
origem na palavra forrobodó, nome dado a eventos onde havia dança em música, no
início do século XX (ALBIN, 2006). Com o passar do tempo o significado do termo
foi se ampliando até acabar se tornando um termo guarda-chuva, que engloba
gênero musical, ritmo, dança, festa e espaço. Apesar de todas essas
perspectivas serem interessantes para uso didático, neste estudo tratarei
apenas do uso do forró no sentido de gênero musical para o Ensino de História.
Apesar de ser considerado genuinamente
nordestino, o forró surgiu a partir de influências europeias e africanas (desde
os povos subsaarianos até os povos árabes) que foram reformuladas e
reinterpretadas pelo povo nordestino, do sertão ao litoral. Mas buscando mais
próximo na linha do tempo, podemos identificar influências das cantigas de
cantadores e violeiros, do lundu, das bandas cabaçais, das danças de salão europeias,
como o schottisch, entre outras (LOPES, 2007) (ALBIN, 2002) (CARVALHO, 1999).
Esses diversos elementos faziam parte das práticas musicais rurais do nordeste,
mas essas práticas musicais ocorriam apenas em seus espaços de origem e,
portanto, não eram conhecidas a nível nacional.
Sua aparição a nível nacional se deu,
ao menos de acordo com os registros conhecidos hoje, a partir do início do
século XX, quando alguns grupos nordestinos passaram a se apresentar no
Sudeste, mais especificamente no Rio de Janeiro, então capital federal, e
conseguiram alcançar significativo sucesso. Alguns deles foram Stefana de
Macedo, Os Turunas da Mauricéia e Turunas Pernambucanos. Mas foi a partir do
trabalho de Luiz Gonzaga que esses ritmos nordestinos passaram a ser formatados
em um gênero musical de canção urbana. Assim,
pode-se dizer que antes de Luiz Gonzaga havia um Forró rural, produzido, tocado
e fruído apenas no âmbito das áreas rurais nordestinas.
Em seu formato comercial, o forró
apareceu como um instrumento de afirmação de uma identidade nordestina. Numa
busca intencional de atingir um nicho específico de mercado – migrantes
nordestinos no Sudeste – Luiz Gonzaga passa a buscar influências musicais da
zona rural nordestina e formatá-las para a audição de um público urbano. Isso
permitiu que os mais diversos públicos pudessem apreciar sua música, o que a
tornou sucesso nacional. Mas foi essa preocupação em atingir os gostos, desejos
e sentimentos do migrante que fizeram do forró muito mais que um gênero musical,
mas também a própria expressão de uma cultura nordestina. O forró fala de
saudade, de memórias, costumes, tradições, enfim, de um amplo espectro de
ideias que envolvem o Nordeste. E é exatamente por essa complexidade que o
forró se apresenta como um rico recurso para as aulas de História.
Além dos temas citados, entre outros
que podem ser trabalhados a partir do forró estão memória, saudade, migração,
relações familiares e sociais, questões políticas, ambientais e econômicas,
representação, imaginário, cultura, identidade e tempo histórico, para citar
alguns.
Um
dos temas cuja discussão pode ser ampliada a partir das músicas de forró é o
Cangaço. O Cangaço é, no ensino fundamental, geralmente um conteúdo
do 9º ano, incluído nos movimentos de resistência na Primeira República. Para
Pericás, “Desde o início do período republicano [...] as designações “cangaço”
e “cangaceiros” já eram mencionadas de modo constante em documentos “oficiais”,
como diligências policiais, sentenças judiciais e cartas entre delegados para
descrever bandidos sertanejos” (2010, p.14). E mesmo antes a palavra cangaço já
existia, embora talvez não com essa acepção. Da mesma maneira já existiam
anteriormente grupos de banditismo rural, embora não de maneira epidêmica ou no
formato que foi visto durante a República Velha. Só entre 1919 e 1927 havia em
torno de 54 bandos atuando no Sertão e no Agreste Nordestino.
Existem diversas teorias que explicam a
origem do termo cangaço. Uma explicação é que veio da palavra canga, um tronco
usado como instrumento de tortura para escravos africanos e trabalhadores
livres. Daí teriam surgido ditos como “nesse pescoço não se bota canga”, para
exprimir altivez, independência e dignidade. Outra hipótese é que teria vindo
da cangalha ou canga de boi, que ligava o boi ao carro, já que o carro de boi
teve um papel importante na paisagem rural nordestina e ajudou a construir uma
“imagem” do sertão. Neste caso, o termo seria uma comparação com a dependência
dos cangaceiros dos coronéis, que impunham seu domínio sobre os cangaceiros
como um instrumento de tortura. (PERICÁS, 2010).
Seja qual for o significado original,
existe uma grande controvérsia a respeito dos cangaceiros. Enquanto alguns os
consideram bandidos perigosos, no imaginário nordestino eles geralmente
aparecem como heróis, sendo até mesmo tema de atrações turísticas. Qual é a
razão dessas visões tão opostas? A análise e discussão de algumas músicas de
forró pode ajudar a esclarecer o tema. Entre elas está a música “Pirilampos –
Homenagem a Lampião”, da Banda de Pau e Corda. O trecho abaixo fala de Lampião
de maneira positiva, por causa de sua valentia.
Você recado de gente
De cara valente que nem Lampião
Não tem mais cavalo e nem sela
E seu maço de vela já parou de queimar
Ê Cangaceiro,
Onde mora lampião
Mora junto de São Pedro
Lhe contando a região
Sertão, meu sertão
Onde está Lampião
O famoso cabra da peste
E Maria sua paixão
Nasceu na terra de valente
Onde a faca não só corta cana corta gente
De cara valente que nem Lampião
Não tem mais cavalo e nem sela
E seu maço de vela já parou de queimar
Ê Cangaceiro,
Onde mora lampião
Mora junto de São Pedro
Lhe contando a região
Sertão, meu sertão
Onde está Lampião
O famoso cabra da peste
E Maria sua paixão
Nasceu na terra de valente
Onde a faca não só corta cana corta gente
Algumas outras músicas que fazem uma defesa ou
exaltação à figura de Lampião ou dos cangaceiros de maneira geral são: A
ponteira e o peão, interpretação de Flávio José, que passa uma imagem de herói
infantil; Pirilampos
"Homenagem a Lampião", interpretação de Alcymar
Monteiro e Lampião Falou, interpretada
por Luiz Gonzaga.
Outro conceito que pode ser trabalhado
a partir das canções de forró, utilizando-as como fonte histórica é o de
representação, conceito que figura entre os principais a serem trabalhados
quando tratamos do uso de música para o ensino de História. Isso porque é importante que os alunos
percebam que as ideias e imagens presentes na música são apenas uma
perspectiva, e não a verdade absoluta com relação àquele fato ou elemento
histórico. O que seria um problema
porque, segundo Chartier:
“As percepções do social não são de
forma alguma discursos neutros: produzem estratégias e práticas (sociais,
escolares, políticas) que tendem a impor uma autoridade à custa de outros, por
ela menosprezados, a legitimar um projecto reformador ou a justificar, para os
próprios indivíduos, as suas escolhas e condutas.” (1982:17)
O ensino do conceito de representação é
ainda mais urgente hoje, pois numa época em que as fake news se alastram rapidamente e acabam influenciando muitas
pessoas e, frequentemente, que perpetuam ou reforçam estereótipos, é importante
que eles possam discernir entre o que é útil e o que não é nessas informações.
Assim, se faz necessário mostrar aos
alunos que diferentes discursos são construídos através de representações,
visando legitimar ou construir ideias que beneficiem uma parcela da sociedade. E
no caso do Nordeste, o forró contribui para a construção de representações a
respeito da região. Que representações são essas? A quem elas beneficiam? Por
que as perpetuamos? Essas são algumas das discussões que podem ser feitas a
partir da análise e discussão de músicas de forró.
Se o conceito de representação se faz
necessário para o uso das canções de forró no ensino de História então,
consequentemente, usamos também o de imaginário, já que de acordo com Silva e
Silva:
“Imaginário significa o conjunto de
imagens guardadas no inconsciente coletivo de uma sociedade ou de um grupo
social; é o depósito de imagens de memória e imaginação. Ele abarca todas as
representações de uma sociedade, toda a experiência humana, coletiva ou
individual. (2009, p. 213)
Ou seja, as letras de forró que falam
sobre elementos da cultura nordestina, seus costumes, objetos, personagens,
ajudam a construir o imaginário coletivo de como é Nordeste. Estes elementos
também fazem parte do que é considerado patrimônio cultural nordestino
Claro
que, apesar de ser considerado um gênero musical nordestino (mesmo tendo sido
transformado em canção popular urbana no Sudeste), o forró pode ser utilizado
para o Ensino de História nas mais diversas regiões do Brasil, apenas fazendo
ligeiras modificações na condução das atividades.
Esses
são alguns exemplos que demonstram que o forró pode ser um rico recurso para o
ensino de história através da análise de fontes históricas. Este gênero musical
alia o poder de encantamento da música ao conteúdo histórico e à diversidade
temática. Neste texto foram apresentadas apenas algumas possibilidades para o
uso do forró como fonte histórica. Inúmeras outras podem ser aventadas pelo
professor de História de acordo com suas necessidades e as de seus alunos.
Referências Bibliográficas
Monaquelly Carmo de Jesus é mestranda
em Ensino de História pelo ProfHistória (UFS). Bolsista CAPES. Orientação:
Prof. Dr. Fábio Alves.
ALBIN, Ricardo Cravo. (Org.) Dicionário Houaiss ilustrado da Música Popular Brasileira. Rio de Janeiro:
Paracatu, 2006)
AZAMBUJA, L. Jovens alunos e aprendizagem histórica: perspectivas a partir da
canção popular. 2013. 500f. Tese (Doutorado em Educação) – Setor de Educação,
Universidade Federal do Paraná, Paraná. 2013.
BRODBECK,
Marta. Vivenciando a História: Metodologia de Ensino da História.
Curitiba: Base Editorial, 2012.
CARVALHO, Gilmar de. Madeira Matriz: Cultura e Memória.
Annablume: São Paulo, 1999.
CHARTIER, Roger. A História Cultural: Entre práticas e representações. Algás: DIFEL,
1982.
CHAVES, E. A música caipira em aulas de História: questões e
possibilidades.Curitiba, 2006. Dissertação (Mestrado em Educação), Universidade
Federal do Paraná, Paraná. 2006.
HERMETO, Miriam. Canção popular brasileira e ensino de História: Palavras, sons e
tantos sentidos. Belo Horizonte:
Autêntica, 2012
LOPES, Ibrantina Guedes de Carvalho. Forró de pé-de-serra: Descompasso entre
letra e música. Recife. 2007. 61f.
Monografia (pós-graduação em letras com especialização em Cultura
Pernambucana). Faculdade Frassinetti, Recife, 2007.
NAPOLITANO,
Marcos. História & Música: História Cultural da Música Popular. Belo
Horizonte: Autêntica, 2002.
PERICÁS,
Luiz. Os Cangaceiros: ensaio de interpretação histórica.São Paulo:
Biotempo, 2010.
SCHMIDT,
Maria; CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2009.
SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel
Henrique. Dicionário de Conceitos
Históricos. São Paulo: Editora Contexto, 2009.
SOBANSKI,
Adriane et. al. Ensinar e aprender História: Histórias em quadrinhos e canções. Curitiba: Base Editorial,
2012.
Oi Monaquelly,
ResponderExcluirParabéns pela exposição da temática e pelos desafios que a mesma encontrará em sua implementação!
Em tempos tão desafiadores para o ensino de história, recorrer a múltiplas linguagens na condução da problematização dos temas inerentes ao ensino de história é urgente e deve se fazer presente nas práticas dos professores de história em sala de aula. Notadamente, em tempos de tamanha avalanche de produção de linguagens têm sido uma tentação para os professores historiadores escolherem uma destas que melhor dialogue com seus objetos de aula. Nesse sentido, você concebe o forró como conteúdo ou como linguagem inerente ao ensino de história? Este enquanto produto cultural apresenta um discurso que pode viabilizar vários outros discursos. Gostaria que refletisse mais sobre essa questão!
Abraços e bom congresso!
Antonio Bezerra
Olá Antonio!
ExcluirNão diria que é inerente, seria necessário todo um outro estudo para afirmar o que é ou não inerente ao ensino da disciplina. Mas acredito que o forró pode tanto ser um conteúdo como uma linguagem utilizada no ensino de História, dependendo dos objetivos colocados pelo professor, assim como qualquer outro gênero musical.
Quanto aos discursos que carrega, é exatamente essa questão que levanto ao exemplificar dentre as possibilidades o uso do forró para trabalhar os conceitos de representação e imaginário.
Sim, vou seguir com as reflexões a respeito do tema, incluindo as que apontou. Obrigada!
Monaquelly Carmo de Jesus
Monaquelly, primeiramente gostaria de parabeniza-la pelo texto, pela reflexão e pelo objeto proposto, sempre vejo pesquisas mais relacionadas a MPB e ao rock e é a primeira vez que vejo sobre o forró.
ResponderExcluirVocê já aplicou essa ferramenta em sala de aula?
Jéssica Teixeira Careon.
Olá, Jéssica. Muito obrigada.
ExcluirSim, já apliquei. Produzi 5 sequências didáticas utilizando o forró, dentre elas uma sequência sobre Representação e Imaginário e outra sobre cangaço, conforme cito no texto, e apliquei em minhas turmas de 8o e 9o ano. Essas sequências fazem parte da minha dissertação de mestrado e estou começando a analisar os resultados agora, mas a recepção ao gênero foi melhor do que eu esperava, já os adolescentes tem opiniões muito fortes a respeito de música.
Monaquelly Carmo de Jesus
Oi Monaquelly,
ResponderExcluirComo você ver e analisa as inúmeras formas de resistência que algumas escolas realizam sobre os professores de história, mediante a utilização de materiais diferente do livro didático, ou seja, buscam outras formas de transmissão e produção do conhecimento ?
Vanderlei Costa de Sousa
Olá, Monaquelly!
ResponderExcluirMe chamou muito a atenção sua proposta, pois, como bem colocou a colega acima, é muito comum observarmos o uso de estilos como MPB e o rock em sala de aula. Muito interessante abrir esse leque e levar o forró, música tão rica, para as aulas de História. Gostaria de saber se tem feito o uso desta em sala de aula e como tem sido a recepção pelos estudantes?
Vânia Cristina.
Olá Vânia!
ExcluirSim, fiz uso várias vezes. Creio que é muito importante explicar aos alunos os objetivos de cada atividade que fazemos. Fazendo isso, os alunos poderão ser levados a deixar de lado seus gostos pessoais em prol da aprendizagem. Ainda, a recepção dos alunos não depende apenas da ferramenta que utilizamos, mas de que maneira a utilizamos.
No meu caso, os alunos que gostam de forró ficaram bastante animados pelo simples fato de estarem ouvindo as músicas, mas de modo geral eu consegui uma participação muito maior dos alunos do que era costumeiro, inclusive com elogios à atividade por parte de alunos com baixo rendimento.
Monaquelly Carmo de Jesus
Parabéns Monaquelly pelo texto, depois do evento quero manter contato com a senhora, pois Luiz Gonzaga é o meu objeto de pesquisa, pois isso, o interesse em seu artigo. Venho trabalhando com música do ensino de história, mas a compreensão pelos alunos da música como um elemento da sociedade (documento) não é tão percebido. Como mudar essa visão?
ResponderExcluirJOSÉ CUNHA LIMA
Mestrando do PPGH da UFPB
Olá José, muito obrigada!
ExcluirAcho que "mudar a visão" é uma expressão muito forte, já que remete à mudar uma pessoa, algo fora de nosso controle. Mas entendendo a pergunta como sendo "Como estimular a compreensão pelos alunos da música como um elemento da sociedade e como documento", acredito que o caminho parte exatamente desse trabalho utilizando a música como uma fonte histórica e não apenas uma ilustração de conteúdos. Dessa maneira podemos estimular uma reflexão e discussão a respeito do conhecimento que a música carrega, bem como seu papel na sociedade. Também é útil ter em nossos objetivos trabalhar os conceitos e habilidades referentes ao uso de fontes históricas, ou seja, ter as fontes históricas como objeto e não só como meio. Isso poderia facilitar a compreensão dos alunos quando aplicamos esse conceito em outros momentos, como no caso do uso da música.
Quanto ao contato, pode me procurar no facebook.
Monaquelly Carmo de Jesus
Obrigado pela Atenção, a resposta foi ótima... vou lhe procurar no facebook para mantermos contato...
ExcluirParabéns pelo texto, uma ótima proposta para a sala de aula, principalmente para nós nordestinos, onde a cultura do forró é tão presente no cotidiano e pode tornar-se como você propõe em um aliado no ensino de História, uma metodologia diferenciada.
ResponderExcluirObrigada pela contribuição.
Rayssa Eutália Gurjão Coutinho Borges
Olá!
ExcluirAgradeço a leitura e o elogio.
Monaquelly Carmo de Jesus