Diogo Matheus De Souza e Stela Schenato


CINEMA E ENSINO DE HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA).


A utilização de filmes como documento histórico e como recurso didático vem sendo um assunto recorrente na academia nos últimos anos, especialmente no campo do ensino de história, uma vez que não podemos entender a história da sociedade humana, a partir do século XX, sem conhecer o cinema por ela produzido [MEIRELLES, 2004].

Considerando a importância cinematográfica no ensino, decidimos fazer uso da temática “história e cinema” durante a nossa experiência no Estágio Curricular Supervisionado do curso de licenciatura e bacharelado em História, pela Universidade Federal de Santa Catarina.

O estágio nos possibilitou o contato com uma forma de ensino diferenciada, uma vez que foi realizado na Educação de Jovens e Adultos (EJA), no núcleo EJA Norte I, da Escola Básica Herondina Medeiros Zeferino, localizada no Bairro Ingleses, do município de Florianópolis/SC.

Um dos princípios da EJA de Florianópolis é o da pesquisa como princípio educativo, buscando proporcionar o desenvolvimento da capacidade crítica dos/as estudantes por meio da atividade de formulação de perguntas/problemáticas e posterior pesquisa sobre assuntos de seu interesse ou necessidade. De acordo com as temáticas mais abordadas nas pesquisas dos estudantes, os professores e professoras da EJA elaboram oficinas semanais [FLORIANÓPOLIS, 2008].

Considerando a relação das oficinas com as pesquisas, procuramos identificar abordagens alternativas para os/as estudantes realizarem seus trabalhos, e assim, trazer para a nossa oficina. Conversando com o grupo, percebemos que embora gostassem muito de filmes, raramente buscavam utilizá-lo como fonte para obtenção de conhecimento e de exercício crítico nas suas pesquisas. Daí surgiu a ideia de apresentar os filmes como fonte histórica, discutindo e problematizando-os.

A questão norteadora em torno da qual organizamos e desenvolvemos a oficina constituiu-se em levar aos/as alunos/as como a questão étnico-racial é tratada no cinema Hollywoodiano, problematizando a forma como negros e negras são representados e qual o seu espaço no mundo cinematográfico. Além de discutirmos a presença de pessoas afrodescendentes na produção de filmes ao longo da história do cinema em Hollywood, desde o início do século XX até os dias atuais, procuramos fazer uma seleção de trechos de filmes que foram lançados recentemente e que tiveram repercussão entre a crítica especializada para serem problematizados e debatidos na oficina com os/as estudantes. Os filmes utilizados foram “Histórias Cruzadas” (2011), “12 Anos de Escravidão” (2013), “O Mordomo da Casa Branca” (2013) e “Selma” (2014).

A seguir, apresentamos uma “breve análise bibliográfica sobre cinema, história e ensino”, buscando avaliar o que tem se produzido pela academia a respeito do tema, citando as principais referências e discutindo ideias dos autores em questão. A segunda parte está dedicada à EJA e a importância em se trabalhar com o cinema e a história nesta modalidade de ensino, e por que se trata de uma forma diferenciada de abordagem. Já na terceira parte, procuramos apresentar uma proposta de reflexão com base em filmes para ser trabalhada em sala de aula. Essas sugestões são formuladas por intermédio da nossa oficina sobre cinema e a questão étnico-racial, desenvolvida no estágio curricular obrigatório.

Breve análise bibliográfica sobre cinema e ensino de história.

No que concerne ao uso do filme como documento dentro da sala de aula no ensino de História, o livro de Marcos Napolitano, “Como usar o cinema em sala de aula(2001), tem aparecido com frequência como referência para as publicações sobre o assunto no Brasil. Como o próprio nome sugere, o livro serve como um manual para aqueles que pretendem iniciar o uso do recurso fílmico como ferramenta educativa. Ao longo de suas páginas é possível encontrar uma série de sugestões e propostas sobre o tema, incluindo planos de aula divididos por disciplina.

É importante ressaltar que embora seu livro seja voltado para o uso do cinema na educação de uma forma geral, incluindo várias disciplinas e temas transversais, Napolitano é historiador, o que faz com que o olhar sobre os filmes seja particular dessa área do conhecimento, que nos interessa nesse momento. Na parte em que desenvolve sugestões de atividades baseadas no conteúdo fílmico para a História, são citados inúmeros filmes, tanto estrangeiros como nacionais.

A obra de Marcos Napolitano é importante por ser seminal no que se propõe, mas novas perspectivas sobre a temática vêm aparecendo nos últimos anos. Rogério de Almeida em seu texto “Cinema e educação: fundamentos e perspectivas” (2017) faz uma crítica ao modo como Napolitano sugere uma pedagogização do cinema. Para esse autor, um filme não deve ser deslocado da condição de arte cinematográfica para ser reduzido a um produto pedagógico.

“Assim instrumentalizado, o filme deixa de operar esteticamente, deixa de ser obra de pensamento, de criação, perde sua condição de resistência, de desnaturalização, desveste-se de seu imaginário e de sua condição de obra de arte para servir a propósitos didático-pedagógicos que o transformam em referente de um significado que está em outro lugar que não o próprio filme” [ALMEIDA, 2017, p. 07].

O modo de tratar o cinema na educação proposto por Rogério de Almeida vai de encontro ao que teóricos da arte como Etienne Samain e Didi-Huberman defendem quando lidamos com as imagens. Mais do que olhar para um filme como um mero objeto, com imagens inanimadas e que dependem exclusivamente do espectador para pensá-las, se sugere que o filme seja analisado como um sujeito pensante, como algo que também fala por si, que tem vida e que se origina de histórias, memórias, desejos, sensações de quem a produz e também dos lugares e contextos por onde já foi exibido. As imagens pensam [SAMAIN, 2012]. As imagens são olhadas, mas também nos olham [DIDI-HUBERMAN, 2010].

Numerosos trabalhos vêm sendo produzidos sobre a temática do cinema nos últimos anos, porém, algumas lacunas ainda podem ser observadas. Ao realizarmos o estágio na EJA de Florianópolis/SC e procurarmos referências para a elaboração da oficina, percebemos que não existe uma bibliografia específica que trata das particularidades do uso do cinema nesta modalidade de ensino. O próximo subtítulo tem justamente o objetivo de adentrar neste caminho até aqui pouco explorado por outros/as autores/as, representando, quiçá, a nossa contribuição para os trabalhos referentes ao cinema e o ensino de história.

O uso do cinema no ensino de história na EJA.

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) estrutura-se por meio de uma divisão de segmentos (alfabetização 1º a 4º ano e 5º a 8º ano). Cada núcleo possui um professor articulador e os professores das determinadas áreas de conhecimento. Possui como princípio educacional o modelo de “ensino pela pesquisa”.

O modelo pedagógico de “ensino pela pesquisa” tem como objetivo fazer com que o/a aluno/a seja agente e formador/a do conhecimento, realizando pesquisas sobre temáticas do seu interesse, com a orientação de um/a dos/as professores/as da EJA. Como muitos dos/as alunos/as que frequentam a EJA tem histórico de fracasso escolar com o método de ensino regular, o novo modelo procurava incluir esses/as alunos/as colocando-os/as como centro do processo de ensino [SOUTO, 2009].

O perfil dos alunos/as da EJA varia entre jovens que não se adaptaram no sistema regular de ensino ou tiveram que ajudar os pais no sustento da casa, a pessoas de mais idade, que costumam ter o mesmo histórico, porém, se afastaram por mais tempo do ensino. Conversando com os/as alunos/as percebemos que grande parte não é da cidade de Florianópolis, veio do interior de Santa Catarina ou de outro Estado para tentar a vida, sozinhos/as ou com os familiares. Dessa forma, entram na EJA para conseguir se inserir no mercado de trabalho ou pela vontade de concluir o ensino fundamental e dar continuidade aos estudos no Ensino Médio. A idade predominante é de 15 a 20 anos, poucos são os/as alunos/as que têm mais de trinta anos [AREND, 2009].

Na metodologia da EJA, a utilização de fontes diversificadas é bem-vinda, já que tanto alunos/as quanto professores/as têm maior liberdade em relação ao conteúdo trabalhado. Porém, como observamos na experiência de estágio, fontes diversificadas são pouco exploradas tanto em sala de aula – em relação às pesquisas – quanto nas oficinas ofertadas pelos/as professores/as. Nossa atenção, rapidamente, se direcionou em levar para a EJA essas novas possibilidades de se trabalhar a história em sala de aula. Conversando com os alunos/as percebemos que um dos elementos de divergência era em relação à experiência cinematográfica. Alguns/mas gostavam muito de assistir filmes, já outros/as falaram que raramente tinham tempo para se dedicar a esse tipo de lazer, embora gostassem muito de assistir.

O trabalho com filmes torna-se especialmente útil no sentido de que pode provocar a admiração e o interesse dos/as alunos/as pelas mais diversas temáticas e indagações sobre a sociedade, mobilizando referências e contribuindo para a construção de novas argumentações históricas [SCHMIDT, CAINELLI, 2010].

A pluralidade dos/as estudantes da EJA é uma questão importante para se considerar ao trabalhar com o uso de filmes como fonte de pesquisa. Conseguimos perceber que entre os/as estudantes existem indivíduos com as mais diversas experiências de vida. Há casos de pessoas de mais idade que resolvem voltar a estudar por prazer, de adolescentes que se tornaram pais precocemente, daqueles/as que assumidamente já passaram por algum tipo de problema psicológico, como o caso de mulheres que sofreram violência doméstica, e também daqueles/as que precisam passar o dia trabalhando e ainda vão para o Núcleo no horário noturno. Investigar essas experiências e utilizar filmes que possam problematizá-las e serem objetos de investigação é um recurso interessante tanto para o/a professor/a como para o/a aluno/a.

Portanto, pensamos que a combinação do formato de ensino da EJA de Florianópolis e as novas propostas do ensino de história se complementam e precisam andar juntas para um maior aproveitamento do ensino. A questão não é somente utilizar o cinema como fonte histórica, mas utilizar as produções humanas que representem a diversidade da qual a sociedade é composta, como: música, teatro, pintura, quadrinhos, jornais, revistas, grafite, vestígios arqueológicos, entre tantas outras fontes que produzimos ao longo da história.

Como utilizar filmes em sala de aula na EJA: uma experiência e proposta

Nossa intenção foi realizar um trabalho diversificando as fontes históricas utilizadas em sala de aula. Resolvemos trabalhar com a indústria cinematográfica, em específico a de Hollywood. Escolhemos essa indústria cinematográfica por ter mais proximidade com os/as alunos/as, visto que a maioria tem acesso a filmes que são transmitidos em canais da televisão aberta.
Escolhemos trabalhar com a seguinte questão: como os negros e negras são representados no cinema de Hollywood e como são inseridos e representados na indústria cinematográfica ao longo da história? Na EJA, nossa preocupação foi em relação a um tema que fosse fazer os/as alunos/as questionarem seu próprio cotidiano. O perfil étnico do Núcleo que trabalhamos é maioria de negros/as. Logo, pensamos que o tema ligar-se-ia muito bem com a realidade daquela comunidade, desconstruindo algumas imagens e preconceitos em relação às questões étnico-raciais.

Iniciamos a oficina contextualizando sobre a história do cinema e do racismo, principalmente nos Estados Unidos da América, lugar que concentra uma das mais importantes indústrias cinematográficas do mundo - Hollywood. Mostramos elementos sobre um país com o qual os/as alunos/as tem muito contato por meio da mídia, mas que costumam saber muito pouco sobre sua história e práticas efetivas. O vantajoso de discutir a história do racismo, partindo da escravidão até a segregação racial nos Estados Unidos, é que assim os/as alunos/as ficam mais bem situados para contextualizarem os filmes escolhidos.

Como elaborar uma análise fílmica com os/as alunos/as? Primeiramente, como se trata de uma fonte visual que exprime opinião e uma ideia formada, necessita de uma reflexão em relação a sua produção. Um dos elementos interessantes que podem ser analisados, falando de uma fonte visual, como os filmes, é seu ano de produção. Assim o/a aluno/a pode identificar elementos/opiniões da época em que foi produzido. Outro elemento é a autoria, neste caso, quem é o/a diretor/a e o/a roteirista do filme. Cada diretor/a e roteirista cinematográfico tem uma forma de trabalho, faz opções em relação à filmagem, enredo, temática. Nessa análise, procuramos verificar se o diretor/a era negro/a ou branco/a, mulher ou homem e quais os tipos de trabalho que ele/a vem produzindo. Pensamos que esses elementos influenciam quando estivermos analisando a inserção e representação dos negros e negras no cinema.

Os filmes escolhidos para tratar sobre a questão étnico-racial foram Histórias Cruzadas (Tate Taylor, 2011), 12 Anos de Escravidão (Steve McQueen, 2013), Selma (Ava DuVernay, 2014) e O Mordomo da Casa Branca (Lee Daniels, 2014). Três dos filmes tratam sobre o período dos movimentos pelos direitos civis dos negros/as nos Estados Unidos, entre as décadas de 1950 e 1970, e 12 Anos de Escravidão conta a história de um homem negro americano que é sequestrado e colocado na condição de escravo durante doze anos, longe de sua família.

Como exemplo de abordagem e seleção de trechos, podemos citar o caso do filme Histórias Cruzadas, que envolve a relação de empregadas domésticas negras com as suas patroas brancas na década de 1960 nos Estados Unidos. Selecionamos trechos que evidenciam o preconceito racial nessa relação, onde uma empregada negra, por exemplo, não pode utilizar o banheiro da patroa por medidas de higiene. Os trechos selecionados de 12 Anos de Escravidão dialogaram bastante com Histórias Cruzadas, uma vez que apresentam a violência física e psicológica que a escravidão envolvia, e podemos refletir com a turma como essa violência, de certa forma, permaneceu mesmo depois do fim da escravidão.

Entre os assuntos discutidos, incluiu-se o Partido Panteras Negras, que teve forte influência nos EUA até a década de 1990. A turma teve participação ativa ao longo do debate. Alguns/algumas dos/as estudantes também conheciam vários outros filmes que tratavam da temática, e se interessaram em comentá-los na oficina. Houve uma identificação da turma com o tema, e também um envolvimento no momento da apresentação dos trechos dos filmes. Procuramos sempre levantar elementos que as cenas traziam, demonstrando que um filme não deve servir apenas de ilustração do conteúdo, mas deve sim ser problematizado.

A análise fílmica, do conteúdo e representação das cenas, é um momento em que nós nos tornamos mediadores e ajudamos os/as alunos/as a fazerem suas interpretações. O/a professor/a deve fazer perguntas que incitem o debate em sala de aula, por exemplo: O que é realçado nessas cenas? Qual época o filme está retratando? Quais as suas intenções? O filme procura atingir um grupo de pessoas em particular? O filme representa a realidade? (SCHMIDT; CAINELLI, 2010).  Esses são somente alguns exemplos de questionamentos para que o debate se inicie. No caso da EJA, em que a pluralidade das turmas costuma ser grande, é natural encontrar casos de identificação com as determinadas pautas encontradas nos filmes.

A análise fílmica necessita ter introdução, desenvolvimento e conclusão. Como se estivéssemos desenvolvendo uma pesquisa. A introdução dessa proposta foi contextualizar o documento que estávamos utilizando, trazendo informações sobre sua datação, autor/a e críticas sobre os filmes. Foi importante apresentar ao/a aluno/a o objetivo da aula e como será utilizado o documento em questão. Começamos o desenvolvimento da oficina contextualizando a temática e depois partindo para a crítica e análise fílmica. Buscamos questionar, com o auxílio da turma, a presença dos negros e negras nas premiações do Oscar e nos filmes comerciais. Os questionamentos giraram em torno de: Quantos negros e negras ganharam a premiação do Oscar desde sua criação em 1926? Em que tipos de filmes e papéis esses atores ou atrizes ganharam reconhecimento do seu trabalho com o Oscar? Com que frequência vemos negros e negras serem protagonistas de filmes? Nos filmes comerciais, com que frequência vemos negros e negras no elenco? Esses questionamentos levaram os/as alunos/as a questionarem o mundo cinematográfico e as representações dos filmes que foram apresentados em sala.

Finalmente abrimos o debate para que os/as alunos/as inserissem esses questionamentos no contexto em que vivem no seu dia-a-dia. Essa prática pode fazer o/a aluno/a se questionar sobre os preconceitos existentes na sociedade, ser mais crítico em relação às mídias e que tem contato e perceber que podemos construir o conhecimento histórico criticamente.


Considerações Finais

O estágio curricular obrigatório na EJA nos beneficiou, pois tivemos contato com um método de ensino diferenciado, onde a pluralidade social e cultural é uma característica latente das turmas, assim como no ensino regular, e onde o cinema pode tanto servir de fonte para as pesquisas dos/das estudantes, como um meio para visualizarem e questionarem a sua realidade dentro da sociedade.

Na oficina desenvolvida na EJA de Florianópolis, conseguimos trabalhar com vários filmes que tratavam da questão étnico-racial e pudemos observar um interesse e identificação da turma. Obviamente, alguns aspectos podem ser melhorados em experiências futuras. Foi necessário selecionar apenas alguns trechos dos filmes, ao invés de apresenta-los na íntegra para os/as alunos/as. A escolha de tratar sobre quatro filmes em uma única oficina foi um risco que corremos. Embora a experiência tenha sido positiva, consideramos que o ideal seria diminuir este número quando o tempo de trabalho é reduzido, para não deixar o ritmo da oficina confuso. Ainda foi necessário escolher entre seguir o “script” do planejamento para a oficina, ou atender as observações que os/as alunos/as estavam achando interessante.

Finalmente, com essa experiência também aprendemos, e esperamos ter passado no artigo para os leitores, que respeito à diversidade é um item indispensável em sala de aula. Entrar em contato com a EJA de Florianópolis nos fez perceber que uma nova perspectiva de educação – ensinar pela pesquisa – é possível, mesmo com dificuldades, no ensino público. Em nossa oficina, procuramos utilizar conceitos diversificados de história, fontes, problemáticas e atividades, auxiliando o/a estudante a perceber que ele/a é um agente da história.

Referências Bibliográficas

Diogo Matheus de Souza é graduando em História na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Stela Schenato é mestranda no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).

AREND, Silvia Maria Févero. Trajetórias das famílias dos/as estudantes da EJA (Florianópolis, 1980-2007). In: SILVA, Cristiani B, TORQUIST, Carmen Suzana (orgs.). Histórias e trajetórias de jovens e adultos em busca da escolarização. Florianópolis: UDESC, 2009, p.71-79.

ALMEIDA, Rogério. Cinema e Educação: Fundamentos e Perspectivas. Educação em Revista, Belo Horizonte, n. 33, 2017, p. 01-28.

DIDI-HUBERMAN, Georges. O que vemos, o que nos olha. São Paulo: Editora 34, 2010.

FLORIANÓPOLIS. Estrutura, Funcionamento, Fundamentação e Prática na Educação de Jovens e Adultos (EJA) – 2008. Florianópolis: Departamento de Educação Continuada. 2008, 60 p. Disponível em:

MEIRELLES, W. R. . O Cinema na História. O uso do filme como recurso didático no ensino de história. História & Ensino (UEL), Londrina, v. 10, 2004, p. 77-88.

NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2003.

SAMAIN, Etienne (Org.). Como Pensam as Imagens. Campinas: Editora da Unicamp, 2012.

SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene (orgs.). Ensinar História: Pensamento e ação na sala de aula. São Paulo: Scipione, 2009, 160p.

SOUTO, Reina Bittencourt. A EJA na cidade de Florianópolis. In: SILVA, Cristiani B. TORQUIST; Carmen Suzana (orgs.). Histórias e trajetórias de jovens e adultos em busca da escolarização. Florianópolis: UDESC, 2009, p.28-47.


Filmes

A GAROTA Dinamarquesa. Direção: Tom Hooper. Produção: Eric Fellner. [s.l.]: Working Title Film, 2015. 119 min. DVD, Son (legendado). Cor.

HISTÓRIAS Cruzadas. Direção: Tate Taylor. Produção: Chris Columbus. [s.l.]: Walt Disney Studios Motion Pictures, 2011. 137 min. DVD, Son (legendado). Cor.

SELMA: Uma luta pela igualdade. Direção: Ava DuVernay. Produção: Oprah Winfrey. [s.l.]: Paramount Pictures, 2014. 128 min. DVD, Son (legendado). Cor.

O MORDOMO da Casa Branca. Direção: Lee Daniels. Produção: Lee Daniels. [s.l.]: The Weinstein Company, 2013. 132 min. DVD, Son (legendado). Cor.

12 ANOS de escravidão. Direção: Steve McQueen. Produção: Brad Pitt. [s.l.]: Fox Pictures, 2013. 134 min. DVD, Son (legendado).Cor.


42 comentários:

  1. Diogo, gostei muito da sua proposta. Realmente o público da EJA necessita de uma atenção e metodologias diferenciadas. Como você mesmo ressalta, há aspectos que podem ser melhorados como, por exemplo, analisar um número menor de filmes. Gostei o fato de ter escolhido um eixo temático, para a partir daí traçar o que deveria ser percebido nos filmes. Um problema que você enfrentou foi o tempo para executar essa atividade. Realmente a seleção de algumas cenas em vez do filme todo pode comprometer o entendimento por parte dos alunos da narrativa do filme, mas isso são coisas que podem ser repensadas e adaptadas. Gostaria de saber de você, qual a avaliação que você faz em relação aos alunos. Percebi você avaliou o seu trabalho e formas de melhorá-lo, mas os alunos? Como participaram? Interagiram? Aprovaram essa metodologia? Envolveram-se na oficina? O que eles expressaram em relação a metodologia? Demostraram compreender o tema proposto a partir dos filmes?
    Márcio Douglas de Carvalho e Silva

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    1. Olá, Márcio, tudo bem? Primeiramente, obrigado pelo interesse e questionamento sobre o nosso trabalho. De fato, quando apresentamos a nossa proposta inicial com a seleção dos filmes e os trechos, mais a questão da exposição de conteúdos, fomos questionados pela orientadora de estágio se não seria muita informação e material para uma oficina só. Era nossa primeira experiência como professores, então decidimos arriscar, experimentar. Funcionou em muitos sentidos, em outros é preciso melhorar. Hoje, já com um pouco mais de experiência e leituras sobre o assunto, parto do princípio de que quando se trata de cinema e educação a melhor coisa é experimentar. Utilizar não só filmes diferentes mas como diferentes formas de trabalhar o mesmo filme em sala. Mas, claro, quanto mais tempo tivermos para passar um filme todo, melhor. Nossa experiência relatada acabou se resumindo a uma aula apenas. De no máximo duas horas. Depois disso fiz entrevistas com professores da rede pública de Florianópolis e acabei tendo contato com diversas outras abordagens de trabalhar com os filmes em sala. Realmente não existe uma forma única, é uma questão de escolhas, experiências. O nosso principal objetivo era trabalhar os filmes com os/as estudantes da EJA no sentido de que os filmes são documentos, estão inseridos em um contexto, em uma época, feitos por pessoas que tem seus interesses. Aí já respondo sua pergunta sobre a questão dos/as estudantes. A turma na qual desenvolvemos a oficina era composta em sua maioria por estudantes negros/as. Confesso pra ti que houve muita identificação por parte dos/as estudantes no que diz respeito a segregação racial. Houveram relatos de estudantes que sofreram preconceito, eles se sensibilizaram com os filmes. Sendo uma turma de EJA, há estudantes que trabalham durante o dia e estudam de noite. A questão do preconceito no mercado, por exemplo, apareceu bastante nos comentários. Especialmente quando discutimos um trecho do filme Histórias Cruzadas. Sendo aula de história nós tentamos instigar eles a estarem fazendo a relação passado-presente em todo o momento. Notamos também o conhecimento deles sobre outros filmes que tratavam da temática proposta. Eles parecem estar por dentro do mundo do cinema. É algo presente na vida deles mais do que esperávamos. Naquela época ainda não havia o filme do Pantera Negra, mas lembro bem de um estudante fazendo referência a ele em um comentário. Tem estudantes ali bastante ligados no mundo nerd. Posso te dizer que foi positiva a resposta dos estudantes para a oficina. A única coisa que nos deixou preocupados em um determinado momento é que os estudantes ficavam um pouco frustrados com os cortes que fazíamos. Eles queriam ver mais. Isso é mais um motivo pra pensar bem como fazer um recorte, caso seja feito realmente.
      Diogo Matheus De Souza

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    2. Olá Márcio. O trabalho foi construído por mim e pelo Diogo e agradeço muitíssimo as considerações. Com certeza trabalhar com a narrativa de um único filme (ou menos filmes) melhoraria nossa experiência, assim conseguiríamos nos dedicar com maior ênfase no debate de "como fazemos para analisar um filme de forma crítica?", afinal, nossa intencionalidade com a oficina foi despertar a criticidade dos/as alunos/as para com os materiais (filmes, músicas, revistas...)que são disponibilizamos para eles pela mídia. Bom, falando especificamente sobre a sua questão...os alunos participaram ativamente na oficina, compartilharam com a turma suas experiências enquanto negros/as na cidade de Florianópolis, problematizaram os espaços em que se sentiam confortáveis ou não em estarem presentes e também trouxeram outros filmes para a discussão em que conseguiam sentir a presença e a ausência de pessoas negras. Creio que críamos um espaço de troca de experiências muito interessante, no qual eles puderam se sentir parte da discussão pois a oficina tratava de questões cotidianas e as vezes invisíveis paras eles/as. Porém não tivéssemos a oportunidade de fazer uma avaliação com eles sobre a metodologia, a sua pergunta me fez pensar nessa deficiência do estágio docência, da inexistência da avaliação daquilo que construímos com os/as alunos/as, afinal a opinião e a receptividade dele/as deveria ser o nosso maior interesse.
      Stela Schenato.

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  3. Olá. Gostei muito do trabalho. Nas respostas de vcs mataram a minha curiosidade sobre a reação mesmo dos alunos para com filme de enredo complexo, os tais q elencaram no texto: "Os filmes escolhidos para tratar sobre a questão étnico-racial foram Histórias Cruzadas (Tate Taylor, 2011), 12 Anos de Escravidão (Steve McQueen, 2013), Selma (Ava DuVernay, 2014) e O Mordomo da Casa Branca (Lee Daniels, 2014). Três dos filmes tratam sobre o período dos movimentos pelos direitos civis dos negros/as nos Estados Unidos, entre as décadas de 1950 e 1970, e 12 Anos de Escravidão conta a história de um homem negro americano que é sequestrado e colocado na condição de escravo durante doze anos, longe de sua família."

    Tendo trabalhado no ensino fundamental e adulto tb, mas com curtas, pois o nosso público não ter mesmo hábito de assistir filmes do tipo posto por vcs. Utilizamos curtas e de preferência brasileiros.

    Fica tb a sugestão. Abraço e obrigada pelo texto.

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    1. Olá, Ivaneide! Muito obrigado pelo comentário! Interessante essa preferência pelo trabalho com curtas brasileiros. Atualmente estou desenvolvendo uma pesquisa sobre a Lei 13.006/2014, que determina a exibição de filmes de produção nacional nas escolas. Venho realizando entrevistas com professores e já me deparei com uma professora que gosta muito de trabalhar com curtas também. Ela diz que os curtas favorecem a análise em sala, por permitirem que sejam exibidos na íntegra e mais de uma vez. Um longa-metragem nem sempre permite isso de acordo com o tempo que a gente tem de aula, não é? Grato mais uma vez pelo comentário e pela sugestão!

      Att. Diogo Matheus De Souza.

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    2. Boa Tarde Ivaneide. Obrigada pelo seu comentário! Com certeza o trabalho com curtas-metragens complexifica a análise de produções cinematográficas em sala de aula e seria uma ideia incrível trabalhar com produções brasileiras para tratar do racismo no Brasil, já que como pontuamos com os alunos em sala, o Brasil está longe de ser o "paraíso das três raças". Além de que o cinema e as produções audiovisuais brasileiras são incríveis e devem ser valorizadas por nós. Um abraço.
      Stela Schenato.

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    3. Olá! Acompanhando as conversas, fico também pensando no contexto da EJA, principalmente a de Ensino Fundamental, que também foi o caso de vocês - e é onde eu trabalho.
      Percebo uma resistência fortíssima nos filmes legendados (principalmente porque muitos possuem dificuldades na leitura)e por isso acabo sempre optando por dublados.
      Também tenho fugido um pouco dos hollywoodianos e buscado filmes brasileiros (também considerando a legislação apontada por vocês e esquecida na maior parte das escolas!) e latino-americanos, que trazem abordagens muito boas e que permitem discussões com as temáticas da sala de aula.
      Outro apontamento, que fica como sugestão para os autores e todos os que estarão lendo, é lembrar do compromisso da EJA com a leitura e a escrita (afinal, vivemos em uma sociedade letrada). Intervenções escritas, após o filme e o debate, ajudam o estudante a sistematizar as ideias e escrever - com ânimo, com propriedade, com coragem de quem sabe sobre o que está escrevendo!

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    4. Olá, Daniela!! Obrigado pelos comentários e pelas excelentes dicas! Sim! Os filmes que passamos foram todos dublados. Como foi uma experiência de estágio, não conseguimos ter tempo naquelas turmas para avaliar se um filme legendado seria bem recebido, mas uma percepção inicial da minha parte diria que a preferência é realmente pelo material dublado.
      E realmente, a legislação referente ao cinema brasileiro tem sido muito esquecida, fazendo com que o cinema brasileiro também seja muitas vezes negligenciado em sala de aula. Vi outros comentários como o seu durante o evento em que professores/as relatam ter optado pelo cinema brasileiro. Fico contente que esse tipo de incentivo venha ganhando adeptos. Hollywood e o cinema europeu fazem coisas ótimas? Certamente, mas nós também fazemos, e é importante e crucial para a nossa cultura que isso seja valorizado.
      Sobre a questão da escrita e da leitura. Ao final da oficina tentamos realizar uma atividade envolvendo a escrita, em que eles contavam sobre suas percepções acerca dos filmes, e relatavam situações sobre preconceito que já haviam vivenciado ou já haviam acompanhado no cotidiano. Acabou que sobrou pouquíssimo tempo para essa atividade, pois nossa oficina ficou bastante carregada de materiais e de discussão oral. Esse é um dos pontos que podem ser melhorados dentro da nossa experiência.
      Já passei por um estágio de extensão em que ministrava oficinas em uma turma de EJA só com idosos. Era impressionante como eles gostavam de escrever. Era uma necessidade deles/as mesmo. Queriam que você estivesse a todo o tempo ditando, ou passando coisas no quadro para escreverem. Acredito que seja o encantamento da escrita, a sensação boa de finalmente aprender a escrever.

      Att. Diogo Matheus De Souza.

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    5. Olá Daniela. Que experiência incrível essa que tu trazes. Concordo plenamente contigo e com o Diogo, creio que a escrita final por parte dos alunos enriqueceria muito mais a nossa análise, já que, realmente, nosso trabalho não focou nessa receptividade.
      Agradeço imensamente as dicas. Abraços.
      Stela Schenato.

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  4. Quero parabenizá-los pela iniciativa. Enquanto lia o vosso texto, tive a impressão por alguns momentos de estar na sala de aula com vocês. Parabéns! Precisamos ter a coragem de inovar o ensino-aprendizagem com as mais variadas técnicas, partindo sempre de acordo com a realidade dos alunos e mostrando que eles são como vocês bem definiram: “agente(s) da história.” Muito significativa essa vossas palavras: “...uma nova perspectiva de educação – ensinar pela pesquisa – é possível, mesmo com dificuldades, no ensino público.” E daqui pergunto: Quais foram as dificuldades encontradas? Obrigada!
    Celiana Maria da Silva

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    1. Boa tarde Celiana. Agradecemos muitíssimo o comentário. Tratando da sua questão...o ensino pela pesquisa, que a EJA de Florianópolis tem como principio educativo, tem as suas falhas. Os/as alunos/as se reúnem em duplas ou trios e conforme o seu interesse elegem um tema e respondem questões, que os/as mesmos/as formularam, como se fosse uma pesquisa acadêmica. A partir disso, creio que a maior dificuldade que pudemos perceber, nas observações que fizemos em sala de aula, foi a disparidade entre o número de alunos/as e do número de professores/as para atendimento, já que cada grupo necessita de orientações individuais. Os/as alunos/as sentem essa dificuldade, já que algumas vezes ficam "desamparados" em sala de aula, tornando o processo de ensino-aprendizagem um pouco mais "lento". Eu penso que o aprimoramento dessa modalidade de ensino se daria através do investimento - mais professores/as, mais escolas ofertando o ensino de jovens e adultos e mais materiais a disposição - para que todos pudessem ser atendidos com a mesma dedicação. Apesar das dificuldades que encontramos no núcleo, o trabalho desenvolvido lá é excepcional, os/as professores/as se preocupam com o desenvolvimento de cada um dos alunos e alunas, com oficinas que contemplem os mais diversos interesses, e integram e acolhem aluno/as de diferentes idades no mesmo espaço. Um abraço.
      Stela Schenato.

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    2. Celiana, muito obrigado pelo comentário! Estou de acordo com a Stela, e, complementando a sua fala, gostaria de ressaltar a disparidade não só entre as turmas, mas dentro das turmas como sendo uma das dificuldades ao trabalhar na EJA. As turmas costumam ser muito heterogêneas, principalmente no que diz respeito à idade. Nas turmas que tivemos contato, haviam estudantes com mais de 40 anos e estudantes menores de idade. Ao desenvolver uma roda de conversa, uma oficina, com essas turmas, é um desafio conciliar essas diferenças... O sucesso nessa empreitada é relativo. Há estudantes que falam e participam pouquíssimo em sala, mas você senta pra conversar com eles/as individualmente e descobre um lado extremamente sensível e particular deles/as. Você, como um/a professor/a acaba aprendendo mais do que ensinando muitas vezes, principalmente com as pessoas que pararam de estudar durante muito tempo e estão retornando para os estudos. A heterogeneidade das turmas é, então, tanto um desafio quanto uma possibilidade de experiências enriquecedoras.

      Abraços,

      Diogo Matheus De Souza.

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  5. Meus cumprimentos Diogo Matheus & Stela Schenato,

    Primeiramente gostaria de parabenizá-los pelo suntuoso e árduo trabalho a que se prestaram e se dedicaram. Creio que trabalhar a História utilizando o recurso semiótico das produções cinematográficas é um belo método para esboçar a finalidade dos estudos de nossa área pedagógica.
    No entanto, houve um debate ou exposição da ruptura entre o Cinema e a História? Vocês creem que é necessário explicitar a diferença na sala de aula entre representação semiótica (cinema/arte) e a Ciência (disciplina/História)?

    Att.: ISMAEL ARAÚJO FERNANDES

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    1. Olá Ismael, obrigado pelo comentário e pela pergunta!
      Sim, acredito que seja fundamental diferenciar o cinema da História. Procuramos com a oficina reforçar esse princípio para os/as estudantes, de que os filmes são documentos históricos, passíveis de investigação e de questionamentos, e não podem ser vistos como uma representação verdadeira de um acontecimento ou contexto histórico. Os/as cineastas podem falar sobre História, mas eles não tem o mesmo compromisso que nós historiadores temos com ela, não é mesmo? Tentamos usar os filmes para sensibilizar, mas também para questionarmos os discursos que eles fabricam sobre a temática proposta, levando em consideração o lugar onde foram produzidos, as pessoas que estiveram envolvidas nessa produção, e o contexto da produção. Esse seu apontamento é crucial para que possamos fugir da utilização do filme como uma mera ilustração do conteúdo, algo que ainda é bastante comum, e foi, inclusive, o que predominou na minha recente formação no ensino básico.

      Att. Diogo Matheus De Souza.

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    2. Boa tarde Ismael. Muito obrigada pelo seu comentário e pela sua pergunta.
      Quando questionamos os/as professores/as do núcleo sobre a utilização de filmes em sala de aula, eles/as nos contaram que todas as sextas-feiras eles exibiam filmes aos/as alunos/as, sendo que pós-filme eles apenas lanchavam e acabava a atividade por aí. Dessa forma, uma dos nossos objetivos principais foi apresentar as produções cinematográficas como objetos de análise histórica e não apenas como ilustração das tramas históricas. Penso que tratar dessa diferença é essencial, pois é dessa forma que instigamos a criticidade nos/as alunos/as. Espero que após a nossa oficina, os filmes de sexta-feira no núcleo, tenham um olhar diferente. Um abraço.
      Stela Schenato.

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  6. Olá! Não sou muito familiarizada com “contas” na internet por isso o primeiro comentário foi como anônima. Hoje foi que descobri que tenho uma conta válida, então repito a postagem, mas de forma autenticada. Obrigada!
    Quero parabenizá-los pela iniciativa. Enquanto lia o vosso texto, tive a impressão por alguns momentos de estar na sala de aula com vocês. Parabéns! Precisamos ter a coragem de inovar o ensino-aprendizagem com as mais variadas técnicas, partindo sempre de acordo com a realidade dos alunos e mostrando que eles são como vocês bem definiram: “agente(s) da história.” Muito significativa essa vossas palavras: “...uma nova perspectiva de educação – ensinar pela pesquisa – é possível, mesmo com dificuldades, no ensino público.” E daqui pergunto: Quais foram as dificuldades encontradas? Obrigada!
    Celiana Maria da Silva

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    1. Repostando a resposta.

      Boa tarde Celiana. Agradecemos muitíssimo o comentário. Tratando da sua questão...o ensino pela pesquisa, que a EJA de Florianópolis tem como principio educativo, tem as suas falhas. Os/as alunos/as se reúnem em duplas ou trios e conforme o seu interesse elegem um tema e respondem questões, que os/as mesmos/as formularam, como se fosse uma pesquisa acadêmica. A partir disso, creio que a maior dificuldade que pudemos perceber, nas observações que fizemos em sala de aula, foi a disparidade entre o número de alunos/as e do número de professores/as para atendimento, já que cada grupo necessita de orientações individuais. Os/as alunos/as sentem essa dificuldade, já que algumas vezes ficam "desamparados" em sala de aula, tornando o processo de ensino-aprendizagem um pouco mais "lento". Eu penso que o aprimoramento dessa modalidade de ensino se daria através do investimento - mais professores/as, mais escolas ofertando o ensino de jovens e adultos e mais materiais a disposição - para que todos pudessem ser atendidos com a mesma dedicação. Apesar das dificuldades que encontramos no núcleo, o trabalho desenvolvido lá é excepcional, os/as professores/as se preocupam com o desenvolvimento de cada um dos alunos e alunas, com oficinas que contemplem os mais diversos interesses, e integram e acolhem aluno/as de diferentes idades no mesmo espaço. Um abraço.
      Stela Schenato.

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    2. Repostando a resposta.

      Celiana, muito obrigado pelo comentário! Estou de acordo com a Stela, e, complementando a sua fala, gostaria de ressaltar a disparidade não só entre as turmas, mas dentro das turmas como sendo uma das dificuldades ao trabalhar na EJA. As turmas costumam ser muito heterogêneas, principalmente no que diz respeito à idade. Nas turmas que tivemos contato, haviam estudantes com mais de 40 anos e estudantes menores de idade. Ao desenvolver uma roda de conversa, uma oficina, com essas turmas, é um desafio conciliar essas diferenças... O sucesso nessa empreitada é relativo. Há estudantes que falam e participam pouquíssimo em sala, mas você senta pra conversar com eles/as individualmente e descobre um lado extremamente sensível e particular deles/as. Você, como um/a professor/a acaba aprendendo mais do que ensinando muitas vezes, principalmente com as pessoas que pararam de estudar durante muito tempo e estão retornando para os estudos. A heterogeneidade das turmas é, então, tanto um desafio quanto uma possibilidade de experiências enriquecedoras.

      Abraços,

      Diogo Matheus De Souza.

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  7. Olá Diogo e Stela, Parabéns pelo texto, a proposta didática do EJA em Florianópolis achei muito interessante, realmente inovadora, espero que seja um modelo a ser seguido, mas uma dúvida me ocorreu durante a leitura: o fato de estudantes ainda em formação seres submetidos à discussão apenas de filmes americanos, onde as construções históricas, políticas, sociais e legais são muito diferentes do contexto brasileiro, não alienaria ainda mais a esse bombardeio midiático já presente por aqui?

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    1. Olá, Luciano! Obrigado pelo comentário! A escolha de quatro filmes de Hollywood para tratar do tema foi um dos problemas que identificamos posteriormente em uma auto-avaliação. Atualmente realizo uma pesquisa especificamente sobre cinema brasileiro em sala de aula, utilizando como justificativa a lei 13.006/2014 que determina a exibição de filmes brasileiros nas escolas. A nossa escolha de filmes hollywoodianos para a oficina influenciou muito nessa pesquisa sobre cinema brasileiro, porque me dei conta como o uso do cinema de Hollywood tem amplo predomínio em sala de aula, de uma maneira geral. No entanto, acredito que problematizar filmes de Hollywood com os/as estudantes também é algo interessante, uma vez que independente do que nós professores/as levamos para a escola, esses/as estudantes continuarão a ter contato com esses filmes no seu cotidiano. Instigar para que eles/as reflitam a respeito do que assistem também é algo a ser considerado. Importante lembrar também de que filmes como 12 Anos de Escravidão, que olham para o processo de escravidão nos Estados Unidos, bem como a abordagem sobre a segregação racial, são escolhas temáticas que tem sido feitas recentemente. Existiam filmes sobre isso antes? Sim, mas não na mesma quantidade e com o mesmo impacto de hoje. Por que os Estados Unidos de repente resolveram olhar para esse passado? E olhar para esse passado norte-americano, marcado pela escravidão, pela segregação, auxilia na desmistificação de que eles são um exemplo a ser seguido, e de que no Brasil sempre se viveu o atraso em relação a potências hegemônicas. Penso que o ideal é uma variedade no material utilizado em sala de aula, abrangendo também a filmografia nacional. Estou totalmente de acordo com você nesse sentido.

      Att. Diogo Matheus De Souza

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    2. Boa tarde Luciano. Muito obrigada pelo seu comentário e pela sua pergunta.
      Concordo com o que meu colega Diogo pontuou acima e gostaria de fazer algumas considerações a acerca da nossa oficina focada nas produções de Hollywood.
      Um "todo" fez com que escolhêssemos essa temática para a oficina, creio que uma questão que devo pontuar é o fato dos/as alunos/as terem contato apenas com filmes da televisão aberta, na sua grande maioria produzido por Hollywood, e também o fato de recebemos produtos e produções estadunidenses o tempo todo, porém sabemos pouco sobre a sua história e os contextos de produções. Deste modo, a oficina foi construída de forma a contextualizar a história afro-americana nos Estados Unidos, questionando a invisibilidade das temáticas étnico-raciais no cinema, bem como o não protagonismo negro.
      Creio que é um trabalho que deve ser realizado, já que precisamos olhar para aquilo que é importado por nós de forma crítica. Um abraço.
      Stela Schenato.

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    3. Entendi, obrigado Stela. Mais uma vez parabéns pelo belo trabalho e continuem, bons frutos devem surgir daí.

      Luciano dos Santos Ferreira

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  8. Diogo Matheus De Souza e Stela Schenato, bom dia!
    Quero parabenizar pelo excelente material! É de grande proveito para nós!

    Os alunos da EJA realmente são "especiais", eles trazem consigo uma força e empenho em querer aprender por diversos motivos, um deles, é de trazer orgulho à família ou se espelhar em "alguém" provando que o tempo,idade não tem vez...
    Creio que o recurso visual cinema/filme, aproxima eles para uma elaboração de ideia/opinião inicial, facilitando assim a compreensão.
    Uma pergunta. Seria interessante como recurso, utilizarmos as "famosas minisséries brasileiras" com cunho histórico, a saber por exemplo: A Muralha, para discussão e apresentação da "matéria" em sí? (claro que muitas delas não condizem com o original e apelam para uma outra vertente, mas ....)

    Fraterno abraço!
    Sucesso em tudo!!

    Jônatas Fernandes Pereira

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    1. Olá, Jônatas. A ideia da minissérie é ótima. Acredito que todo tipo de audiovisual, desde curtas, documentários, longas, seriados, minisséries e novelas sejam bem vindos. A questão das minisséries trazem, porém, o desafio da seleção de trechos. A Muralha, por exemplo, possui 51 episódios de 40 minutos. Para que se consiga trabalhar esse tipo de material na EJA o ideal é selecionar algumas partes e contextualizá-las na atividade. Acredito que se forem minisséries menores, de no máximo 5 episódios, como vemos sendo produzidas com frequência, facilite mais um trabalho que envolva a exibição e análise de toda a produção. É uma questão de escolhas e de tempo hábil para realizar as atividades. Abraços, e obrigado pela dica e comentário!

      Att. Diogo Matheus De Souza;

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    2. Boa tarde Jônatas. Obriga pelo seu comentário e pela sua pergunta. Creio que a utilização de qualquer matéria audiovisual pode ser utilizado em sala de aula, desde que seja contextualizado e analisado. Eu e o Diogo, por exemplo, já utilizamos em trabalhos acadêmicos a série Gabriela (2012) para tratarmos da estética da Belle Époque, creio que o trabalho com esse tipo de fonte, desde que analisado com os devidos aportes teóricos, enriquece o nosso trabalho. Abraços.
      Stela Schenato.

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  9. Boa Tarde,

    Primeiramente, parabéns aos autores pelo o excelente texto e trabalho realizado. Como graduanda de História acredito que o trabalho do docente consiste na busca pelos meios necessários para o dialogo e compreensão dos alunos no processo do ensino-aprendizagem. Como fã de séries e filmes vejo um grande potencial didático e pedagógico na utilização dos mesmos. Qual seria a melhor maneira de utilizar filmes e séries durante o ensino de história, sem cair em um possível anacronismo e/ou caricaturismo.

    Obrigada.
    Dályda Rosa de Oliveira Batista

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    1. Olá, Dályda! Acredito que o caminho para fugir do anacronismo e do caricaturismo, como você fala, é o trabalho do audiovisual como sendo um documento histórico. Por exemplo, 1492 - A Conquista do Paraíso, de Ridley Scott, é um filme produzido e lançado em 1992, 500 anos depois da chegada de Cristóvão Colombo à América. Esse filme trata sobre um fato histórico do passado, mas é produzido em um presente em que se busca a comemoração desse fato, especialmente na Espanha. Soma-se a isso a realização das Olimpíadas de Barcelona em 1992, um evento que atraiu os olhares do mundo para a Espanha. Qual o significado que esse filme está dando para aquele fato histórico de 500 anos atrás? Poderíamos estar pensando nesse filme como uma prática de enquadramento da memória (Michael Pollack)sobre a conquista espanhola da América? Os audiovisuais precisam ser vistos como sendo documentos históricos sobre a época em que foram produzidos, e não apenas uma representação ou uma ilustração dos fatos que ele narra. Penso ser esse um dos caminhos para fugirmos de anacronismos na aula de história quando utilizamos filmes.

      Obrigado pela questão!

      Att. Diogo Matheus De Souza.

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    2. Boa tarde Dályda. Obrigada pelo seu comentário e pela sua pergunta. Creio que meu colega Diogo já respondeu a questão, mas reforço a importância de pensarmos as fontes audiovisuais como qualquer outra fonte, que é fruto de uma construção, de um tempo e de uma vertente de pensamento. Penso que a utilização do suporte teórico, presente nas nossas referências bibliográficas, pode te ajudar a pensar no audiovisual como fonte histórica. Um abraço.
      Stela Schenato.

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  10. Primeiramente, gostaria de parabeniza-lo pelo texto; muito interessante. Desenvolvo uma pesquisa relacionado a temática e ao ler seu texto consegui ampliar minha visão sobre a temática. Foi mencionado no texto sobre a aceitação por parte dos estudantes, além do já mencionado qual foi a opinião dos estudantes ao ver um meio de entretenimento ser utilizado como fonte histórica?


    Otavio Vicente Ferreira Neto.

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    1. Olá, Otávio! Obrigado pelas palavras, e que ótimo que o nosso texto trouxe alguma contribuição para você! Em relação à opinião dos/as estudantes, fizemos um questionário no final da oficina e posso dizer que praticamente todos/as comentaram que gostaram muito dela. Tínhamos momentos de interação com a turma fora do horário de aula, como no intervalo para a refeição, por exemplo, e eles/as vieram conversar conosco sobre a experiência, sempre com comentários positivos. Nas pesquisas individuais que eles/as fazem, a música aparece muito como fonte. Eles gostam muito de pesquisar sobre músicos, bandas em geral. Percebemos que o audiovisual também foi muito bem aceito por eles/as. É uma possibilidade de pesquisa futura saber se eles/as vêm utilizando os filmes como uma ferramenta também para as suas pesquisas individuais, requisito principal para a formação na EJA de Florianópolis.

      Abç,

      Diogo Matheus De Souza.

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    2. Olá Otávio. Obrigada pela sua questão. Ao meu ver, o ensino pela pesquisa - principio educativo da EJA de Florianópolis - auxilia nessa tipo de trabalho. Os/as alunos/as estão familiarizados com a construção de uma pesquisa, com a análise de materiais e sua posterior interpretação, dessa forma a oficina tomou um ritmo de que constantemente eles/as lembravam de filmes que tinham assistido e traziam para a discussão, fazendo uma análise própria. Além de que a análise dos filmes reverberou em discussões acerca da vida cotidiana deles/as, no sentido de "será que existe lugares em que nós não somos aceitos/as? Será que existe lugares em que eu não sou representado/a?". Creio que a temática proposta transcendeu o esperado (expectativa), porque diversas experiências estão presentes em sala de aula, constituindo diferentes interpretações. Um abraço.
      Stela Schenato.

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  11. Parabens aos autores pelo texto. O metodo utilizado para a analise filmica me fez lembra ao proposto por Marc Ferro, existe alguma influencia de ferro?

    Otavio Vicente Ferreira Neto

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    1. Olá Otavio, Obrigado pelo comentário! Sim! Existem muitas influências do Marc Ferro nas nossas discussões. Na verdade, Ferro é uma leitura básica, fundamental e seminal quando se pensa em filmes como documentos históricos. O próprio Ferro deixa claro em seu livro "Cinema e História" como durante boa parte do século XX os historiadores olhavam para o cinema com desconfiança, priorizando muito mais as fontes escritas, por serem supostamente menos manipuláveis, algo que hoje sabemos está longe de ser uma verdade. Felizmente a pesquisa histórica é hoje bastante aberta para as mais diferentes fontes, o que só enriquece o nosso trabalho. Como esse nosso texto se trata de um recorte mais específico, preferimos utilizar autores/as mais recentes e que tem discutido especificamente cinema e ensino de história, ou mesmo teóricos da arte, como Etienne Samain, que vem aprimorando a teoria sobre as imagens e contribuindo muito para o nosso olhar de historiador diante das mesmas. Ainda assim, por trás do nosso texto há leituras do próprio Marc Ferro e de autores/as influenciados pelo mesmo.

      Abraços!

      Diogo Matheus De Souza.

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    2. Boa tarde Otavio. Concordo com o meu colega Diogo e apenas reforço que Marc Ferro foi uma das primeiras leituras que fizemos quando iniciamos a pesquisa sobre a temática, uma vez que é uma leitura básica, o qual ampla o nosso olhar em relação a essa "nova fonte". Porém, o planejamento da oficina, partindo já do principio de que o audiovisual é uma fonte histórica, nos levou a procurar leituras que nos ajudassem a pensar o métodos de análise e trabalho do cinema no Ensino de História. Um abraço.
      Stela Schenato.

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  12. Olá Gostei muito do artigo e da experiências compartilharas visando a educação de Jovens e adultos que carece de uma atenção redobrada.
    Gostaria que pontuassem quais foram os desafios ao trabalhar fontes visuais com os alunos da EJÁ já que estes passam por uma rotina cansativa de trabalho e familiar. Trabalhar com filmes acarretou algum desinteresse por parte deles, ou, não ?

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    1. Olá, Daiane! Obrigado pela questão e pelo comentário! Sendo sincero, percebi mais interesse do que desinteresse por parte dos/as estudantes. Inclusive, acredito que por ser uma atividade mais lúdica, relaxante, o uso de audiovisual intercalado com uma roda de conversa pode ser mais instigante e menos cansativa do que uma aula expositiva comum. A ideia é também tentar trazer a experiências dos/as estudantes em sua rotina de trabalho e de convívio com a família para o debate. Tentamos "provocá-los" para que expusessem suas percepções e tivemos sucesso com boa parte da turma. Claro, existem aqueles que ficam mais quietos, interagem pouco. O sucesso nesse tipo de atividade quase sempre é relativo, mas de uma maneira geral foi possível notar bastante interesse na oficina.

      Att. Diogo Matheus De Souza.

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    2. Olá Daiane. Obrigada pela sua questão. Apenas complementando a resposta do meu colega Diogo...penso que a temática étnico-racial contribuiu para o interesse dos/as alunos/as para com a proposta, uma vez que eles puderam se enxergar naquela história e fazer parte da discussão reivindicando seu lugar de fala. Um abraço.
      Stela Schenato.

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  13. Olá Gostei muito do artigo e da experiências compartilharas visando a educação de Jovens e adultos que carece de uma atenção redobrada.
    Gostaria que pontuassem quais foram os desafios ao trabalhar fontes visuais com os alunos da EJÁ já que estes passam por uma rotina cansativa de trabalho e familiar. Trabalhar com filmes acarretou algum desinteresse por parte deles, ou, não ?

    Daiane Aparecida Freires Dos Santos.

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    1. Repostando:
      lá, Daiane! Obrigado pela questão e pelo comentário! Sendo sincero, percebi mais interesse do que desinteresse por parte dos/as estudantes. Inclusive, acredito que por ser uma atividade mais lúdica, relaxante, o uso de audiovisual intercalado com uma roda de conversa pode ser mais instigante e menos cansativa do que uma aula expositiva comum. A ideia é também tentar trazer a experiências dos/as estudantes em sua rotina de trabalho e de convívio com a família para o debate. Tentamos "provocá-los" para que expusessem suas percepções e tivemos sucesso com boa parte da turma. Claro, existem aqueles que ficam mais quietos, interagem pouco. O sucesso nesse tipo de atividade quase sempre é relativo, mas de uma maneira geral foi possível notar bastante interesse na oficina.

      Att. Diogo Matheus De Souza.

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    2. Repostando.

      Olá Daiane. Obrigada pela sua questão. Apenas complementando a resposta do meu colega Diogo...penso que a temática étnico-racial contribuiu para o interesse dos/as alunos/as para com a proposta, uma vez que eles puderam se enxergar naquela história e fazer parte da discussão reivindicando seu lugar de fala. Um abraço.
      Stela Schenato.

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