ARQUIVOS E
DOCUMENTOS NO ENSINO DE HISTÓRIA (LOCAL): UM DIÁLOGO POSSÍVEL
“A história se faz com documentos escritos, quando
existem. Mas ela pode e deve ser feita com toda a engenhosidade do historiador[...].
Com palavras e sinais. Paisagens e telhas. Formas de campos e ervas daninhas.
Eclipses lunares e cordas de atrelagem. Análises de pedras pelos geólogos e de
espadas de metal pelos químicos”. Lucien
Febvre (1989)
Com esta sintomática afirmativa do historiador Lucien Febvre, podemos
compreender que a história é feita com documentos escritos e também não
escritos, o que permite pensar na pluralidade de fontes a partir da
engenhosidade do historiador, pois é este quem escolhe, seleciona, cita, faz e
desfaz o instrumental que embasa suas produções. É preciso enfatizar que estas
prerrogativas do historiador estão circunscritas a um lugar de produção e que
este também interfere em sua prática. Diferentemente da concepção de documento
reinante antes de 1929, em que o documento escrito e oficial praticamente
“falava por si” no âmbito do ofício dos historiadores, imbuído de prova e
verdade.
A historiografia de vertente francesa, inaugurada pelos historiadores
ligados ao grupo dos Annales –
Tendência historiográfica surgida na França a partir de 1929 com uma trajetória
marcada por três gerações de historiadores ao longo do século XX, conhecidos
como pertencentes a um tipo de nova história, praticada por meio da ampliação
das fontes históricas, objetos de investigação, problemas de pesquisa,
interdisciplinaridade com outras ciências, viés social, econômico e cultural
dos estudos históricos – promoveu certa revolução, à medida que as palavras de
Febvre expressam bem a ampliação da concepção de documento, pois se
interessavam não mais exclusivamente pelos registros políticos, administrativos
e militares, mas por outros vestígios legados pelo homem no tempo e no espaço,
mediante uma história social e econômica. Na obra clássica Apologia da História, o historiador francês Marc Bloch considera
que “a diversidade de documentos históricos é quase infinita. Tudo que o homem
diz ou escreve, tudo que fabrica, tudo que toca pode e deve informar sobre ele”
(BLOCH, 2001, p. 79).
Neste contexto acima citado, foram lançadas as bases da concepção de
fonte histórica enquanto fruto do trabalho do historiador sobre os documentos.
Desse modo, não mais importava o estatuto de veracidade das fontes, mas sim o
tipo de questões formuladas acerca das mesmas. A questão em História passou a
ser elemento básico, primário e
potencial, traduzida pelo problema, ou seja, toda pesquisa histórica pressupõe
responder uma ou mais inquietações que tem sua explicação no passado, seja ele
longíquo ou recente. Sobre tal discussão, Prost esclarece:
“Entre
as várias maneiras de fazer “avançar” a história, a mais simples consiste em
preencher as lacunas de nossos conhecimentos. Mas o que é uma lacuna? Haverá
sempre a aldeia, cuja história ainda não tenha sido escrita; no entanto, a
história de uma enésima aldeia preencheria verdadeiramente uma lacuna? Em vez
de um objeto suplementar cuja história não tenha sido escrita, a verdadeira
lacuna é constituída pelas questões ainda sem resposta para os historiadores”.
(PROST, 2012, p. 80).
Observa-se a lição que Prost
apresenta, notadamente acerca da importância das questões para a pesquisa
histórica, uma vez que estas são responsáveis pela diferenciação de temas,
procedimentos e teorizações. Os historiadores não abandonaram a crítica aos
documentos, mas passaram a questioná-los e interpretá-los à luz de suas
conexões com a sociedade que os produziu, com as técnicas de fabricação e com
os aparatos ideológicos que fundamentaram tal produção. Conforme Karnal e
Tatsch “o documento não é um documento em si, mas um diálogo claro entre o
presente e o passado” (KARNAL; TATSCH. 2013, p.12).
Com a renovação da historiografia a partir da adoção de
novos problemas, novas abordagens e novos objetos ainda na década de 1970, o
campo da pesquisa histórica tem se servido de uma variada gama de fontes,
permitindo compreender que o traço comum que identifica tantas coisas como
fonte histórica seja o “[...] interesse do historiador em inquirir o que essas
coisas revelam sobre as sociedades às quais elas pertencem e na criação de uma
narrativa explicativa sobre o resultado de suas análises”(
JANOTTI, 2010, p.10). Karnal e Tatsch,
percorrem por dentro a noção de documento concluindo que “em síntese, documento
histórico é qualquer fonte sobre o passado, conservado por acidente ou deliberadamente,
analisado a partir do presente estabelecendo diálogos entre a subjetividade
atual e a subjetividade pretérita” (KARNAL; TATSCH. 2013, p. 24). Essa percepção de documento se aproxima do que é
definido oficialmente como passado, pois conforme Hobsbawm, o passado é “[...]
uma seleção particular da infinidade daquilo que é lembrado ou capaz de ser
lembrado” (HOBSBAWM, 2013, p.
26).
Em Arqueologia do Saber, o
filósofo francês Michel Foucault apontava no final dos anos sessenta do século
XX no sentido de problematizar o documento enquanto monumento, ou seja,
documento encarado como fruto de uma complexa rede de saberes e poderes, sendo
necessária uma ação “arqueológica” para decompô-lo a partir das várias camadas
que o constitui (FOUCAULT, 2012). Na esteira deste pensamento, o historiador
francês Jacques Le Goff, em seu clássico Livro História e Memória, publicado pela vez em 1988, alavancou a
discussão sobre a natureza do documento histórico, passando a pensar este
último enquanto fruto de uma montagem ao longo do tempo, sendo necessária uma
ação analítica de desmonte e indagações acerca das condições de produção dos
mesmos, para tanto ele evidencia que:
“O documento não é inócuo. É
antes de mais nada o resultado de uma montagem, consciente ou inconsciente, da
história, da época, da sociedade que o produziram, mas também das épocas
sucessivas durante as quais continuou a viver, talvez esquecido, durante as
quais continuou a ser manipulado, ainda que pelo silêncio. O documento é uma
coisa que fica, que dura, e o testemunho, o ensinamento (para evocar a
etimologia) que ele traz devem ser em primeiro lugar analisados
desmistificando-lhe o seu significado aparente. O documento é monumento.
Resulta do esforço das sociedades históricas para impor ao futuro – voluntária
ou involuntariamente – determinada imagem de si próprias”. (LE GOFF, 1990,
p.542).
Geralmente os lugares de guarda dos documentos que se tornam históricos,
do ponto de vista do historiador, são os arquivos. Segundo a historiadora
francesa Alertte Farge (2009), “o arquivo é uma brecha no tecido dos dias, a
visão retraída de um fato inesperado”. Embora este trecho citado remeta-se ao
contexto dos arquivos judiciários, Farge nos presenteia com uma definição
interessante de arquivo, pois o arquivo abre uma premente possibilidade de
diálogo com o passado, principalmente de um passado inesperado, urdido no calor
da pesquisa histórica embasada em uma sistemática e por recortes temáticos,
espaciais e temporais. A pesquisa em arquivos torna-se mais profícua ao sabor do arquivo, como pensa Farge, uma
vez que o trabalho neste tipo de lugar deve ser realizado com paciência e
destreza historiadora, um verdadeiro trabalho de artesão, “lento e pouco
rentável”. O historiador brasileiro Carlos Bacellar reforça a ideia de quão é
desafiador e lento o trabalho em arquivos:
“Aventura-se pelos arquivos, portanto, é sempre um desafio de trabalhar
em instalações precárias, com documentos mal condicionados e preservados, e mal
organizados. Portanto, o historiador tem sempre pela frente o desafio de
permanecer por meses, quando não por anos, nesses ambientes pouco acolhedores
em termos de conforto e de condições de trabalho [...]” (BACELLAR, 2008, p.29).
Além do que, como aponta Castro, os “documentos de arquivos, além de
geralmente serem únicos, também não circulam, isto é, não podem ser levados
para casa ou emprestados através de outro arquivo como ocorre no caso de
empréstimos entre bibliotecas” (CASTRO, 2008, p. 37). Considerando esta
assertiva de Castro, se faz necessário provocar os professores(as) de História
para o trabalho em arquivos, principalmente no que concerne ao ensino de
história local e regional – mesmo
considerando fatores adversos, como tempo, devido à alta carga horária;
financiamento; equipamentos entre outros – na busca de documentos que possam:
“Contribuir para uma compreensão múltipla da História, pelo menos em
dois sentidos: na possibilidade de se ver mais de um eixo histórico na história
local e na possibilidade da análise de micro-histórias, pertencentes a alguma
outra história que as englobe e, ao mesmo tempo, reconheça suas
particularidades” (SCHMIDT; CAINELLI. 2009, p.139).
É interessante pensar que o docente pesquisador é uma condição não
necessariamente derivada de uma ausência de pesquisas realizadas por
pesquisadores acadêmicos, geralmente especialistas em determinado tema
histórico. O docente pesquisador pode ser uma condição assumida diante das
especificidades do próprio trabalho em sala de aula, pois o ensino de História,
além do currículo formal e suas diretrizes, também é perpassado por um
currículo feito no cotidiano da relação professor, estudantes e conteúdos
escolares, de modo que determinado tema trabalhado pode ser melhor estudado a
partir de um ou mais documentos pesquisados com finalidades específicas do
contexto escolar.
Nesse sentido, sabendo da importância das fontes históricas para o metier do historiador e para a docência,
cabe ressaltar o fato de muitas cidades, especialmente aquelas mais
contemporâneas, possuírem versões de suas histórias um tanto quanto apressadas
e simplistas, com base em notas biográficas ou relatos simples da complexidade
social destes espaços. Os professores do ensino básico, especialmente do ensino
fundamental II acabam se ressentindo por não terem material para trabalharem a
história da cidade em suas aulas de História e quando trabalham apenas fazem
uso de pequenos textos ou apostilas curtas fornecidas pelas secretarias
municipais de educação.
Estes materiais, acima citados, em geral, narram a história da cidade
mediante uma caracterização tradicional, a saber: origem, emancipação política
e evolução, procedimento que recai na chamada história etapista, aquela
alavancada por meio de etapas de sucessão temporal, compreendida em blocos
homogêneos, em que ocorre uma explicação linear, harmônica e livre de
adversidades e diferenças. Além do que, esse tipo de história acaba sendo
apresentado aos moldes tradicionais diante da atual conjuntura dos estudos
históricos e suas frequentes renovações teórico-metodológicas. Daí a narrativa
geralmente recai sobre fatos, datas e homens ilustres que são postos enquanto
marcos definidores do lugar. A pouca produção historiográfica sobre o município
e a inexistência de material didático para uso nas escolas provocam certo
desconhecimento da história local, entendida aqui como a história de cidades ou
de pequenas regiões que expressam a trajetória da comunidade e sua dinâmica no
cotidiano. Uma das mais enfáticas respostas dos professores da educação básica,
quanto ao não trabalho com a história local, remete-se ao desconhecimento de
subsídios (fontes) e caminhos (temas) para o trato com as questões locais.
Desse modo, Compreendendo fonte histórica a partir de um olhar
contemporâneo, que afirma o seu caráter amplo e heterogêneo, ressalta-se para
os docentes que se trabalham a história local e regional em suas aulas de
História as seguintes possibilidades não só de arquivos, mas de lugares de
memória: casas e espaços de
memória, museus, arquivos públicos (câmaras municipais, fóruns, delegacias,
colégios) e privados (cartórios, coleções particulares, bibliotecas temáticas
particulares, sindicatos, associações, clubes, álbuns fotográficos); arquivos
de órgãos políticos e administrativos; patrimônio edificado; memórias de grupos
e/ou agrupamentos sociais; arquivos de jornais e rádios, etc.
Estes lugares podem
ser analisados à luz do pensamento do historiador francês Pierre Nora, pois na obra Entre a História e a Memória: a
problemática dos lugares (1993), o referido autor alavanca a discussão sobre os
lugares de memória. Partindo da percepção que os lugares de memória são a prova
de que não há mais memória espontânea nas sociedades contemporâneas, Nora
aponta que estes lugares são antes de tudo resto do passado, segundo ele, criar
arquivos, aniversários, celebrações, elogios fúnebres, atas, entre outros, não
são atitudes naturais. Estes lugares seriam representados tanto por símbolos
como por materialidades.
Conforme Selva Guimarães (2012), os estudos do local são relevantes no processo
de construção das identidades e das memórias que se inscrevem no tempo, seja
ele longo, médio ou curto. Segundo esta pesquisadora, o local pode ser
problematizado, tematizado e explorado no cotidiano da sala de aula, a partir
de várias fontes. Guimarães ainda adianta que o estudo do local pode ser
realizado em articulação com outras dimensões do ensino, como o regional,
nacional e até o universal, a partir de temas que atravessam estas dimensões.
Conclusão
Considera-se, portanto, que os arquivos e documentos, tidos como
históricos, são lugares e instrumentos também de trabalho do docente na
perspectiva de subsidiar suas aulas de História no ensino básico. Documentos
pensados enquanto monumentos, assim analisados considerando todas as etapas de
sua constituição, pesquisados em arquivos tidos como espaços onde o trabalho de
pesquisa precisa ser saboreado e paulatinamente efetuado de modo artesão.
Observa-se
que para se refletir e questionar a construção de identidades e memórias
“petrificadas”, um trabalho com fontes locais pode, além de aproximar o
estudante de sua vivência mais próxima, possibilita iniciar junto aos
estudantes um trabalho de aproximação entre o currículo formal escolar e a
consciência histórica.
Roberg Januário dos Santos:
Doutorando em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da
Universidade Federal do Pará. Professor efetivo do curso de História do
Instituto de Estudos do Trópico Úmido, da Universidade Federal do Sul e Sudeste
do Pará. Esta publicação é fruto das reflexões teóricas acerca das noções de
arquivo e documento realizadas no âmbito do Projeto de pesquisa: O Embate Fronteiriço Paraense: a tentativa
de criação do Estado de Carajás e sua recepção na cidade de Xinguara - PA (1989
2011), com apoio da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do
Pará (Fapespa) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico – CNPq.
Lucilvana Ferreira Barros: Doutoranda
em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal
do Pará. Professora efetiva do curso de História do Instituto de Estudos do
Trópico Úmido, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará.
Referências:
BACELLAR,
Carlos. Fontes documentais: uso e mau uso dos arquivos. In: PINSKY, Carla
Bassanezi (org.). Fontes históricas.
São Paulo: Contexto, 2005.
BLOCH, Marc. Apologia
da história, ou ofício de historiador. Tradução André Telles. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, Ed., 2001.
CASTRO, Celso. Pesquisando
em Arquivos. Rio de Janeiro; Jorge Zahar Ed., 2008.
FARGE, Arlette. O Sabor do Arquivo. São Paulo: Editora da Universidade de São
Paulo, 2009.
FEBVRE, Lucien. Combates pela história. 3a ed. Lisboa, Editorial Presença, 1989.
FONSECA, Guimaraes Selva. Didática e Prática de Ensino de
História. - 13ª Ed. PAPIRUS, 2013.
FOUCAULT,
Michel. A Arqueologia do saber.
Trad. Luiz Felipe Baeta Neves. – 8. Ed. – Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2012.
HOBSBAWM, Eric. Sobre História. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
JANOTTI,
Maria de Lourdes. O Livro Fontes Históricas como Fonte. In: PINSKY, Carla
Bassanezi (Org.). Fontes Históricas.
2ª.ed. São Paulo: contexto, 2010, p.10.
KARNAL, Leandro; TATSCH, Flávia Galli.
Documento e História. In: PINSKY. Carla Bassanezi. LUCA, Tania Regina
(Org.) O historiador e suas fontes.
– 1ª ed. São Paulo: Contexto, 2013, p.12.
LE GOFF, Jacques. História e
Memória. SP Campinas: Editora da UNICAMP, 1990.
NORA, Pierre. Entre história e memória: a problemática dos lugares. Revista Projeto História. São Paulo, v.
10, p. 7-28, 1993.
PROST, Antoine. As Questões
do Historiador. In. Doze Lições Sobre a
História. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.
SCHIMIDT, Maria
Auxiliadora. CAINELLI, Marlene. História local e o ensino de História. In:
Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2009.
Caros Roberg e Lucilvana, gostaria de elogiar o texto apresentado, sua concisão, coesão, proposta e cuidado em sempre apresentar conceitos pertinentes.
ResponderExcluirAdicionalmente, Gostaria de saber se as atividades propostas chegaram a ser executadas em algum momento. Se sim, com qual público (ensino médio, fundamental ou superior)? Eles conseguiram, durante as atividades, perceber seu papel enquanto construtores de uma narrativa histórica que supriria lacunas deixadas por historiadores e comentaristas anteriores? Como reagiram a essa postura pesquisadora/ativa frente aos conteúdos da disciplina?
Renan Ramos Chaves
Prezado Renan Chaves, obrigado pela leitura!
ExcluirDesenvolvemos um projeto de intervenção metodológica junto a turmas do 7°, 8º e 9º ano do ensino fundamental de uma escola municipal de uma cidade do sudeste do Pará. Pesquisamos em arquivos do legislativo ( Câmara Municipal), da paróquia, fontes orais, entre outras. Aplicamos oficinas e observamos que ao fim da jornada de oficinas os estudantes revelaram a desconstrução de várias ideias naturalizadas acerca da história e identidade da cidade. Além disso, estes estudantes passaram a encarrar a realidade vivida como imerso nas relações de saber e poder, entre outras.
Att,
Roberg Santos
Lucilvana Barros
Apesar das importante realizações feitas a partir de 1996 com a LDB ,também com os PCN'S e a BNCC. Alguns livros didáticos com características tradicionalistas ainda são trabalhados em escolas de nos interiores dos municípios da federação. A busca por essa identidade histórica local fica prejudicada? Mesmo contando com com o leque de possibilidades das fontes.
ResponderExcluirJosé Guilherme Aguiar Assis.
Prezado Guido Aguiar, obrigado pela leitura!
ExcluirAo nosso olhar, a inserção do local, apesar de constar em recomendações de documentos oficias, não depende para a sua aplicação desta legislação apenas, nem somente da existência de fontes, sendo importante destacar a importância do docente, da visão de história e da percepção de como este ver a importância do local relacionado-se com o global.
Att,
Roberg Santos
Lucilvana Barros
Caros Roberg e Lucilvana, sou professora da rede municipal de Fortaleza e leciono a disciplina de história para alunos do 6º e 7º ano. Durante minhas aulas utilizo, sobretudo, o livro didático como fonte de pesquisa e análise histórica. Apesar do livro didático não abordar aspectos da história local ou algo que se aproxime da realidade do aluno, tento sempre remeter a objetos do cotidiano deles, como o bairro onde moram ou os locais de diversão. Mas não é um trabalho fácil, sobretudo, porque em Fortaleza não percebo essa preocupação com a preservação da memória local. Meu questionamento é esse: como trabalhar a questão da memória da cidade com esses alunos se as pessoas que habitam aquele lugar não se preocupam se existe ou não a preservação dessa memória?
ResponderExcluirRenata Felipe Monteiro
Prezada Renata Felipe Monteiro,
ExcluirPeço desculpas pela intromissão e venho lhe fazer um convite para ler o ensaio de autoria minha e de Renan Ramos Chaves, "PROVOCAÇÕES A PARTIR DE LUCY MAYNARD SALMON", inscrito no ST "História do Ensino", deste mesmo Simpósio.
A história local tende a ser inesgotável se observarmos o cotidiano como elemento histórico. Prédios (em sua totalidade, envolvendo materiais, técnicas, arquitetura, nome, finalidade), sobrenomes, costumes cotidianos, vestimentas, infra-estrutura urbana, festas típicas, tudo pode se tornar fonte do pesquisador/professor. Se os antecessores negligenciaram a memória da cidade os alunos podem ser instigados a recuperá-la.
Também aproveito para parabenizar Roberg e Lucilvana pelo ensaio proposto, pela coesão, pertinência e densidade teórica.
Mariana Dias Antonio
Mariana, agradeço a indicação de leitura. Achei muito interessante a proposta do texto. Irei ler sim, obrigada.
ExcluirRenata Felipe Monteiro
Prezada Renata Felipe Monteiro, obrigado pela leitura do texto!
ExcluirParabéns por buscar o local nas suas aulas de história! a sua inquietação é a de muitos colegas docentes. Pensamos que a memória da cidade geralmente encontra-se espraiada e nem sempre é fácil de trabalhar. Todavia, nomes de ruas são atos de memória, monumentos de praças, nomes de prédios públicos, parques verdes, entre outros são bons espaços para se discutir a produção da memória da cidade.
Att,
Roberg Santos
Lucilvana Barros
olá
ResponderExcluirinicialmente gostaria de elogiar pelo texto, está obviamente bem escrito!
agora, sobre a citação de Le Goff e sua ideia de que o documento deve ser olhado com o mesmo olhar que deve ser dado a um monumento. gostaria de entender como essa visão (ou pratica) pode ser levada ao cotidiano escolar?
att
Maria Marciene Andrade de Oliveira
Boa noite. Vc não acha que todos os municípios brasileiros deveriam ter um Arquivo Público para a preservação da documentação? Que tal a sugestão para uma lei neste sentido? Obrigado.
ResponderExcluirPrezada Giovanni, obrigado pela leitura do texto!
ExcluirExcelente ideia, sim, acho que os municípios deveriam se preocupar mais com a guarda de documentação, inclusive um arquivo que abrique documentos de instituições locais, como câmara municipal, entre outras.
Att,
Roberg Santos
Lucilvana Barros
Primeiramente quero parabeniza-los pelo belo texto redigido. Segundo, remeter um questionário sobre as fontes. Qual a relevância de uma fonte e como identifica-las?
ResponderExcluirSamuel Henrique dos Santos da Silva
Olá.
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho, está excelente.
Quais são os tipos de fontes históricas? Vcs acham que a arqueologia serve como fonte?
Vanessa Andrade Vasconcelos
Prezada Vanessa Andrade, obrigado pela leitura!
ExcluirAs fontes arqueológicas são também importantes para o ensino de história, sobretudo, considerando a forma como o docente fará a inserção desta na sua metodologia didática. Objetos materiais de sociedades passadas são interessantes para o estudo da história destas sociedades.
Att,
Roberg Santos
Lucilvana Barros
O campo do conhecimento da história é amplamente vasto,é repleto de uma pluralidade ímpar,inegavelmente. Mas se prender apenas a documentos não acabaria por restringir essa pluralidade já que as fontes orais São riquíssimas fontes de se obter conhecimento, diante dessa possibilidade não seria coerente ver os documentos como sendo um dos viés que são usados para se chegar ao conhecimento?
ResponderExcluirPrezada Josiene Santos, obrigado pela leitura do texto!
ExcluirConcordamos com você acerca da possibilidade da história oral e os produtos desta como fontes para o ensino. Apenas realizamos neste uma discussão em relação aos arquivos e documentos escritos, não tratamos das fontes orais em função que não foi o nosso objetivo.
Att,
Roberg Santos
Lucilvana Barros
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ResponderExcluirO campo de conhecimento da História é amplamente vasto e de uma pluralidade inegável,ao longo do tempo com o desenvolvimento das corentes historiográfica, a história foi se desenvolvendo e fazendo uso deferramentas para facilitar o trabalho do historiador, e dar veracidade ao seu trabalho, porém fazer o uso apenas de documentos como fontes de estudos não acabaria por restringir essa pluralidade existentes no âmbito da história já que se possui fontes riquíssimas como as fontes orais que também podem ser utilizada para se obter um conhecimento histórico?
ResponderExcluirO campo de conhecimento da História é amplamente vasto e de uma pluralidade inegável,ao longo do tempo com o desenvolvimento das corentes historiográfica, a história foi se desenvolvendo e fazendo uso deferramentas para facilitar o trabalho do historiador, e dar veracidade ao seu trabalho, porém fazer o uso apenas de documentos como fontes de estudos não acabaria por restringir essa pluralidade existentes no âmbito da história já que se possui fontes riquíssimas como as fontes orais que também podem ser utilizada para se obter um conhecimento histórico?
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