Wiliane Maine do Nascimento


 A MÚSICA E A PARÓDIA COMO CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO NO ENSINO DE HISTÓRIA

Introdução
Diante da situação de Ensino que nosso país vivencia e dos problemas relativos ao comportamento em sala de aula por parte dos educandos, faz-se necessário implementar-se medidas capazes de instigar os alunos, afim de conseguir um bom rendimento escolar, pois, é através da educação que estes vão adquirir atributos para se desenvolver socialmente. Outrossim, ensinar História atualmente constitui-se um grande desafio, uma vez que o professor tem que derrubar inúmeras barreiras a fim de que os alunos tenham interesse por todo o saber oferecido pela disciplina.


’’A disciplina de história é uma das que mais causam apatia, [...] essa apatia pode ser explicada pelo distanciamento dos conteúdos com o cotidiano, os alunos não veem significado em tantos personagens, datas e fatos e todo o processo de memorização que é atribuído ao ensino de história nas escolas”. [SILVA; SANTOS, 2013, p. 2].


O mundo está mudando constantemente, e assim como ele a Educação também entra nesse processo. A necessidade de um profissional atualizado, trazendo para a sala de aula novas práticas educativas é de suma importância uma vez que a utilização de fontes das quais os jovens fazem uso cotidianamente, são incorporadas no ato de ensinar, poderá propiciar uma maior interação entre professor-aluno acarretando uma mútua aprendizagem. Desse modo, cabe ao professor de História repensar suas práticas educativas, em como “reger” sua aula, para que não seja tido como obsoleto.


A música no Ensino de História
É a partir da segunda metade século XX, que a utilização de novas linguagens emerge em pesquisas historiográficas. Ademais, é com a Escola dos Annales que urge a necessidade de modificar-se o modelo de transmissão-recepção através da incorporação teórica-metodológica de análise de documentos que antes era bem restritivo. O emprego de fontes, na prática escolar, deve ter como foco máximo “desenvolver uma autonomia intelectual capaz de propiciar análises críticas da sociedade em uma perspectiva temporal” (BITTENCOURT, 2005, p.328).


Pensada como um documento, a música é um exemplo de uma nova prática educativa, que traz em seu conteúdo marcas e características do seu tempo. Nesse contexto, constitui-se como um recurso didático na medida em que é utilizada para responder indagações acerca de objetivos traçados pela disciplina História. Ao utilizar a música em sala de aula, o professor enriquece a aula com uma linguagem diferenciada daquela que costuma usar deixando-a mais interessante e divertida, provocando surpresas e interesses nos educandos. Todavia, além de nos propiciar momentos descontraídos durante as aulas, tornando-as dinâmicas e prazerosas, esse método pode conduzir o aluno a uma visão/leitura mais crítica do mundo que o cerca.


Em contrapartida, é necessário que o professor saiba utilizar esse recurso metodológico, e não a levar para o ambiente escolar apenas “por levar” ou por que a achou interessante. É necessário que a música tenha uma mensagem e os professores mostrem-na aos seus alunos. Qual a intenção do compositor que a escreveu? Em que ano foi escrita? A qual período da História se remete? Essas são algumas das perguntas que podem ser feitas ao se trabalhar com músicas. Dessa forma, com uma boa utilização de tal, assuntos que são tidos como cansativos e enfadonhos, passam a ser compreendidos através de melodias.


De acordo com Del Ben e Hentschke (apud HUMMES, 2004, p. 22):

’’A música pode contribuir para a formação global do aluno, desenvolvendo a capacidade de se expressar através de uma linguagem não-verbal e os sentimentos e emoções, a sensibilidade, o intelecto, o corpo e a personalidade [...] a música se presta para favorecer uma série de áreas da criança. Essas áreas incluem a “sensibilidade”, a “motricidade”, o “raciocínio”, além da “transmissão e do resgate de uma série de elementos da cultura”.


O trabalho do professor de História é desenvolver nos alunos a capacidade de coletar informações, selecioná-las e desenvolver em ambos um senso crítico e humanitário. O mesmo deve contribuir para a formação de um cidadão atuante na sociedade a qual está inserido por meio de novas propostas que despertem problemáticas. É necessário que ele esteja apto a mostrar aos educandos que a partir do momento que a música é levada para ser trabalhada em sala de aula, a mesma transforma-se em uma ação intelectual, enaltecendo uma enorme diferença entre a música ouvida e a música pensada.


Essa nova forma de se trabalhar com a História é de suma importância, uma vez que melhora a relação professor-aluno em relação à interatividade e diálogo, desvencilhando aquela velha visão de que o aluno em sua totalidade é apenas um agente receptor de informações. Dado isso, o aluno aprende que além de se trabalhar com economia, política, religião, cultura ele passa a ter um conhecimento extra que vai além dos livros didáticos.


O uso de paródia nas aulas de história
Sabemos que a música está presente em nossas vidas, desde o nosso nascimento quando nossas mães cantam canções de ninar, até a nossa fase adulta quando se relacionada com as nossas emoções. Ademais, quase todas as pessoas associam a música a uma experiência vivida, e todas as pessoas tem uma preferência musical. O modo como tal se expressa em nossas vidas durante tal percurso, é de suma importância uma vez que estimula nossa memória e desenvolve competências cognitivas.


“De fato, trata-se de uma excelente ferramenta, pois a música quando bem trabalhada desenvolve o raciocínio, criatividade de dons e aptidões por isso, deve-se aproveitar está tão rica atividade educacional dentro da sala de aula.” [ONGARO, 2006].


No contexto educacional, a música pode ser explorada e trabalhada pelos educandos, uma vez que torna a aula mais dinâmica e prazerosa. Nesse sentido ao se utilizar músicas nas aulas de História, o professor estará facilitando conteúdos que por vezes são tidos como chatos e enfadonhos. Pode-se trabalhar de diferentes maneiras com as músicas dentro da sala de aula, uma delas é a paródia:


“Paródia (grego = contracanto) originalmente na música grega: a deformação. Em literatura: imitação com efeito de ridicularização, deformação ou exagero de uma obra séria que já existe, ou de algumas de suas partes; a forma exterior se mantém enquanto que o conteúdo muda e se torna inadequado com relação à forma (contrariamente à "travestie")”. [MOSER, 1992, p. 136].


“A paródia é uma modificação da letra original de uma música. Diante isso, a mesma é totalmente viável para fins educacionais. Ela consiste em um gênero textual, que porventura é uma recriação de uma obra já existente, ou seja, passa por uma modificação textual, e adequa sua letra ao objetivo que se espera, contudo, permanece os aspectos, harmônicos e melódicos. “A paródia, de forma tendenciosa, também pauta-se pela recriação de um texto, entretanto, utiliza-se de um caráter contestador voltado para a crítica, muitas vezes sob um tom jocoso” [Duarte, 2015].


Temos vários exemplos de paródias no meio social, por exemplo, quando utilizada em propaganda de produtos, programas de humor, desenhos ou até mesmo em propagandas eleitorais, quando os candidatos tem a intenção de fazer com os eleitores memorizem suas siglas e números. Outrossim, no ambiente escolar, a paródia tem como objetivo situar identidades, ou seja, através de variados gêneros é possível unir diferentes gostos em um único espaço, uma vez que cada educando tem seu costume, crença e características.


Ao se trabalhar com paródias em aulas de História, acredita-se que os alunos acabem com a visão de aulas monótonas, adquirindo conhecimento através de aulas dinâmicas em que ocorre maior interação entre professor-aluno. Ao se utilizar tal recurso, o professor estará disponibilizando uma educação de qualidade aos seus alunos, estimulando-os a uma nova visão do mundo que os cerca.


Quando utilizada corretamente, a paródia pode gerar resultados significativos durante as aulas, ao mesmo tempo em que os alunos se divertem, eles aprendem naturalmente sem ser pressionados, mantendo um ambiente alegre durante os 50 minutos que constitui uma aula. Como instrumento valioso no desenvolvimento de capacidades a paródia ajuda os alunos no que diz respeito à contextualização, análise, expressão de ideias, produção de letras e melodias, construção de conhecimento e mudança de atitudes. Ademais, o simples fato dos alunos perceberem um violão na sala, ou qualquer outro recurso sonoro, os dá a entender que aquela aula será diferente, talvez mais dinâmica e mais prazerosa do que eles estão muitas vezes acostumados a enfrentar: uma verdadeira “tortura mental”.


Conclusão
Diante do que já foi exposto, fica claro que a modernização hoje em dia tem um papel fundamental no quesito de ajudar tanto os professores quanto os alunos na aquisição de conhecimento. Todavia, o professor, como mediador do conhecimento, deve buscar alternativas para propagar a aprendizagem de modo que o aluno construa conceitos fundamentados no que assimila na sala de aula. Os usos de novos recursos metodológicos nas aulas de História possibilitam um melhor aprendizado. A música e/ou a paródia quando levadas para o ambiente escolar como um material didático, podem ser utilizadas como um meio de percepção social. O estudante passa a interpretar a letra e criar uma ponte com o social, com a sua realidade. Portanto a música e paródia devem ser analisadas, interrogadas e entendidas não como uma mera combinação de palavras, mas sim como uma mensagem a ser entendida.

Referências
Wiliane Maine do Nascimento é aluna do curso de História pela UFRN.
BITTENCOURT, Circe. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2005.
DUARTE, Vânia Maria Nascimento. Paródia e Paráfrase: exemplos de intertextualidade, [S.1.:s.n]. Disponível em: http://www.portugues.com./redacao/parodiaparafraseexemplos intertextualidade.html.
HUMMES, Júlia Maria. Por que é importante o ensino de música? Considerações da música na sociedade e na escola. Abem, Porto Alegre, n.1, p.17-25, 2004. Disponível em: http://www.abemeducacaomusical.com.br/revistas/revistaabem/index.php/revistaabem/article/view/343/273
MOSER, W. A paródia: moderno, pós-moderno. Tradução: Maria José Coracini, Université de Montréal. REMATE DE MALES, Campinas, (13):133-145, 1992.
ONGARO, Carina de Faveri, Silva, Cristiane de Souza. A importância da Música na Aprendizagem. Revista Recre@arte Nº3 Junho 2005. Disponível em: http://www.alexandracaracol.com/Ficheiros/music.pdf.
SILVA, Hilana de Oliveira, SANTOS, Maele dos. O lúdico e o ensino de História. Disponível em: http://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1365644931_ARQUIVO_TrabalhoXXVIISNH-MaeledosSantosPereiraBarbosa-HilanadeOliveiraAlves.pdf


17 comentários:

  1. Olá Wiliane,

    Muito legal a sua proposta de trabalho, especialmente nessa aproximação da canção com a realidade do/a estudante, contudo fiquei pensando na questão do "Riso" também para o trabalho em sala de aula. Como sabemos a paródia geralmente articula a dimensão do cômico e do engraçado também como ferramenta de produção de sentidos e muitas vezes ela acaba sendo guiada pelo tom que se pretende criar com o humor. Você poderia falar um pouco mais sobre como você observa essa questão? Essa relação da paródia com o ensino de história, mas guiada por essa ideia do humor discutindo com os/as estudantes os usos desse?

    Assinado: Igor Lemos Moreira

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  2. Boa tarde Wiliane,

    A paródia ou até o incentivo para que o (a) estudante criem uma música autoral acerca de alguma temática transforma-se num valioso exercício de reflexão e compreensão do ofício historiográfico. Como avaliar a elaboração das mesmas, considerando com um dos parâmetros o verossímil?

    Maicon Roberto Poli de Aguiar

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  3. Olá,


    Concordo com a opinião proposta e é algo que pretendo utilizar como educador. Entretanto, muitos professores utilizam da música para os alunos decorarem determinado assunto, como fazer para que esse suporte didático não se torne meramente um ferramenta de fixação?

    Eduardo de Moraes Faria

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    1. Olá Eduardo!

      Obrigada pelo comentário!

      Bom, na minha concepção quando o professor leva a paródia já feita para a sala de aula, esta tende sim muitas vezes virar uma ferramenta de fixação. Nas minhas aulas, sempre ao acabar um assunto, escolho trabalhar com paródias para ver o nível de aprendizagem dos alunos acerca do assunto estudado. Mas, como faço isso? Ao invés de levar a paródia pronta, proponho a eles confeccionarmos a mesma na sala. A partir dessa metodologia vemos o que os alunos realmente aprenderam a partir da reflexão e escolha de frases que se encaixam com a melodia da música.

      Abraço.

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  4. Gostaria muito de utilizar a paródia como atividade em sala de aula, porém nunca encontrei um modo que possa satisfazer todos os alunos. Sempre alguns alunos ficam chateados com as escolhas de músicas ou acham difícil relacionar a música com o tema e acabam desanimando. Qual seria o melhor método de utilizar a paródia em sala de aula para que agrade todos os alunos ou ao menos a maioria deles?

    Leonardo de Lima.

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    1. Olá, Leonardo!

      Obrigada pelo comentário!

      Bom, no meu caso quando vou trabalhar com paródias nas minhas aulas, peço aos meus alunos que indiquem músicas atuais que fazem sucesso e que eles gostem de ouvir. Depois da lista feita, abrimos um processo de votação para a escolha de uma única música, esta que irá virar uma paródia. Claro que antes dessa escolha, é necessário que os alunos já tenham conhecimento do assunto que irão utilizar na paródia. Uma vez que a escolha da música tenha ocorrido é só colocar em prática as ideias dos alunos acerca do assunto, ouvindo sempre a opinião de cada um e escolhendo sempre o que melhor se encaixa na letra. Comigo sempre dá certo. Tente assim também!

      Abraço.

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  5. Olá, você conhece um cd chamado A Culpa é do Governo, de Juca Chaves? É um apanhado das principais músicas satíricas que ele fez ao longo de décadas, do governo JK à Redemocratização.

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    1. Olá, José!
      Obrigada pelo comentário!
      Não conheço, obrigada pela dica! Vou conferir!
      Abraço.

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  6. Olá Wiliane, bom dia.

    Parabéns pelo texto!

    Não sei se você chegou a ver sobre uma professora de sociologia que usou funk, a música "Baile de Favela" para ensinar Marx. Na minha visão a professora foi genial, escolheu o gênero que atraiu os alunos, sendo eles de uma escola periférica. Mas, como estamos vivendo em tempos sombrios, a professora foi afastada e acabou atiçando os ideólogos do Escola sem Partido que acusam professores de tentarem doutrinar os alunos.

    Como você vê essa questão? É preciso ter esse cuidado com os conteúdos? Qual maneira de poder utilizar essa ferramenta sem ser acusado de doutrinador? (se isso for possível)

    Jéssica Teixeira Careon.

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    1. Olá, Jessica!

      Obrigada pelo comentário!

      Bom, Talvez um dos grandes desafios atuais é saber se o educador sabe diagnosticar, na própria prática pedagógica, se o seu ensino está ou não trilhando o caminho da doutrinação. Trabalhar com paródias não é fácil, exige muito empenho seja do educador ou do aluno. Mas, no meu ponto de vista o professor (a) antes de confeccionar uma paródia deve ter a prática contínua de leituras, associada sempre à honestidade intelectual de expor na sala de aula o maior número de pontos de vista que um assunto comporta e as possíveis conseqüências que a adoção de cada um deles pode acarretar, é a partir de atitudes como essas que muitos educadores não passarão ´por situações constrangedoras como o da professora de sociologia que você mencionou.
      Abraço.

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  7. Oi, Williane!
    Parabéns pelo texto!
    Gosto muito de música, já fiz tentativas, deixando livre para uma turma escolher a música e não funcionou muito bem.
    Poderias compartilhar conosco exemplos de músicas que foram parodiadas e em quais temáticas?
    Fizeste a prática em algum estágio ou trata-se apenas de pesquisa bibliográfica?
    Abraço, Daniela Maria Weber

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    1. Olá, Daniella!
      Obrigada pelo comentário!
      Sou professora de uma escola privada e estou pagando a disciplina Estágio Supervisionado III. Resolvi trabalhar paródias com os meus alunos no período de estágio, pois, acho que essa nova metodologia acrescenta bastante no processo de aquisição de conhecimento.
      Bom, eu sempre levo paródias para os meus alunos na escola privada e percebo como eles se envolvem com a aula, desse modo resolvi trabalhar esse tema com os alunos do estágio, e deu muito certo, estão adorando as aulas.
      Fizemos uma paródia sobre o Iluminismo com a música de MC Loma "envolvimento", e outra sobre Revolução Francesa com a música "Você partiu meu coração" de Nego do Borel.
      Abraço.

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  8. Olá Wiliane.

    Adorei seu texto, é muito complexo e está de acordo com a minha metodologia de ensino da História. Eu aplico paródia também em minhas aulas de História, e os alunos adoram, pois, é algo diferente e motivador para as aulas, além disso, as paródias ficam engraçadas, divertidas, porque, é um momento de avaliação que os alunos adoram mesmo, e você também deve saber que os alunos tem uma imaginação tão grande que nos fazem rir diante das paródias criadas de acordo com os conteúdos abordados em sala. Parabéns pelo texto.

    Gostaria de fazer o seguinte questionamento: O que você pensa a respeito de outros profissionais diante dessa sua metodologia de ensino, pois, muitos professores escutam os seus alunos fazendo as apresentações e pensam: "essa professora só pode estar louca trabalhando com musicalização na disciplina de história, rsrsrs... Porque pensam que é história não podemos inovar, rsrs... Podemos sim, né...

    Mas lhe questiono o seguinte: qual a sua atitude ou o que você faz diante das críticas de outros profissionais quando criticam essa metodologia criada, adaptada e utilizada por você? Resumindo, qual seria a sua reação diante dessas críticas por parte dos outros professores?

    Att, Aline Karine Nunes.

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  9. Parabéns pelo trabalho que está apresentado! Sou formado em Pedagogia e graduando em História, compreendo suas abordagens sobre o tema e vejo a música como ferramenta importante para trabalhar em sala de aula. Gostaria de saber sobre a sua perspectiva sobre as paródias no ensino de História, como elas refletem isso na aprendizagem a partir das suas letras? O que você pensa ao tratar das diferentes culturas da História a partir da música para um conhecimento mais atrativo ao aluno?

    Obrigado!

    Juliano Dilkin

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  10. Olá Wiliane!
    Adorei seu texto, ele me atraiu logo de cara, porque enquanto estava no ensino fundamental e médio minha prof de história utilizava as paródias, no final de cada período, como meio de tornar mais fácil o conteúdo estudado. Apesar da proposta ser boa e realmente e a gente memorizar algumas partes da história (cantada na paródia), as vezes me pego com trechos das músicas em minha cabeça e não faço a menor ideia do que realmente significa no âmbito histórico. Você acha que ao trabalhamos com paródias em sala de aula ocorre esse problema dos alunos ficaram só repetindo os versos sem realmente compreender o que está sendo ensinado?


    Bianca Bittencourt

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  11. Olá Wiliane. Parabéns pelo seu trabalho.
    Adorei e sua proposta e gostaria de saber se você já trabalhou com parodias em sala de aula e se você não acha que essas produções (paródias produzidas pelos alunos) seriam uma excelente fonte de pesquisa para o Ensino de História. Creio a dificuldade que os/as aluno/as, muitas vezes, apresentam na escrita, poderia ter soluções alternativas como as paródias para deixar a construção de ideias e interpretações um pouco mais leve, uma vez que eles poderiam utilizar da linguagem que quisessem. Mais uma vez, parabéns pelo texto. Um abraço.
    Stela Schenato.

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  12. Boa tarde.

    Muito interessante a proposta do uso de paródias, pois além proporcionar a reflexão e aplicação dos conteúdos estudados (como fatos, processos e conceitos), este tipo de atividade promove o uso de diferentes formas de linguagem desde a escrita, passando pela musical e até mesmo a corporal, talvez. Desse modo, possibilita a aprendizagem histórica além dos meios tradicionais, utilizando também múltiplas inteligências, conforme as ideias de Howard Gardner, dando espaço para as habilidades próprias de cada aluno.
    Acho importante salientar que quanto ao uso de músicas como fonte histórica, é importante lembrar que elas não são compostas apenas pela letra, mas também pela melodia e demais aspectos sonoros presentes na gravação que também são indícios do contexto histórico. A título de exemplo, temos as músicas "Panis et circenses" e "Ando meio desligado", ambas do grupo Os Mutantes. A primeira, apresenta ao final da gravação um diálogo familiar em uma mesa de jantar, indicando a alienação ou acomodação de alguns frente ao momento histórico do regime militar. Já a segunda apresenta, também ao final, uma sequência de sons, entre eles vozes distorcidas e o barulho de uma metralhadora, apontando a vioência repressiva do contexto histórico, ainda que a letra da música não seja de protesto.
    Quanto as dúvidas, apenas reforço uma questão que pelo que vi já foi levantada em comentários anteriores, sobre os cuidados para evitar que o uso das paródias se torne uma atividade de fixação e memorização de conceitos, desvinculada de uma real compreensão.

    Beatriz Costa Duarte.

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