Diná Schmidt




A LITERATURA DE VIAGEM COMO FONTE PARA O ENSINO DE HISTÓRIA DO PARANÁ


A proposta deste texto é pensar possibilidades de ensino de História do Paraná a partir da utilização da literatura de viagem como fonte. Esta proposição emergiu da convergência entre a atuação docente nesta disciplina, em cursos de licenciatura em História, e experiência de pesquisa com literatura de viagem. Percebendo os desafios colocados pelo ensino para a formação de professores de História e as possibilidades oferecidas pela literatura de viagem, proponho que a utilização desta fonte pode possibilitar tanto o aprendizado voltado os conteúdos da disciplina de História do Paraná, quanto o desenvolvimento das ferramentas teóricas e metodológicas fundamentais para a formação de um bom historiador e professor. 

Partindo dessa premissa, ao longo do texto desenvolverei, a partir de recorte e problema específicos, caminhos e procedimentos para a utilização da literatura de viagem como fonte para atividades que conjuguem, em sala de aula, a pesquisa e o ensino na formação do futuro historiador, considerando que estas instâncias não devem ser desarticuladas, visando uma formação completa e de qualidade.  

O primeiro passo a ser desenvolvido aqui, e que deve ser construído, também, em sala de aula, é a familiarização com a literatura de viagem. Este gênero se constituiu, desde a Antiguidade, a partir da narrativa sobre espaços e populações considerados exóticos à perspectiva do narrador. Nos períodos Colonialista e Imperialista, exerceu papel fundamental na configuração e mediação das relações de exploração e alteridade. Constituídos, em muitos casos, para a utilização do próprio viajante ou dos patrocinadores da viagem, diários e relatórios mantidos ao longo das expedições comumente vieram a tornar-se públicos, destinados a grandes comunidades de leitores. Em outras situações, que se tornaram muito comuns nos séculos XVIII e XIX, as expedições e registros feitos a partir delas já tinham como um dos objetivos originais produzir relatos que fossem capazes de apresentar ao público os espaços visitados, sua natureza e seus habitantes, em alguns casos até mesmo as oportunidades de ocupação e exploração destes lugares, incentivando migrações colonizatórias.  (ROSSATO, 2007)

A partir da Modernidade, tais expedições e seus escritos resultantes foram, principalmente, produtos de incursões europeias na Ásia, na África e nas Américas. Em relação a América do Sul, o auge de produção e divulgação desse gênero foi o século XIX:

‘‘... a onda de viajantes na América do sul foi principalmente de britânicos que, em sua maioria, viajaram a escreveram como batedores avançados do capital europeu. Engenheiros, mineralogistas, criadores de gado, agrônomos, bem como militares – esses viajantes do século XIX eram frequentemente enviados para o novo continente por companhias de investidores europeus, como especialistas à procura de recursos exploráveis, contatos e contratos com as elites locais, informações sobre possíveis associações, condições de trabalho, transporte, mercados potenciais e assim por diante.’’ (PRATT, 1999, 252-3)

Como pode ser percebido a partir da afirmação de Pratt, foi fundamental a importância da literatura de viagem na configuração das interações desiguais e exploratórias entre a Europa e os demais continentes, em particular a América do Sul. Corolariamente, pode-se afirmar sua importância documental para o estudo dessas relações, que serão articuladas com o escopo da disciplina de História do Paraná a partir do recorte e do problema investigativo que serão estabelecidos a seguir. 

O segundo passo sugerido diz respeito ao estabelecimento do recorte (temporal e geográfico) e do problema que conduzirá a atividade proposta. Recorte e problema serão discutidos conjuntamente em função do fundamental embricamento existente entre esses elementos. Como didaticamente apontado por Barros (2012), a definição do recorte deve ser feita em correspondência com as demandas colocadas pelo problema a ser investigado, ignorando ou extrapolando, em muitos casos, balizas temporais e geográficas tradicionalmente definidas, seja pela própria historiografia ou por marcos políticos e memorialistas. 

Para os propósitos deste texto, proponho a análise do relato de viagem produzido por Thomas Bigg-Wither, engenheiro ferroviário inglês, que veio ao Brasil como membro de uma expedição, também inglesa, a Paraná and Mato Grosso Survey Expedition, incumbida de avaliar o território paranaense para a possível construção de uma ferrovia. Sua permanência se estendeu de junho de 1872 a abril de 1875 e seu percurso contemplou o litoral, com as vilas de Paranaguá e Antonina, as cidades de Curitiba, Palmeira, Ponta Grossa e as Colônias Thereza e Assungui, regiões localizadas nos vales dos rios Ribeira, Tibagi e Ivaí. Considerando que esses marcos geográficos correspondem ao período de realização da expedição e de escrita do relato, seria produtivo que o professor fizesse, em conjunto com seus alunos, um exercício de correspondência com os marcos atuais, facilitando a compreensão do território abordado. 

Como problema condutor para o trabalho com a fonte, proponho analisar como Bigg-Wither constrói, através de sua narrativa, uma representação do espaço paranaense, estabelecendo uma escala de valoração para esse espaço a partir da atribuição de determinadas características, da indicação de supostas ausências e da proposição de possíveis modificações e inserções. Elementos que permitem, em última consequência, refletir sobre possíveis projetos colocados pelo próprio viajante, assim como por seus empregadores e patrocinadores. 

Para que tal empreendimento seja possível, volto à complexidade da definição do recorte. Não bastaria aqui, restringir a análise aos limites temporais e geográficos da expedição ou da província paranaense. É fundamental que seja analisada a conjuntura de inserção no capitalismo imperialista da segunda metade do século XIX, assim como a inserção do território em questão nas relações entre o imperialismo britânico e a América do Sul, como já indicou Pratt. 

A importância dessa inserção mais ampla em relação ao recorte é ressaltada pelas próprias demandas teóricas e metodológicas ao se trabalhar com a literatura de viagem, sendo essa a próxima parada desse texto. A partir dos anos 1970, a historiografia passou a abordar a literatura de viagem com um olhar mais crítico do que aquele até então empregado. Muitos dos chamados intérpretes do Brasil, como Gilberto Freyre, usavam há muito os testemunhos de viajantes como fonte para seus trabalhos, mas sempre os tomando como fonte de informações e juízos acurados sobre a realidade descrita.  Segundo Rossato:

‘‘Durante muito tempo postulou-se o caráter insuspeito e a isenção dos viajantes, o que desobrigava o historiador de contextualizar os relatos de viagem. Buscar a historicidade dos relatos é, no entanto, a forma de compreender como eles produzem sentidos [...]. Os textos, e entre eles os relatos de viajantes, têm que ser apreendidos em suas significações e interpretados através do conhecimento de suas determinações fundamentais e nas práticas que os produziam [...].’’ (ROSSATO, 2007, p.22)

A partir dessa chave de interpretação, trabalhar com a literatura de viagem é um exercício constante de contextualização do viajante e de seu relato dentro da temporalidade a que pertencem, buscando identificar os complexos elementos que produziram, historicamente, narrador e narrativa, assim como compreender que a própria narrativa também passa a ser produtora daquela mesma temporalidade. Para dar mais corpo a esse pressuposto fundamental, coloco-o em prática nas páginas seguintes, considerando que este exercício corresponda ao desenvolvimento da atividade de análise da fonte, em sala de aula. 

O lugar histórico de onde fala Bigg-Wither é marcado pelo contexto social e econômico inglês da segunda metade do século XIX. A observação de algumas características deste momento da história da Inglaterra aponta elementos que ajudam a explicar o projeto de construção de uma ferrovia no interior de um país como o Brasil. Da mesma forma que ajudam a compreender as proposições feitas por Bigg-Wither acerca do espaço paranaense.

A segunda metade do século XIX caracterizou-se pela consolidação da revolução industrial, pela disciplinarização intensa do trabalho e expansão dos domínios do mercado inglês, para outros continentes, por meio do Imperialismo. O Novo caminho no Brasil Meridional – título do relato de Bigg-Wither- apresenta-se permeado por elementos de interpretação de mundo pautados nos princípios que regiam esse momento de efervescência do capitalismo inglês.

A consolidação capitalista inglesa foi profundamente marcada pela construção de ferrovias. Seu processo de construção movimentava celeremente a indústria siderúrgica, proporcionava um grande número de postos de trabalho, agilizava o transporte de matéria prima e de produtos industrializados, elementos estes que dinamizavam a economia e possibilitavam parte de seu grande crescimento nessa época. A grande indústria siderúrgica inglesa sustentava-se sobretudo sobre o ritmo intenso de construção das ferrovias, após 1850 a malha ferroviária da Inglaterra estava basicamente concluída e era necessário encontrar novos mercados consumidores.

‘‘Utilizando-se então do monopólio sobre o comércio marítimo, estabelecido a partir da segunda metade do século XVIII, a Grã-Bretanha começou a se colocar como a “benfeitora” de países subdesenvolvidos, incutindo-lhes a ideia de “progresso” e fazendo com que consumissem produtos industrializados (o que inclui as ferrovias e todo seu aparato), conseguindo assim os novos mercados que salvaram sua indústria siderúrgica.’’ (FINGER,2008, p.2)

Os acordos feitos com outros países englobavam matéria prima para a própria ferrovia, para as construções correlatas a ela, mão de obra especializada como técnicos e engenheiros. Além dos benefícios da construção, a instalação de ferrovias tornaria mais rápido e eficiente o transporte de pessoas e mercadorias, o que facilitaria à Inglaterra comprar matérias primas que viessem do interior desses países, e também mandar para lá seus produtos industrializados.

O Brasil era um dos países receptivos à proposta inglesa, buscava nessa época a modernização e integração do seu território, e a ferrovia era vista com bons olhos para esses fins. Muitos engenheiros brasileiros falavam da necessidade de implementar no Brasil, inclusive nas regiões mais distantes, um sistema eficiente de transporte, que fosse capaz de interligar e dinamizar a economia do país, estimular o povoamento incitando a imigração, promovendo assim sua integração e desenvolvimento.  Os sistemas de transporte preferidos eram a navegação fluvial e principalmente a ferrovia:

‘‘O advento da era ferroviária, tanto no Brasil quanto em outros países do mundo, e, principalmente, o reconhecimento dos enormes impactos desenvolvimentistas das ferrovias nos países de colonização recente, como os Estado Unidos da América, fizeram com que esta modalidade de transporte passasse a receber prioridade dos engenheiros de transporte, de sorte que todos os planos apresentados entre o período de 1870 até 1930 foram essencialmente ferroviários.’’ (RODRIGUES, 2005, p.6, grifo do autor)

É dentro desse contexto de relações entre Brasil e Inglaterra que Bigg-Wither vem ao Brasil na condição de membro de uma comissão encarregada de investigar o espaço paranaense sobre as possibilidades de construção de uma ferrovia. Por meio de sua narrativa, Bigg-Wither busca construir um quadro que pudesse ser capaz de definir esse espaço com o qual se deparava, um espaço que ainda não fora organizado pela lógica do olhar ocidental. Um olhar que

‘‘...não descansa sobre a paisagem contínua de um espaço inteiramente articulado, mas se enreda nos interstícios de extensões descontínuas, desconcertadas pelo estranhamento. Aqui o olho defronta constantemente limites, lacunas, divisões e alteridade (...) O olhar pensa; é a visão feita interrogação.’’ Grifo meu. (CARDOSO, 1988, p.349)

Esse olhar que interroga, que se transforma em palavras que definem esse espaço que se descortina a cada nova trilha aberta na mata, é determinado por lentes construídas em terras além-mar, terras inglesas de um século XIX marcado pelo positivismo, pelo darwinismo e pelo imperialismo, um conjunto de ideias e práticas que definem o que seja o ser-humano e a civilização, de quem pertenceria ou não a essas categorias.

Esse espaço é apresentado em uma diversidade de sentidos, ele é exuberante, com sua natureza farta, mas é também selvagem e inóspito ao seu visitante, como pode ser percebido nos fragmentos a seguir, que foram escritos durante a estadia da expedição em meio a mata:

‘‘A magnificência da flora de uma floresta tropical brasileira tem sido descrita, repetidas vezes, tanto nas obras de ficção como nas de viagem. Mas todas as descrições que tenho lido são pobres comparadas com a realidade...’’ (BIGG-WITHER,1974, p.254)

‘‘Cansaria certamente o leitor se relatasse uma décima parte das misérias e privações que sofremos, principalmente causadas pelas dolorosas inflamações que consumiam os nossos membros e pela praga incessante dos mosquitos. Não fora isso, o clima destas florestas, conquanto   elas   fossem   verdadeira   estufa   de   calor   e   umidade, é essencialmente saudável, sem que nenhum europeu teria resistido aos tormentos por tantas semanas, durante as quais nós mesmos fomos obrigados a passar.’’ (Ibidem, p.215)

Percebe-se uma representação do espaço que se caracteriza fortemente pela atribuição de características relacionadas a presença avassaladora da natureza, seja por sua exuberância ou por seus perigos e desconfortos. Natureza esta, que no contexto em questão, era vista em oposição ao ser humano, ao progresso e a civilização, aquela deveria ser substituída por estes. 

Ao narrar suas impressões, Bigg-Wither transforma a exuberância da natureza e as ameaças desse universo selvagem em faces de uma mesma moeda, a da incivilidade, em contraponto com o universo europeu, que já havia mesclado, ou mesmo substituído, suas selvas e belezas naturais com as belezas das cidades.

São essas cidades, e as pessoas que viviam nelas, que eram consideradas os arautos privilegiados da civilização. Se as cidades europeias abrigavam a civilização, o mesmo não parece ser verdadeiro aos olhos do viajante quando se trata de Curitiba. Ao se referir a Curitiba o viajante deixa claro quais são os parâmetros de avaliação utilizados, uma cidade para merecer de forma inconteste o recebimento desse nome deveria seguir o modelo das cidades industrializadas da Inglaterra:

‘‘A falta de altas agulhas de torres ou edifícios altos ou mesmo das usuais chaminés dá a Curitiba, vista de longe, aspecto muito diferente do de uma cidade inglesa.  Quase se podia classificá-la de aglomerado de tendas e cabanas, formando o campo de um exército na expectativa de receber ordens de partir para outra localidade. O costume, quase universal, de pintar as casas de branco fortalece esta semelhança.’’ (Ibidem, p.79)

Se ser civilizado estava diretamente ligado com ser urbano, a ausência de cidades que merecessem ser assim chamadas, de acordo com seu julgamento, implica na afirmação de que ele havia, em suas próprias palavras, “... viajado e perambulado por muitos anos em terras incivilizadas...”. Aqui observamos, portanto, a definição do espaço por meio de ausências. A inexistência de determinados elementos, que considerava essenciais à civilidade, é utilizada como critério para definir, pejorativamente, o espaço paranaense.  

Ao mergulhar cada vez mais no interior da província, e se ver cada vez mais distante até das pequenas vilas e acampamentos de tropeiros, o “campo de exército” que fora Curitiba ao conhecê-la muda de sentido. Comparada com as matas e invernadas, a capital da Província ganha outro status: ‘‘naturalmente estava habituado aos costumes sertanejos, embora tivesse passado a parte principal de sua juventude na atmosfera civilizada de Curitiba’’ (Ibidem, p.174, grifo meu.)

Contrapondo os dois trechos percebe-se a contradição da fala do viajante, no primeiro momento fala da cidade de Curitiba tendo como ponto de referência as cidades inglesas, marcadas pelas indústrias cuspidoras de fuligem e por altos edifícios cimentados. Nesse contraponto, Curitiba é uma aldeia, um acampamento com suas casas caiadas de branco.

No segundo momento, o autor fala a partir de um lugar diferenciado, encontra-se em meio aos campos e matas paranaenses, onde os sinais mais próximos de ocupação do espaço são grandes fazendas de gado que abrigam meia dúzia de pessoas, e que só se encontram a distância de algumas milhas uma da outra. É o lugar onde as famílias moram em cabanas de chão batido e não utilizam a tinta para caiarem suas casas de branco. Nesta relação, Curitiba ganha status de civilizada. O aprofundamento da presença da natureza selvagem e da ausência de elementos que considera urbanos e civilizados mudam a forma como matiza o espaço em sua narrativa. 

Para designar o conjunto do espaço visitado com uma noção que fosse capaz de abarcar tanto a presença da natureza selvagem, quanto a ausência da urbanidade industrial, Bigg-Wither vai nomear essa porção de terra visitada de “sertão”:

‘‘Por entre a trovoada, os relâmpagos e a forte chuva tropical, passamos todos uma noite confortável, protegidos dos elementos, num abrigo construído por nossas próprias mãos e com comida e bebida em abundância. E isso que constitui a felicidade nos sertões do Brasil.’’ (Ibidem, p.219, grifo meu)

A noção de sertão incorporada por Bigg-Wither em seu relato não era em nada inédita na literatura acerca do Brasil e seus interiores. Já no início do século em questão este termo era usado por outros viajantes para designar espaços ainda não povoados pelo homem branco. (Cf. AMADO, 1997)

Ainda de acordo com a mesma autora, a definição de um espaço como sertão não se dá gratuitamente, mas em oposição a outro lugar, que seja “...o ponto de observação, a localização onde se encontra o enunciante ao emitir o conceito.” (Ibidem, p.148) Assim, a localização de Bigg-Wither, não necessariamente geográfica, mas cultural, define mais uma vez a oposição e a distância entre o “sertão paranaense” e a “Europa civilizada”.  

O produto resultante da atribuição de determinadas características e da indicação de supostas ausências, abre a possibilidade de perceber, a contrapelo, a proposição de possíveis modificações e inserções. Lembrando que Bigg-Wither é preposto de um projeto ferroviário e, em maior escala, representante do projeto imperialista britânico, é possível perceber como sua narrativa cria um espaço paranaense aberto à intervenção, um vazio à espera do progresso e da civilização que podem ser proporcionados por aqueles a quem o engenheiro-viajante representa.  Assim, voltamos à afirmação de que a narrativa é produto, mas também produtora da temporalidade a que pertence. O relato de viagem escrito por Bigg-Wither é fruto do empreendimento imperialista britânico, mas é também ferramenta ativa na construção desse empreendimento.

Feito este breve exercício analítico da fonte, espero ter sido possível demonstrar um de muitos caminhos possíveis para a utilização da literatura de viagem como fonte para o ensino de História do Paraná. Concebendo essa disciplina como mais do que um recorte menor em relação a História do Brasil ou do que um inventário de amenidades relacionadas a um contexto mais próximo e, portanto, mais provocativo aos alunos, forma como muitas vezes histórias regionais são vistas nas universidades e nas escolas. Em abordagens como esta, articulando diferentes escalas para construir recortes que respondem a solução de problemas investigativos, é possível enriquecer a formação dos alunos, passando da reprodução de conteúdo à produção de conhecimento. 

Referências: 
Diná Schmidt é mestra em História pelo PPGH da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, tendo lecionado na Universidade Estadual do Centro-Oeste e na Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

AMADO. J. Região, sertão, nação. Estudos Históricos, n. 15, 1997.

BARROS, J. de A. Projeto de pesquisa em história. Petrópolis: Vozes, 2012.

BIGG-WHITER,  T. P.  Novo  caminho  no  Brasil  meridional:  a  província  do Paraná. Três anos em suas florestas e campos 1872/1875. Rio de Janeiro: José Olympio; Curitiba: UFPR, 1974.

CARDOSO, J. A. Atlas Históricos do Paraná. Curitiba: Livraria do Chain, 1986.

FINGER, A. Conjunto ferroviário de Paranacicaba – uma herança inglesa na Serra do Mar. In: http://sites,google.com/site/coloquiohh08.

PRATT, M. Os olhos do império: relatos de viagem e transculturação. Bauru: EDUSC, 1999. 
RODRIGUES, J. Os meios de transporte e a modernização: rodoviarismo e desenvolvimento. In: www.prp.ueg.br/06v1/conteudo/pesquisa/.ds_20051123_00.

ROSSATO,  L.  Imagens  de Santa Catarina:  arte e  ciência na obra do  artista viajante Louis Choris. Revista Brasileira de História, n. 49, 2005.



3 comentários:

  1. Saudações Professora.
    O Tema do seu Artigo me chamou a atenção, e gostaria de parabenizá-la pela sugestão. Identifiquei-me com ele. Questiono se existe algum acervo a respeito ou alguma bibliografia além da apresentada? Ainda, pelo que pude apurar, os textos não devem ser empregados diretamente como foram produzidos, necessitado de uma contextualização para não ficarem “viciados” pelo “olhar” do viajante, que emprega seus sentimentos na elaboração, correto?

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    2. Olá, Luiz Adriano

      Como todo documento tomado pelo(a) historiador(a) como fonte, diários produzidos por viajantes (seja na forma de texto, pinturas ou fotografias) são produtos da subjetividade do sujeito que os produziu e da temporalidade histórica de sua produção. Conjugando esse fundamento com as especifidades da narrativa de viagem, como tratado no texto, é fundamental que utilizemos os procedimentos metodológicos adequados para abordá-los, tanto no exercício do ensino quanto da pesquisa. O olhar do(a) viajante sobre os espaços, os sujeitos e suas práticas está sempre carregado pela historicidade de onde ele emerge, logo o entendimento sobre o que está sendo observado e a narrativa que constrói é fruto dessa historicidade. Daí a necessidade de não tomarmos o relato de viagem como uma descrição pura e fiel de uma realidade, mas como a compreensão do(a) narrador(a) sobre ela. É inevitável que esse olhar esteja "viciado" pelo seu contexto de produção, nosso cuidado deve ser no sentido de levar em consideração essa condição e problematizar quais são as implicações disso no relato analisado e para o nosso objeto de investigação. Inclusive, atividades com literatura de viagem podem ser muito produtivas para construir com os alunos a compreensão fundamental de que toda fonte histórica não é uma tomada fiel da realidade, mas um documento/monumento, como nos ensinou Le Goff.
      Em relação a bibliografia, há uma produção significativa a respeito, assim como inúmeros relatos que podem ser utilizados como fonte, tanto para História do Paraná como para outros objetos e recortes. Para História do Paraná, podem ser considerados relatos como o de Auguste Saint-Hilaire, Robert Avé-Lallemant, Johann Von Tschudi, Julius Platzmann dentre outros. Caso tenha interesse em uma bibliografia especializada mais detalhada, me escreva. Meu e mail é dinahist90@gmail.com.

      Grata pela sua contribuição.
      Att. Professora Diná Schmidt

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