A HISTÓRIA EM QUADRINHOS COMO
RECURSO DIDÁTICO NA ESCRITA DIDÁTICA REGIONAL
As Histórias em Quadrinhos estão relacionadas ao universo da
ficção estão ligados ao apelo e ao cômico, como salienta Catelli Junior (2009),
no entanto, podendo ser considerada uma linguagem para compreender determinado
processo histórico, elas são fruto da renovação historiográfica ocorrida no
final do século XX, que apresentou ao conhecimento histórico novas abordagens, objetos
e problemas diante da chamada Nova História que foi um movimento
historiográfico francês. A perspectiva de ensino de história chegou ao espaço
escolar por meio da “Lei de Diretrizes e Bases da Educação” e dos “Parâmetros
Curriculares Nacionais de História” que impulsionaram o uso das HQs em sala de
aula.
Segundo Douglas Lima (2017) os últimos anos têm sido
marcados pela ampliação da presença das HQs no ambiente escolar, este artigo ao
dialogar com esta perspectiva apresenta a utilização de histórias em quadrinhos
como parte da estrutura narrativa de um livro sobre a região amazônica
produzida no estado do Pará. As Histórias em quadrinhos assumem um papel
educativo que auxiliam o professor na transmissão de conteúdos, elas não podem
ser vistas como entretenimento destinada ao público infantil, mas como
possibilidade de leitura do passado a ser usado em sala de aula. Apresentando
as potencialidades que as HQs possuem para o processo de ensino-aprendizagem podemos
inferir que:
“aumentam a motivação dos estudantes para o conteúdo das
aulas, aguçando a curiosidade e desafiando o senso crítico; elas fazem a
interligação do texto com a imagem, presente nas HQs, ela amplia a compreensão
de conceitos de uma forma que qualquer um dos códigos, isoladamente teria
dificuldades para atingir (...). Os quadrinhos auxiliam no desenvolvimento da
leitura; os quadrinhos enriquecem o vocabulário dos estudantes.”
[LIMA, 2017, 152]
Queremos refletir sobre o papel e a abordagem que as HQs
apresentam sobre a região amazônica a partir de uma produção didática lançada
no estado do Pará. O uso dos quadrinhos como ferramenta de ensino-aprendizagem
sendo intercalado dentro de cada unidade que compõe este material didático
apresenta-se como um atrativo para que o aluno compreenda o conhecimento
histórico escolar e a região amazônica, haja vista que os alunos possuem uma representação
das aulas de História, de que para estudar História basta decorar datas e fatos
ou responder questionários, de que não precisa ser problematizado no espaço
escolar. Uma marca do ensino de História durante o século XX.
- A escrita didática
de um livro didático regional e as HQs.
No início do século XXI surgiram diversos livros didáticos
regionais no estado do Pará fruto da existência de uma disciplina regional
criada em 1997 pelo Conselho Estadual de Educação (CEE-PA) e chancelada pelo
governo do Estado do Pará que foi denominada Estudos Amazônicos segundo Davison
Alves (2016). A disciplina em questão é considerada interdisciplinar, que pode
ser ministrada por professores dentro da área das ciências humanas, que são:
professores de História, os professores de Geografia e os professores de
Sociologia que tem a formação em Ciências Sociais.
Segundo Trindade Júnior (1999) três questões foram centrais
para o debate desta disciplina regional no estado do Pará durante os anos 1990,
são elas: a) A noção de região e de Amazônia a ser abordada; b) A relação entre
o local, o nacional e o global; e c) A dimensão multidisciplinar das questões e
dos problemas a serem abordados. A obra didática que analisaremos nesta
comunicação faz parte do momento desta disciplina regional marcado pelo domínio
das editoras privadas no estado do Pará, quando elas assumem a chancela de
produzir materiais didáticos para a disciplina Estudos Amazônicos, ocorrendo o
“boom” de materiais didáticos com alcance em quase todos os municípios deste
estado, no período de 2003 a 2016, bem como para além do estado do Pará,
alcançando outros estados da região Norte, como é o caso da produção didática
produzida por uma editora regional no estado do Pará sobre o estado do Amapá.
Refiro-me ao livro didático “Conhecendo o Amapá” de autoria do pesquisador e
sociólogo “Manoel Pinto” lançado em 2016 pela editora Brasil Cultural.
Queremos por meio da escrita didática no Sul do Pará
apresentar as concepções de Estudos Amazônicos pensadas a partir da História, o
seu recorte temporal e os sujeitos que são considerados importantes a ser
lembrados no espaço escolar sobre a Amazônia, queremos neste sentido
compreender as estratégias de ensino-aprendizagem criadas em torno do campo
estudos amazônicos. Compreende-se que existe uma “guerra de narrativas” dentro
do campo das ciências humanas sobre a região amazônica pensadas a partir de
dois modelos de civilização que surgiram em momentos diferentes do processo de
interação, conquista e ocupação da região amazônica, que são: a civilização dos
rios e a civilização da estrada.
Os livros didáticos aqui analisados representam a “voz” de
uma região do estado do Pará que é o Sul e o Sudeste do Pará especificamente a
cidade de Tucumã. O munícipio é localizado na microrregião de São Félix do
Xingu e fica distante da capital do estado do Pará, a cidade de Belém, a 980
km. A cidade foi habitada durante os anos 1970 com os incentivos do governo federal
de “povoar os espaços vazios”, a partir do projeto dos governos militares de
integrar para não entregar. O projeto Grande Carajás tornou-se a porta de
entrada para diversos migrantes para a região sul do Pará. O município
conseguiu a sua emancipação da cidade de São Felix do Xingu a partir da lei nº
5.455 de 10 de maio de 1988, durante a administração do governador Hélio
Gueiros.
É importante situar o lugar de fala deste material didático
utilizado no sul do Pará, pois, eles representam uma historicidade e uma
determinada consciência histórica formada em uma região de fronteira aberta do
estado do Pará que se diferencia da História construída na cidade de Belém,
eles não se identificam com a cultura e os costumes do povo paraense, eles se
veem como estrangeiros dentro deste território, constrói uma cultura política
de separação que resultou no plebiscito de 2011, quando ocorreu uma votação em
todo o território paraense para a possibilidade de criação do dois novos estados
na região Sul/Sudeste do Pará com o estado de Carajás e na região oeste com a
criação do estado de Tapajós. Nossa intenção não é debater esta historicidade
recente do estado do Pará que resultou nessa eleição plebiscitária, mas de apresentar
“os bastidores” da criação deste material didático.
Um destaque a se observar nesta produção didática regional é
que ela é uma obra coletiva, ou seja, os dois primeiros volumes o 6º e 7º ano
foi escrito pelo professor e historiador Eleildo Virgolino (2011a; 2011b), o 8º
ano foi elaborado pelo professor e historiador Valdilei Gonçalves Santos (2011)
e o 9º ano é construído pela professora e historiadora Elvira Soares de
Oliveira(2011), este aspecto é interessante, pois, dentro desta coleção
didática regional apresenta-se uma dicotomia, enquanto os dois primeiros volumes
colocam em evidência a História da Amazônia, os dois últimos volumes ressaltam
os Estudos Amazônicos como sua perspectiva. Como se elas não dialogassem com os
outros anos a priori dentro da estrutura deste livro didático, mas que reforçam
a perspectiva de linha cronológica do passado até o presente, uma
característica dos livros de História durante o século XX. Observando a
formação de cada um dos três professores que escrevem esta coleção didática,
percebemos que a representação da História da Amazônia dentro desta coleção
didática fica próxima de uma perspectiva histórica, que acaba deixando em
segundo plano a interdisciplinaridade.
O professor e historiador Eleildo Virgolino coordenou a
coleção didática objeto de análise desta comunicação, ele apresenta em um vídeo
publicado no Youtube na época da eleição plesbicitaria de 2011 apresentando o
seu posicionamento, ele foi a favor da criação do estado de Carajás. Em
determinado momento desta campanha publicitária ele nos diz que “a referência
como pessoas do sul e sudeste do Pará, eles tratam muito mais com alguns
estados da região nordeste, com a região centro-oeste, do que com o próprio
estado-mãe com a capital Belém”, mas ele não destaca que esta região fora fruto
de diversas migrações resultado das políticas de desenvolvimento dos governos
militares para a região amazônicos desde os anos 1960.
Percebemos a intencionalidade de perpassar pela disciplina
Estudos Amazônicos a questão recente que fora o debate sobre a criação do
estado de Carajás, bem como realçar a ausência do governo do estado do Pará nas
cidades que compõe a região sul e sudeste do Pará, quando utiliza neste pequeno
vídeo a seguinte metáfora “o estado do Pará é muito grande, é aquela história
do cobertor, na hora que cobre um, descobre o outro, então, está se fazendo a educação em Belém está se
deixando a desejar na região sul e sudeste”, ele fala sobre a divisão do Estado
do Pará e destaca por que será viável a criação do estado do Carajás para esta
determinada região do Estado.
O livro História da Amazônia coordenado pelo professor Eleildo
Virgolino surgiu da falta de material didático para a disciplina Estudos
Amazônicos, ele no pequeno vídeo destaca que “apesar de ter uma disciplina que
é vista em 143 municípios do Estado do Pará não se tem material didático para
se trabalhar em sala”. A História da Amazônia foi segmentado em duas partes,
que são: o período colonial e o período imperial e a República Velha na
Amazônia. A continuação desta obra didática com a denominação de Estudos
Amazônicos apresenta a continuação da historicidade da região, quando em seus
dois volumes respectivamente eles ressaltam no capa do livro “Estudos
Amazônicos: Amazônia Contemporânea” e “Estudos Amazônicos: Os grandes
Projetos”.
Segundo Didier Moraes (2010) os livros didáticos apresentam em
sua capa intencionalidades do autor, como se fossem a porta de entrada para
determinada obra, elas apresentam indícios que nos ajudam a problematizar qual
(quais) o (s) aspecto (s) que aquele determinado livro didático regional elege
como central a ser debatido. São os chamados objetos motivacionais que se
expressam na capa, aquilo que o leitor terá como primeiro contato por meio do
design.
A capa dos livros didáticos apresentam aspectos peculiares
de determinados estado da região amazônica, como na referida capa do 6º ano
referente ao período colonial, temos como destaque: o estado de Roraima sendo
representado por um índio, o festival de Parintins no estado do Amazonas, o
Chico Mendes como referência ecológica no estado do Acre, a questão da
construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré no estado de Rondônia, uma onça
no estado do Mato Grosso, uma representação cultural do Tocantins que é a
cavalhada, uma representação cultural do estado do Pará que é o carimbó, um
remanescente de quilombola no estado do Amapá e o estado do Maranhão
representado pelo Palácio dos Leões. Ao fundo temos a vitória-régia e o caboclo
amazônida remando. Um livro didático que possui 11 capítulos, que engloba desde
a Amazônia pré-colonial até a chegada da família real ao Brasil no processo
pré-independência.
Fig.1
(VIRGULINO, 2011a).
Apesar do título da capa ressaltar que o volume apresentado
ao 6º ano será destinado aos alunos desta etapa de ensino, e que se concentrará
em apresentar o período colonial da História da Amazônia, percebemos que ele
apresenta alguns eventos da História recente desta região brasileira como a
figura do personagem Chico Mendes e a estrada de ferro Madeira-Mamoré, o que
não fora aprofundada nesta narrativa observando os seus capítulos. Por outro
lado, ele ressalta outros aspectos como os povos indígenas e a vinda da
sociedade judaica para a Amazônia colonial, o que amplia os horizontes de
perspectiva da História da Amazônia, que não se limita a História política
centrada nos eventos a partir da cidade de Belém.
O professor Eleildo Virgolino (2011) constrói
a sua perspectiva de Estudos Amazônicos para se contrapor a uma narrativa
didática propriamente estabelecida na cidade de Belém que possui uma forte
ligação com a civilização dos rios, ele não coloca em evidência a relação homem-sociedade-meio
ambiente na capa deste primeiro volume de sua coleção didática, percebemos que ela
fica secundarizada, o que fica presente quando observamos o sumário desta
coleção. Ele tem como perspectiva compreender a região amazônica a partir do conceito
de Amazônia Legal. Um conceito político que compreende cerca de 59% do
território brasileiro, e que onde vivem cerca de 250 mil pessoas e diversas
sociedades indígenas.
Queremos ressaltar que a capa deste referido material
didático apresenta uma aproximação com os conhecimentos geográficos, um dos
aspectos pelo qual perpassa a interdisciplinaridade dentro da disciplina
Estudos Amazônicos. O livro utiliza-se de recursos didáticos como a História em
quadrinhos em diversos momentos para destacar aspectos da sociedade amazônica,
como a lenda do Sol (p. 12-13), a lenda da lua (p. 14-15), a chegada dos
europeus (p. 20), a ocupação francesa no século XVII (p.25-26), A história da
maldição de Cunhambebe (p. 27-30), a conquista do Maranhão no século XVII (p.
36-38), a política na Europa
influenciado a colonização da Amazônia (p.45), os aldeamentos (p.49-50), Os índios
Mura (p.57-58), a revolta de Beckman no estado do Maranhão (p.65-67), os índios
Manáos no estado do Amazonas (p.73), o período de Marques de Pombal (p.81), o
tratado de Madri assinado durante o século XVII (p.88), os judeus na Amazônia
colonial (p.96), Dom João e a conquista francesa durante o século XVIII (p.109-110).
O volume do 7º ano possui como título o período Imperial e a
República Velha, e como destaque tem-se um globo a frente apresentando aspectos
da sociedade amazônica, como: a extração da madeira, animais (como a onça
pintada, o tucano, o mico leão-dourado, o papagaio, peixes e o boi), plantas
sendo representadas pela vitória-régia, o açaí, o indígena e o caboclo
amazônida. Na imagem de fundo temos a floresta amazônica entrecortada por um de
seus rios. Um material didático que possui 10 capítulos, e que engloba os
períodos compreendidos entre 1822 a 1936.
Fig. 2
(VIRGULINO, 2011b)
O volume apresenta também durante os temas tratados dentro do
material didático pequenas diálogos em Histórias em Quadrinhos, para realçar os
acontecimentos ocorridos na região amazônica, como: a adesão do Pará a
independência (p.13-14), a Cabanagem (21-22), a navegação pela região amazônica
(p.30-32), Chico Mendes e a preservação da floresta amazônica (p.40-42), a
incorporação do Acre ao território brasileiro (p. 50-51), a estrada de ferro
Madeira-Mamoré (p.63-64), o período da Belle Époque amazônica (p.74), a
imigração japonesa (p.83-86), os italianos na Amazônia (94-96) e a expedição de
alemães na Amazônia (p.105-106).
Segundo Marco Vilela (2016) o uso das histórias em
quadrinhos pode ser considerado como ponto de partida para discutir
determinados conceitos importantes dentro da aula de História, ele é um
elemento facilitador da aprendizagem, que chama a atenção dos alunos realçando
determinado aspecto dentro daquele capítulo que apresenta a interconexão de
imagens e pequenos textos.
As HQs permitem dar espaço a fala de grupos sociais
subalternos (índios e negros) dentro da narrativa didática produzida por
Virgolino (2011), bem como apresentar eventos e a experiência de determinadas
imigrações para a região amazônica em diversos contextos históricos. Incorporando
novos sujeitos dentro da narrativa didática, os professores que escrevem livros
didáticos possuem um olhar específico sobre o passado, sobre o que se quer
ressaltar dentro das aulas de Estudos Amazônicos, ele faz uma tradição seletiva
para apresentar uma leitura do passado que não se limite aos documentos
oficiais ou temas clássicos da historiografia amazônica.
As narrativas de grupos sociais que visitaram a região
amazônica ou estabelecerem-se nela possuem destaque dentro da narrativa de Virgolino.
Vemos que o autor tenta sensibilizar os alunos para a importância dos indígenas
para a História da Amazônia, por exemplo, a história dos índios Manáos contanto
a criação da província do Amazonas. O autor utiliza a estratégia de
ensino-aprendizagem da História em Quadrinhos como síntese do contato entre os
portugueses e os índios Manáos no território amazonense, uma forma de “chamar a
atenção”, ou seja, tornar a narrativa didática mais atraente para o aluno.
Fig. 3
(VIRGOLINO, 2011a)
A disciplina Estudos Amazônicos não possui um currículo
chancelado pela Secretaria Estadual de Educação do Pará, os livros didáticos
regionais produzidos por editoras privadas neste início do século XXI acabam
sendo considerados o currículo posto em prática. As histórias em quadrinhos
assumem um papel pedagógico importante dentro da narrativa amazônica de
Virgolino (2011), pois, elas dialogam com o texto principal e convidam o aluno
a fixar o conteúdo de forma prazerosa.
Queremos como este texto sensibilizar o professor e o aluno
a ter a história em quadrinhos como uma ferramenta pedagógica dentro das aulas
de Estudos Amazônicos capaz de promover a leitura e o conhecimento histórico
que este tipo de narrativa ficcional propicia para as aulas, afim de que o
professor não fique “preso” a datas, fatos ou personagens da História da
Amazônia.
Referências
Davison Alves é professor da Universidade Federal do Sul e
Sudeste do Pará (Unifesspa), e mestre em História Social pela Universidade
Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
ALVES, D. Contando a História do Pará: A disciplina Estudos
Amazônicos e seus livros didáticos (1990-2000). Dissertação (Mestrado),
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2016.
CATELLI JUNIOR, R. Temas e Linguagens da História:
Ferramentas para a sala de aula no Ensino Médio. São Paulo: Editora Scipione,
2009.
FREITAS, I. História regional para a escolarização básica no
Brasil: o livro didático em questão (2006/2009). São Cristóvão: Editora da UFS,
2009.
LIMA, D. Histórias em quadrinhos e ensino de História.
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PINTO, M. Conhecendo o Amapá: Estudos Amazônicos-Estudos
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SANTOS, V. Estudos Amazônicos: Amazônia Contemporânea.
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TRINDADE JÚNIOR, S. Estudos Amazônicos: uma proposta de
discussão para o ensino fundamental. Encontro Nacional de Ensino de Geografia, Curitiba.
Resumos. Curitiba: Associação dos Geógrafos Brasileiros, 1990.
VILELA, M. Os quadrinhos nas aulas de História. In: Rama,
Ângela; Vergueiro, V. (org.). Como usar as histórias em quadrinhos em sala de
aula. São Paulo. Editora Contexto, 2014, p. 105-129.
VIRGOLINO, E. CARAJÁS-JÁ, Prof. Eleildo Virgolino, Tucumã-PA,
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VIRGOLINO, E. Livro História da Amazônia, Professor Eleildo
Virgolino, in https://www.youtube.com/watch?v=fhr-SAZCQSA
VIRGULINO, E. História da Amazônia: período colonial, 6º
ano. Editora EVE. Tucumã, 2011a.
VIRGULINO, E. História da Amazônia: período Imperial e República
Velha, 7º ano. Editora EVE. Tucumã, 2011b.
Bom dia Davison,
ResponderExcluirVocê menciona a utilização de HQs publicadas numa coleção de livro didático da História Regional. Comumente utilizo as mesmas como objetos produzidos pelo corpo discente acerca de um estudo elaborado acerca de uma temática. Você desenvolveu atividades nesse sentido? Que procedimentos foram utilizados?
Maicon Roberto Poli de Aguiar
Obrigado Maicon pela leitura do texto. Bem, durante o mestrado desenvolvi uma pesquisa que foi pesquisar a História de uma disciplina regional no estado do Pará intitulada Estudos Amazônicos (por meio da memória de professores e de seus livros didáticos regionais). A minha perspectiva de estudo é a produção de materiais didáticos produzidos pela História Regional, eu comecei durante os anos 1990 e agora estou dando andamento a este projeto pegando o intervalo de tempo que fora de 2000 a 2015, quando ocorreu uma extensa produção bibliográfica no Pará para uso nesta disciplina regional. O que me chamou atenção neste material didático produzido no Sul do estado do Pará foi a sua didatização por meio dos quadrinhos dentro da narrativa principal, uma forma de aproximar o conhecimento histórico sobre a região amazônica desta linguagem que são as HQs para o público escolar, algo não muito usual nos livros didáticos de Historia ou de História Regional que é o meu objeto de pesquisa. A minha perspectiva é compreender os sentidos de uma disciplina regional por meio da sua escrita didática, partindo da concepção teórica de Alain Choppin de que precisamos construir uma História das edições didáticas, haja vista, que este campo de pesquisa precisa além de analisar a prática pedagógica (A História do livro e da leitura por alunos e professores), as suas intenções, evidências sobre o passado e sua representação do homem no tempo por meio de seus materiais didáticos. Considero uma perspectiva interessante trabalhar os usos deste material pelos discentes.
ExcluirDavison Hugo Rocha Alves
Boa Tarde, Davison
ResponderExcluirSou graduando de História e acredito que o trabalho do docente consiste em buscar meios e instrumentos adequados para a melhor compreensão e assimilação do conhecimento pelo aluno durante o processo de ensino-aprendizagem, sempre atento para as singularidade e individualidade de cada individuo. O potencial pedagógico das HQ'S é enorme, dito isso, qual seria a melhor maneira de utilizar as HQ'S como instrumento de avaliação e no ato pedagógico?
Obrigada,
Dályda Rosa de Oliveira Batista
Prezada Dályla obrigado pela leitura do meu texto. Penso que o uso da transposição didática aliado a uso da linguagem da HQ's dentro do processo de ensino e aprendizagem enriquece as aulas de História e de Estudos Amazônicos, que é o meu objeto de pesquisa no estado do Pará. Contar uma História para um determinado público, que é o espaço escolar, requer que o professor de História sensibiliza-se a trabalhar os conteúdos históricos sendo problematizado a partir das HQ'S.
ExcluirDavison Hugo Rocha Alves.
Boa tarde! Acho muito interessante utilizar a Historia em quadrinhos na ensino de Historia. Eu inclusive utilizo esse método. Proponho a frupos de alunos montar a HQ de determinados eventos historicos. Ja fizemos a Revolução Francesa, As Revoluções Inglesas, a Independência dos EUA e do Brasil entre outros. O legal que envolve os alunos na construcao da historia. Você acredita que o MEC poderia investir em revistas de HQ para o ensino basico e fundamental ou ate para o ensino medio?
ResponderExcluirBenedito obrigado pela leitura do texto. Muito legal sua proposta de trabalhar as HQ'S, sim, seria uma forma de apresentar os conteúdos históricos que seja próximo da realidade dos alunos, que não fique somente preso ao narrativa historiográfica do livro didático de História. Uma importante forma de didatização do conhecimento histórico escolar. o MEC poderia investir nesta produção, acredito que os mestrados profissionais podem impulsionar a sua construção a partir dos produtos finais a serem gerado para uso no espaço escolar.
ExcluirDavison Hugo Rocha Alves
Como o anacronismo pode afetar a função pedagógica das HQs na construção do conhecimento histórico?
ResponderExcluirObrigado Allef pela leitura do texto. Acredito que o Anacronismo influencia a construção do conhecimento se não tivermos uma base historiográfica sobre aquele determinado conteúdo que ser quer apresentar de formar didatizada para o público escolar. Penso que o nosso papel é o de auxiliar o aluno a compreender o conhecimento histórico de forma didática.
ResponderExcluirDavison Hugo Rocha Alves
Olá Davidson, as HQ's foram durante muito tempo renegadas pelo preconceito de pornografia, incitação a homossexualidade e por ser antipedagógica. Que trabalho pode ser feito precocemente para desmistificar esses tabus antigos e conscientizar a comunidade escolar de sua finalidade de gênero textual para aprendizagem de conhecimentos e leitura?
ResponderExcluir